Vida pós-Copa SP: o risco para os que não são promovidos
Jogadores acostumados com estrutura de primeira na base de grandes equipes precisam se sujeitar a más condições em times menores para jogar
Sem espaço, alguns jogadores ainda conseguem se transferir para equipes de menor porte, mas bem estruturadas, do futebol europeu, mas o caminho natural dos garotos é buscar espaço em equipes de menor porte. O problema é que a maioria delas oferece pouquíssimos recursos. Quem tinha estrutura de time grande, então, precisa se adaptar a uma nova realidade.
Ano | Os campeões | Quem foi promovido, mas saiu | Quem ainda está na equipe |
---|---|---|---|
2011 | Flamengo | Lorran, Adryan (voltaram aos juniores), Alex e Anderson (Vitesse-HOL) | César, Negueba, Thomás e Muralha |
2010 | São Paulo | Zé Vitor e Lucas Gaúcho | Casemiro, Lucas, Bruno Uvini |
2009 | Corinthians | Marcelinho, Fernando Henrique, Boquita, Jadson e Bruno Bertucci | Elias Oliveira |
Hoje no Noroeste, ele ainda sonha crescer, mas diz ter o que precisa para trabalhar. Antes, no entanto, chegou a jogar de graça.
- Só 10% das equipes do interior dão uma estrutura que temos aqui. Nas outras falta tudo. Joguei no ano passado na Francana, não recebi e vi jogadores com problemas sérios. A Copinha é uma chance de ouro, mas quando ela passa fica mais difícil.
Depois, quem não é promovido costuma ser emprestado para outras equipes, até que haja uma chance ou até que termine o contrato. Foi o que aconteceu com Rodrigo Calchi, goleiro titular do Santos na Copinha de 2005, com passagem pela Seleção Brasileira Sub15. Ele foi emprestado ao Taubaté depois de jogar o torneio e tinha a esperança de retornar, mas foi dispensado assim que acabou seu contrato.
Ele chegou até a defender o Jabaquara, na quarta divisão estadual, para tentar voltar a um time grande. Ano passado foi reserva no Oeste e, em 2012, vai defender o Ituano. Antes, jogou em divisões inferiores por Olímpia, Portuguesa Santista e Francana.
Atacante Daniel Grando, ex-Corinthians, vai defender
o Noroeste na Série A2 (Foto: Divulgação/ Noroeste)
- É complicado porque nesses times falta tudo. Não só o salário, mas a alimentação e a suplementação são ruins. Falta material esportivo, campo... Já vi até faltar bola. É muito difícil de se acostumar, quando se começa com a estrutura do Santos.o Noroeste na Série A2 (Foto: Divulgação/ Noroeste)
No entanto, todos se esforçam para não abandonar suas carreiras e manter vivo o sonho de voltar a um time grande. É verdade que a vontade de desistir passa pela cabeça de jogadores como eles, mas apesar dos problemas, o objetivo e a paciência têm falado mais alto.
- Quando crescemos e temos uma família para sustentar, chega a ficar inviável jogar recebendo quinhentos ou mil reais, mas fazemos uma força e quando uma chance como essa no Ituano chega, dá um incentivo, mas dar a volta por cima é muito difícil - diz Rodrigo.
Rodrigo Calchi em treino pela Portuguesa Santista, quando teve de jogar a Série A3 (Foto: Israel Stroh)
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