Ex-seleção, Ana Lúcia se reinventa no vôlei sentado após 12 anos parada
Aos 45 anos e com quatro cirurgias no joelho, paulista treina com homens para recuperar forma e sonha voltar a defender o país em torneios internacionais
Ana Lúcia (ao centro) comemora pontocom as colegas: CPSP é vice campeão brasileiro (Foto: Adolfo Vargas)No fim de junho, a equipe recém-formada foi vice-campeã brasileira na modalidade. Mas, mesmo com os resultados aparecendo, a esportista não consegue relaxar.
Na seleção, Ana Lúcia jogou com Adriana Samuel eAna Moser, entre outras (Foto: Arquivo Pessoal)
Ana Lúcia trabalha a cabeça não apenas para o próprio bem, mas para dividir a experiência com as novas companheiras. Apesar de não ser considerada deficiente ou mutilada, a paulista ainda tem limitações de movimento. Há dois anos, antes da última cirurgia que sofreu, a artrose a impedia de realizar tarefas simples do dia a dia, como subir degraus e se abaixar para brincar com as filhas Ana Clara e Ana Carolina, por exemplo.
Ana Lúcia recebe o carinho das filhas Ana Clara e Ana Carolina após treino (Foto: Adolfo Vargas)- Algumas pessoas que sofreram amputações depois têm uma certa vergonha, e o esporte é muito generoso nesse sentido. Ele deixa todo mundo em uma condição igual. Tenho uma abertura muito legal com os meninos e encaro de maneira natural. Para mim não é algo pesado quando eles querem falar sobre as amputações. No caso dos jovens, até superam mais rápido a questão da vaidade. Para quem sofreu um acidente, por exemplo, é uma forma de se integrar e sentir pleno de novo.
Com Amauri: sonho de voltar a defender o Brasil,agora no vôlei sentado (Foto: Adolfo Vargas)
- Fazer um esporte que não é o seu com 45 anos em nível competitivo é um grande desafio. Mas é lógico que, competitiva como sempre fui, assim que voltei às quadras pensei em defender a seleção. Até porque, quando me chamaram, disseram que teria condições de defender o Brasil de novo em um Parapan ou uma Paraolimpíada. Tem muitas coisas no meio e não depende só de mim. Mas vontade não me falta.
Para disputar essas competições, a jogadora depende de como sua lesão será classificada. Em setembro, Ana Lúcia pode receber boas notícias.
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