domingo, 8 de julho de 2012

Federer cala torcida, é hepta em Wimbledon e volta ao topo do tênis

Suíço quebrará recorde de período mais longo como número 1 do mundo

Por SporTV.com Londres
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Pela primeira vez, a Quadra Central, palco de tantas conquistas, torcia contra. O ídolo local, em sua primeira decisão lá, jogava bem. Uma lesão nas costas, sofrida no começo da semana, também pesava. Como se não bastasse, a chuva ainda atrapalhou um momento favorável neste domingo. Roger Federer, no entanto, superou tudo. Jogando um tênis impecável quando mais precisou, o suíço virou a partida, fez 4/6, 7/5, 6/3 e 6/4 sobre Andy Murray e levantou o troféu do Torneio de Wimbledon pela sétima vez.
Roger Federer tênis Wimbledon final troféu (Foto: Reuters)Roger Federer levanta o troféu pela sétima vez na Quadra Central do All England Club (Foto: Reuters)
O suíço festejou jogando-se na grama depois do match point. Quando se levantou, já fazia força para segurar as lágrimas.
- É incrível. O sétimo título me iguala com Pete Sampras, que é um ídolo. Como sabemos, o número 1 não chega de presente. Nunca deixei de acreditar. Comecei a jogar mais, embora tenha minha família agora. Deu certo. Ganhei embalo, confiança. Acho que joguei o meu melhor tênis nas últimas partidas. Não poderia estar mais feliz. É ótimo voltar até aqui como vencedor. É um grande momento. É como se o troféu nunca tivesse me deixado. Este vem na hora certa.
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Além de empatar com Sampras em número de títulos no All England Club, a conquista coloca Federer (campeão de Wimbledon também em 2003-2007 e 2009) de volta no topo do ranking mundial. Quando a ATP atualizar a lista nesta segunda-feira, o suíço será líder pela 286ª semana na carreira. O número iguala o atual recorde, pertencente também ao americano Sampras. Como Djokovic, que perderá a ponta, não jogará na próxima semana, Federer já sabe que será o novo recordista absoluto no dia 16 de julho.
Murray, por sua vez, não conseguiu encerrar um tabu que já chega a 76 anos. Desde 1936, quando Fred Perry triunfou no domingo, Wimbledon não vê um campeão britânico na chave de simples. Na sexta-feira, o escocês, atual número 4 do mundo, já havia encerrado outra seca: desde 1938, com Bunny Austin, o Reino Unido não tinha sequer um finalista em seu Grand Slam.
Torcida festeja bom começo
Murray não deixou a expectativa da torcida incomodar no começo. O britânico abriu a partida jogando um tênis mais agressivo. Com um winner, venceu o primeiro ponto do duelo. Pouco depois, um voleio errado do suíço lhe deu uma quebra e o 1/0 no placar. O tenista britânico atacava mais, mas perdeu duas chances de abrir 3/1 e viu Federer reagir. O suíço acertou uma boa paralela de esquerda para chegar ao break point, com um erro do adversário, empatou: 2/2.
O duelo seguiu parelho e em alto nível. O dramático oitavo game fez diferença. Murray teve game point com seu serviço, mas não aproveitou. Federer teve duas chances de quebra, mas o britânico se salvou com uma boa direita e um voleio difícil. Depois de dez minutos, o tenista da casa confirmou o serviço e passou a pressão para o oponente.
Federer, então, jogou três pontos ruins. Primeiro, tentou uma curta, mas Murray alcançou e ganhou o ponto. Depois, jogou uma direita para fora e cedeu um break point. Por último, mandou uma direita na rede e perdeu o saque. Murray, bem no serviço, fechou em seguida: 6/4.
A segunda parcial começou com Federer no ataque. Já no segundo game, o hexacampeão teve um break point. O britânico, contudo, escapou com uma boa esquerda cruzada. No quinto game, foi a vez de o tenista da casa ameaçar. Após um voleio vencedor, Murray chegou a dois break points. Um smash e um bom saque salvaram o suíço.
No nono game, o escocês outra vez teve chances. Dois erros do suíço geraram um break point, que Murray desperdiçou ao atacar uma esquerda muito longa. O número 4 do mundo ainda teve outro break point, mas Federer atacou bem e mais uma vez, se salvou. As chances não aproveitadas custaram caro. No 12º game, sacando em 5/6, Murray teve 30/15 e jogou uma direita fácil para fora. A dois pontos do set, Federer foi espetacular. Ganhou um rali com uma curtinha e chegou ao set point. Em seguida, atacou, foi à rede e decidiu: 7/5.
A terceira parcial foi interrompida logo no início pela chuva. Após cerca de 40 minutos, os tenistas recomeçaram o jogo, e Federer voltou mais agressivo. Atacando o segundo saque do adversário, o suíço teve múltiplos break points no sexto game. Murray sacava em 40/0, mas duas devoluções colocaram o rival na disputa. O suíço desperdiçou cinco chances de quebra, mas aproveitou a última, com uma série de direitas que Murray não conseguiu responder. O hexacampeão abriu 4/2 e não deu mais chances ao escocês. Com um ace, fez 6/3 e tomou a dianteira.
O britânico já não sacava tão bem como no começo, e Federer vivia seu melhor momento no jogo. No quinto game, dois erros de Murray deram um par de break points ao suíço. Logo na primeira chance, uma espetacular esquerda cruzada deu a vantagem ao hexacampeão.
Vendo seu tenista perto da derrota, a torcida gritava mais a cada game. Federer, entretanto, seguia implacável. No intervalo antes de Federer sacar em 5/4, a Quadra Central inteira estava de pé, cantando o nome do britânico. O mesmo aconteceu depois de Murray vencer o primeiro ponto do game. Pouco adiantou. O suíço encaixou três ótimos saques e chegou a dois match points. Murray salvou o primeiro com uma boa esquerda, mas atacou uma direita para fora e deu números finais ao jogo.

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