Contratações dos clubes do Rio caem pela metade antes da virada

Botafogo, Fla, Flu e Vasco terminaram 2010 com 10 reforços oficializados, enquanto apenas cinco novos nomes foram confirmados até o fim de 2011

Por Thales Soares Rio de Janeiro

Wagner, a principal contratação do futebol carioca
(Foto: Dhavid Normando / Photocamera)

Depois de um 2011 com bons resultados e três clubes classificados para a Taça Libertadores, o torcedor carioca já começa a ter motivos para se preocupar. Depois do fim do Campeonato Brasileiro, quando os quatro representantes do estado terminaram entre os 10 primeiros colocados, sendo três deles entre os cinco melhores, apenas cinco reforços foram anunciados por Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco somados. Exatamente a metade do que aconteceu em 2010, usando como critério a publicação da informação pelos sites oficiais.
A maior diferença aconteceu justamente com o clube que viveu a melhor temporada entre os quatro. Campeão da Copa do Brasil e vice do Brasileiro, o Vasco, até o momento, não anunciou qualquer contratação, enquanto ao fim de 2010 quatro jogadores já haviam sido oficializados como reforços: Eduardo Costa, Anderson Martins, Misael e Marcel. O zagueiro Rodolfo, do Lokomotiv-RUS, e o lateral-esquerdo Thiago Feltri, do Atlético-GO, estão próximos de serem contratados, mas ainda não assinaram.

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- Atualmente o custo dos jogadores é muito alto. Estamos trabalhando seguindo o critério do treinador, mas também dentro da nossa realidade. Vamos disputar a Taça Libertadores e achamos interessante a possibilidade de incluir estrangeiros no nosso elenco. Sabemos que essa não é uma conta exata, mas esperamos que dê certo – explicou o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, lembrando que o mercado sul-americano é uma opção importante na situação atual do futebol brasileiro.
O Fluminense foi o responsável pela maior contratação do futebol carioca. O clube repatriou o meia Wagner, que estava no Gaziantepspor-TUR. O lateral-direito Bruno, ex-Figueirense, também entrou na lista de reforços depois de um bom Campeonato Brasileiro. O zagueiro Anderson, ex-Atlético-GO, ainda não foi oficializado e só assinará contrato no dia 4. Em 2010, apenas o goleiro Diego Cavalieri havia sido anunciado antes da virada do ano.
- Posso falar pelo Fluminense. Contratamos dessa forma, pois já temos uma base formada e de qualidade – afirmou o gerente de futebol do clube, Marcelo Teixeira, que vai ganhar a companhia de Rodrigo Caetano, executivo do Vasco em 2011, no comando do departamento.

Andrezinho apresentado como reforço do Botafogo
(Foto: Satiro Sodré / Divulgação Agif)

Único carioca fora da Libertadores, o Botafogo investiu em Andrezinho, jogador que já havia tentado contratar no meio de 2011. O clube negociou a compra de 50% dos direitos econômicos junto ao Internacional e assinou um contrato de três anos. Do Paraná, a diretoria trouxe o zagueiro Brinner. Na comparação com 2010, Lucas e João Filipe foram contratados junto ao Figueirense, enquanto Márcio Azevedo, do Atlético-PR, só foi anunciado em janeiro deste ano por problemas burocráticos.
- Essa situação foge do esporte. Estava vendo outro dia quem tinha contratado. Os valores estão em um patamar que não dá para entender. Jogador que foi reserva a vida inteira está pedindo salário fora da realidade. É preciso uma reformulação nessa questão salarial. Do jeito que está os clubes não vão aguentar – disse o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção.
Em 2010, o Flamengo terminou o ano com três reforços confirmados. O goleiro Felipe havia sido contratado para assumir o lugar de Bruno, que foi preso, acusado de sequestrar Eliza Samudio. Vander, do Bahia, chegava como uma aposta. Já o argentino Bottinelli, que pertencia ao Universidad Católica, do Chile, assumia o papel de fazer a torcida esquecer os dramas vividos contra o carrasco Montillo, quando defendia a Universidad de Chile. Agora, tem apenas o lateral-esquerdo Magal, ex-Americana, como novidade no elenco para 2012.
- Às vezes, os negócios ocorrem num timing que é diferente do nosso. No ano passado, havia a mesma pressão. Muita gente criticou, mas depois trouxemos Ronaldinho, Thiago Neves e montamos uma equipe qualificada – explicou o diretor de futebol do Flamengo, Luiz Augusto Veloso.