segunda-feira, 21 de maio de 2012

Com namorada e fisioterapeuta como 'técnicos', Varejão já treina com bola

Recuperado da fratura na mão, ala-pivô voltou a fazer arremessos há uma semana e se dedica ao trabalho físico para se apresentar 100% na seleção

Por Danielle Rocha Rio de Janeiro
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Há uma semana a mão direita parou de doer. Aceitou de novo arremessar bolas, depois de algumas tentativas frustradas ainda em Cleveland. Anderson Varejão bem que tentou voltar à quadra nos últimos cinco jogos dos Cavaliers na temporada regular, mas a fratura ainda incomodava. Restava então se dedicar ao condicionamento físico para chegar tinindo aos treinamentos da seleção. Da CBB recebeu o programa enviado pelo preparador físico, que vem seguindo à risca num clube da Barra da Tijuca, ora sob o olhar do fisioterapeuta do COB, Henrique Jatobá, ora sob a voz de comando da namorada. A linha é dura, só que ele não reclama. Se diverte e sabe que irá encontrar um Rubén Magnano ainda mais exigente durante a preparação para os Jogos de Londres. Gosta da ideia. Só reza para que a fase de lesões tenha chegado ao fim.
Anderson Varejão, Basquete (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Anderson Varejão comemora fim das dores na mão (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
Além de ter jogado o Mundial da Turquia no sacrifício, por conta de um problema no tornozelo, o ala-pivô teve de ser submetido a uma cirurgia poucos meses depois. Ficou quase um ano sem poder jogar.  Passado o período de angústia e incerteza, não demorou para assumir o posto de quarto reboteiro da liga e a fazer uma sequência de duplos-duplos que arrancou elogios dos técnicos adversários. O balde de água fria estava por vir. E pelas mãos de Drew Gooden, do Milwaukee Bucks, que na disputa de um rebote acabou machucando o amigo com quem tinha jantado na noite anterior. 
 - Foram dois anos para esquecer. Não foi fácil para mim, porque minha maior preocupação sempre foi com lesões. E, infelizmente, as duas últimas me deixaram fora por muito tempo, inclusive da seleção, na Copa América do ano passado. Espero que essa tenha sido a última e que a partir de agora seja só alegria. Espero que tudo dê certo e que eu possa estar em Londres.
Até a apresentação dos convocados, marcada para 10 de junho em São Paulo, Anderson vai seguir com sua rotina puxada. Praia para ele é sinônimo de corrida na areia. Na academia, faz cama elástica, musculação e spinning. Tudo marcado de perto pelos alunos, que não se inibem de chegar perto dele e pedir por uma medalha olímpica. Na próxima semana, o espanhol Jordi Fernández, assistente técnico de sua equipe na NBA, chega ao Brasil para ajudá-lo na preparação.
Anderson Varejão, Basquete (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Ala-pivô tem contado com a ajuda da namorada Marcelle nos treinos (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
- Ele está trabalhando muito. A gente tem que ser namorada na alegria e na tristeza. Coloco ele para correr, mando dar dez voltas na quadra, pego os rebotes, mas nem é preciso exigir muito porque ele está determinado. Sofreu muito com esse problema na mão. Anderson é muito disciplinado - disse Marcelle Bueri, com quem o ala-pivô namora há quase dois anos.
Preparação
Estou há três semanas no Brasil e no Rio desde a semana passada. Fiz meu primeiro treino com bola e diria que a mão está zerada. Está tudo bem, já estou conseguindo arremessar sem problemas e trabalhando passes também. Minha namorada está sendo minha técnica, está pegando rebotes para mim (risos).
Liberação do Cleveland
Eu estando 100% não tem como me impedirem de jogar nas Olimpíadas. Não tem jeito (risos) Ninguém conversou isso comigo. E eles sempre me liberaram, sempre foi assim comigo. E o que posso dizer é que estou muito bem fisicamente, sem problemas. Não tive nem ganho de peso.
Anderson Varejão, Basquete (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Anderson na aula de spinning
(Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
Calouros olímpicos
Não podemos chegar lá achando tudo muito diferente ou ficar abismados com as coisas. Temos que chegar sabendo o que é, como funciona aquilo tudo. Vamos ter que conversar com quem já foi para não ficarmos deslumbrados e esquecer o que fomos fazer lá. Eu já conversei um pouco com o LeBron James porque ele foi na de Pequim-2008. E ele disse que aquele é um momento bem diferente. Que o jogo é o mesmo, mas tem a Vila, essa coisa de estar entre os melhores do mundo de todos os esportes é especial.
Quem quer ver em Londres?
Eu via a Olimpíada pela TV.  Como atleta nunca fiz parte e espero que dê certo, porque estou muito feliz. Acho que é o máximo do esporte, onde todo atleta gostaria de estar, de fazer parte um dia. Quero saber como é, de ver como é estar entre os melhores. Acho que vou gostar de ver o pessoal do futebol, do vôlei e do tênis. Se quero tirar foto com algum atleta em especial? Ah, isso a gente vai saber quando estiver lá. (risos) No momento não tem ninguém assim que eu pense em pedir uma.
Brasil com força máxima
É importantíssimo. E mais importante ainda vai ser chegar bem, sem ninguém com problemas de lesão, meio baleado, como foi no Mundial. Lá na Turquia vários jogadores estavam machucados e eu joguei no sacrifício. Nos Jogos, a competição é rápida e todo mundo tem que saber o que fazer. Magnano está no comando, sabe o que fazer e tem o grupo na mão.
Magnano mais exigente
Acho que não muda muito por estarmos agora nos preparando para os Jogos. Ele vai ser sempre da mesma maneira, sempre exigente seja num treinamento para um Sul-Americano ou para uma Olimpíada. Ele vai ser duro sempre (brinca).
Surpresa na lista?
Não. Magnano teve tempo para acompanhar os jogadores e ver quem está melhor no momento. Eu estava em contato com ele, atualizando a CBB do que estava acontecendo comigo também. Recebi uma atenção especial deles e foi muito legal. Achei legal também a convocação do Larry Taylor. No ano passado, ele chegou no grupo e já se enturmou. Chegou falando português, querendo fazer parte da equipe. Acho que vamos chegar aos Jogos com um grupo maduro.
Anderson Varejão, Basquete (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Jogador também faz trabalho na cama elástica (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
Respeito dos adversários
Os outros países respeitam o basquete brasileiro e olham para gente como um adversário forte. Da mesma maneira que olhamos para eles assim. Não sei se nos últimos anos o respeito era menor. Acho que o problema é que tivemos muitos problemas de lesões que atrapalharam resultados. Estamos num grupo forte em Londres. Se chegarmos bem, teremos chance de passar para a segunda fase e brigar por uma medalha. É na medalha que temos que pensar.
NBB
Vi dois jogos dos playoffs: um de Franca contra São José, e o primeiro da semifinal entre São José e Flamengo. O bicho tá pegando!

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