sábado, 1 de setembro de 2012

Após carreira 'cigana', Daniel Sarafian vira 'fiel escudeiro' de Demian Maia

Participante do TUF Brasil treinou com Spider, Minotauro e Cigano antes
de se estabilizar em São Paulo e se tornar principal sparring de Demian

Por Adriano Albuquerque Rio de Janeiro
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O país conheceu Daniel Sarafian durante o reality show The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões, no qual o lutador paulista foi um dos finalistas do torneio peso-médio - uma lesão no bíceps do braço esquerdo, todavia, o tirou da grande final contra Cezar Mutante. O programa foi só o ápice de uma trajetória cigana no MMA para Sarafian, que enfim se estabilizou em São Paulo nos últimos três anos e passou a ser o "fiel escudeiro" de Demian Maia.
Antes de chegar à casa do TUF Brasil, Daniel Sarafian já havia treinado com nomes como Anderson Silva, Junior Cigano, Rodrigo Minotauro, Rogério Minotouro e Maurício Shogun. Sua carreira passou a decolar, todavia, quando se estabilizou em São Paulo ao lado de Demian Maia, que conheceu ainda em 2006.
Demian Maia e Daniel Sarafian UFC lutadores (Foto: Adriano Albuquerque / Sportv.com)Amizade no Ultimate: Demian Maia e Daniel Sarafian (Foto: Adriano Albuquerque / Sportv.com)
- A primeira vez que vi o Daniel foi quando ele enfrentou o Jorge Michelin, que treinava com a gente. Fiquei no córner do Michelin e o Daniel ganhou, foi meu primeiro contato. O Michelin acabou ficando amigo dele. Em 2007, quando fui fazer minha primeira luta no UFC, precisava de sparring e o Michelin o chamou para treinar. Ele só tinha uma luta, mas já era duro, tinha boa noção em pé e bom jiu-jítsu - lembra Demian.
Após esse breve contato, Sarafian embarcou para os EUA, onde treinou com a American Top Team, equipe da Flórida que inclui nomes como Antônio Pezão, Thiago Silva, Thiago Alves e Hector Lombard. O paulista chegou a ter uma oportunidade no Bellator, em 2009; lutando com três lesões nos ligamentos do joelho, foi nocauteado por Gary Padilla no segundo round. Acabou voltando para o Brasil e, durante treinos na Bahia com o técnico Luiz Dórea, retomou o contato com Demian. Apesar de conhecer tantos campeões com quem poderia seguir treinando, a identificação com o ex-campeão mundial de jiu-jítsu e a possibilidade de voltar à cidade-natal tornaram essa escolha natural.
- Fui treinar com o Cigano e o Demian foi para lá fazer camp com o Dórea. A gente já era amigo, já se conhecia, e ficamos juntos lá. Ficamos convivendo e combinamos de voltar a treinar em São Paulo. Nasci em São Paulo, gosto de morar lá e ficar próximo da minha família e de meus amigos. Sempre me dei bem com o Demian e isso foi crescendo tanto no aspecto de amizade quanto no profissional. O treino é bom. Juntou eu e Demian, aí vinha mais um, mais outro, e ficou um treino excelente. Não precisava mais sair da minha cidade e de onde eu gosto - afirma Sarafian.
Desde então, Daniel Sarafian se tornou um dos principais sparrings de Demian, que também o ajudou na preparação para as seletivas do TUF Brasil. Segundo o peso-meio-médio do UFC, o colega não alivia nos treinos.
- Ele tem uma característica boa que é a agressividade muito alta. Quando você faz sparring com ele perto de luta, tem que tomar cuidado. É muito difícil eu pegar um cara que jogue uma boa joelhada num treino, porque fica preocupado, mas o Daniel coloca uma joelheira e joga a joelhada. Você tem que ficar esperto, ele não te deixa relaxar, e isso é excelente para meu treino. E ele não é um cara fácil de lutar no chão. Tem cara que é muito perigoso em pé, mas que quando eu faço sparring e coloco no chão, sei que vou ficar tranquilo. Já ele se solta em pé porque se vira muito bem no chão e não fica preocupado se vou derrubá-lo - detalha Demian.
Demian Maia e Daniel Sarafian UFC lutadores (Foto: Adriano Albuquerque / Sportv.com)Demian e Sarafian brincam de dar a tradicional encarada (Foto: Adriano Albuquerque / Sportv.com)
Sarafian, todavia, tem servido mais como observador do que como sparring nos últimos meses, desde que lesionou o bíceps esquerdo e passou por cirurgia. Demian levou o colega para sua luta no UFC 148 contra Dong Hyun Kim, e deve levá-lo novamente para o UFC Rio III, em outubro, quando enfrenta o americano Rick Story. Enquanto isso, aposta em uma série de outras promessas que, como Sarafian antes do TUF, ainda não foram descobertas pelos grandes eventos.
- Tem uma molecada muito boa, uns menos experientes e outros mais. Dos menos experientes, mas com muito potencial, tem o irmão do Daniel, Guilherme Sarafian, que tem quatro vitórias em quatro lutas; tem um aluno meu, o Rafinha Domingos, canhoto, levinho, com uma vitória numa luta na Finlândia, mas que vai ter uma carreira excelente. Tem também os mais experientes, como o Matheus Serafim, que agora está muito focado e ajudou a gente demais nos treinos, tem bom wrestling, boa trocação, jiu-jítsu… E outra pessoa que gosto muito como atleta, pronto para lutar um grande evento mas que ainda precisa de um pouco de experiência, é o Gabriel Veiga, que já lutou inclusive com o Rafael dos Anjos - enumera Demian.
Para Sarafian, o importante, no momento, é permanecer envolvido com o Ultimate, para tornar sua estreia oficial no evento mais tranquila.
- Assim mantém o ritmo de alguma maneira. Já que não posso treinar, tenho que pegar o ritmo de alguma maneira. É bom eu ver o público, entrar no vestiário, ver a tensão do meu amigo, o aquecimento dele. Assim, estou me ambientando, estou vivenciando aquilo. Quando eu voltar, acredito que o impacto não será tão grande, pois estou fazendo parte - explica.

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