quinta-feira, 4 de agosto de 2011


'Diferente de tudo que tinha visto', diz Conca após quase um mês na China

Craque abre a casa para o GLOBOESPORTE.COM e conta que torcida chinesa o surpreendeu: pouca pressão e aplausos para rival após goleada

Por Lydia Gismondi Direto de Guangzhou, China
casa conca Guangzhou (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)Conca recebeu o GLOBOESPORTE.COM em casa
nesta quinta-feira na China   (Foto: Lydia Gismondi)
Darío Conca desembarcou na China no dia 11 de julho com status de estrela. Festa no aeroporto, recepção calorosa da torcida, idolataria. Quase um mês após a chegada, o ex-camisa 11 do Fluminense já entrou em campo pelo Guanghzou Evergrande, fez um gol e viu o time levar um baile do Real Madrid em amistoso na quarta-feira: 7 a 1, com direito a aplausos dos chineses para o time rival. Nesta quinta, o craque recebeu o GLOBOESPORTE.COM em casa e reconheceu que se surpreende a cada dia nesta nova aventura de sua carreira.
- Um jogo como ontem (quarta), eles enchem o estádio e batem palma. A bola passa perto e eles batem palma. É diferente de tudo o que a gente tinha visto. Quando entra no campo, para aquecer, jogando em casa ou fora, você cumprimenta a torcida. E, quando acaba o jogo, é a mesma coisa, independentemente do resultado. Você dá uma volta no estádio cumprimentando o torcedor e batendo palma. É bem bonito - disse Conca, na sala de sua residência, acompanhado da noiva brasileira Paula.
No Guanghzou, o argentino conta com a ajuda de um intérprete cedido pelo clube e dos companheiros brasileiros (os atacantes Cléo e Muriqui e o zagueiro Paulão) para se adaptar. Até o momento, foram três partidas com a camisa 15 do time: 5 a 0 sobre o Nanchang Bayi (saiu do banco e balançou a rede) e 1 a 1 com Beijing Guoan (jogou os 90 minutos), ambos pelo Campeonato Chinês, e o amistoso com o Real (foi titular e saiu no segundo tempo).
Atual campeão da Segunda Divisão, o Guanghzou é bancado pelo bilionário chinês Xu Jiayin (fortuna de U$ 1,2 bilhão, segundo a revista "Forbes") e lidera a Primeira Divisão atualmente com 41 pontos em 17 rodadas, enquanto o segundo colocado, Beijing Guoan, tem 32 (o Shandong Luneng, de Obina, aparece em quarto com 30). Segundo Conca, não há tanta pressão nos atletas apesar do alto investimento.
- Não tem tanta cobrança de ter que ganhar de qualquer jeito. É claro que todo mundo quer ganhar, ninguém quer perder. Mas eles entram no estádio para se divertir. Não tem aquela pressão como em outros países. É legal - afirmou.
conca ao lado da esposa Guangzhou (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)Conca e a noiva brasileira Paula (Foto: Lydia Gismondi / Globoesporte.com)
Conca foi contratado por cerca de R$ 15 milhões e tem um salário de quase R$ 2 milhões por mês, o que o coloca entre os três jogadores mais bem pagos do mundo. Pouco conhecido fora da América do Sul, já foi provocado: torcedores do Beijing Guoan levaram uma faixa com a pergunta "Quem é Conca?" para o estádio. No Guanghzou, o maior ídolo da torcida no momento é Muriqui, que brilhou na conquista da Série B e é o artilheiro do time. Aos poucos, o argentino conquista o carinho dos fãs:
 - Quando eu cheguei no aeroporto, havia algumas pessoas do clube e muitos torcedores. Não achei que fosse ser assim. Me surpreendi um pouco. Foi bonito. Quando eu cheguei já tinha algumas coisas, como camisa. Estou adorando. É muito tranquilo, o pessoal respeita. Estou feliz agora. Não tenho nada do que reclamar - disse.
Nem mesmo a goleada do Real Madrid abalou o ânimo de Conca e do Guanghzou para o restante da temporada:
- Nunca saí tão tranquilo de uma goleada como essa por 7 a 1. Todo mundo aplaudindo, não importava de quem era o gol. Eles ficavam torcendo para o Kaká. Foi bem legal - lembrou.
 

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