sexta-feira, 15 de junho de 2012

Vasco faz planos para reforma de São Januário de olho nos Jogos de 2016

Diretoria confia no evento para atrair parceiros que paguem a obra, estimada em até R$ 900 milhões, valor mais alto do que todos os estádios para Copa

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
63 comentários
Dois anos depois de ser confirmado como sede do rúgbi nas Olimpíadas de 2016, o estádio de São Januário começa a ganhar um projeto para sua reforma, que deve durar cerca de três anos. O Vasco montou uma comissão há algumas semanas e já contratou uma empresa para entregar o projeto arquitetônico de como ficará a nova arena, que terá capacidade ampliada para até 45 mil lugares. A diretoria pretende promover uma licitação em outubro, para que as obras comecem tão logo o Maracanã seja liberado para o uso dos clubes cariocas. Nos corredores, o prazo máximo para pôr a mão na massa e fechar as portas é o mês de julho.
A ideia, porém, pode sair cara e custar até R$ 900 milhões, segundo contas superficiais dos cruz-maltinos, valor mais alto do que o de todos os palcos para a Copa de 2014 (o Itaquerão está orçado em R$ 820 milhões, e o Maracanã, reformado, em R$ 808 milhões). Por isso, já há a movimentação para encontrar investidores interessados em tocá-la. Pelo que pesquisou no mercado, o Gigante da Colina espera que haja a formação de um consórcio para realizar o trabalho, utilizando os Jogos do Rio como atração e, claro, a chance de explorar o estádio com eventos e até naming rights (direito de batizar o estádio com o nome de uma empresa). 
Treino Vasco torcida São Januário (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)Torcida prestigia treino na Colina, que pode ganhar cara nova (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
Antes mesmo de a gestão atual assumir, houve diversos projetos embrionários de reforma de São Januário, como o da companhia Luso Arenas, mas nenhum deles saiu do papel. A confiança num resultado diferente desta vez está no tempo apertado pela proximidade das Olimpíadas, que vão atrair para o Rio os olhares do mundo esportivo.
- Não dá mais para adiar. As receitas dos clubes vêm sendo otimizadas, com alternativas interessantes, além de cotas de TV e patrocínios, mas acabam batendo num teto. É impossível viabilizar sem parceiros. Quem pagar, vai ter retorno. Há exemplos de sucesso em arenas pelo Brasil, como as do Corinthians e do Grêmio, que estão sendo terminadas. O Vasco tem sempre preferência e não quer que São Januário seja descaracterizado, até em sua fachada, que é preservada, mas vai se abrir para shows e outras atividades - afirmou o vice de finanças do clube, Nelson Rocha, que está à frente da empreitada.
O dirigente tem a seu lado o vice de patrimônio, Fred Lopes, e vascaínos ilustres e influentes, como o empresário Olavo Monteiro de Carvalho, o secretário municial de Conservação e Serviços Públicos (e ex-coordenador da candidatura do Rio-2016), Carlos Roberto Ozório, e o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, que se mexem politicamente pelas mudanças obrigatórias no entorno do local.
O clube ainda não sabe se o anel da arquibancada será fechado, um sonho antigo que depende do modelo apresentado pelo arquiteto português responsável. Mas exige que a área das sociais sejam mantidas. Além das mudanças internas, o bairro sofrerá alterações, com o alargamento de ruas e facilitação dos acessos, já que o estádio fica perto de vias expressas como a Linha Vermelha e a Avenida Brasil. Algumas casas e prédios que ficam ao redor serão desapropriadas, assim como teve de acontecer em obras de outras partes da cidade.
- Como está hoje, é impossível abrigar um estádio olímpico - apontou Nelson Rocha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário