sábado, 1 de setembro de 2012

Cachorrão revela preocupação de Edgar com jurados para luta no Brasil

Treinador brasileiro do desafiante de José Aldo diz que objetivo do pupilo
é ser o melhor do mundo e acredita que torcida contra não vai influenciar

Por Ivan Raupp Rio de Janeiro
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Na última luta ele foi roubado no Colorado, onde o Ben Henderson nasceu e foi criado. Foi muito estranho isso. Por isso ele estava preocupado em lutar no Brasil contra o Aldo"
Ricardo 'Cachorrão', treinador de Edgar
Longe do Brasil desde 2009 e do Rio de Janeiro desde 2005, o carioca Ricardo "Cachorrão" Almeida poderá retornar à sua terra natal no UFC 153, em 13 de outubro, uma vez que é um dos treinadores do americano Frankie Edgar, adversário de José Aldo na luta principal do evento. O professor de jiu-jítsu e ex-lutador do Ultimate foi consultado pelo ex-campeão dos leves após a lesão de Erick Koch e o posterior convite de Dana White e contribuiu para que aceitasse o duelo. Cachorrão afirmou que o pupilo ficou animado com a oportunidade, mas revelou que ele se mostrou preocupado com os juízes por estar lutando contra um brasileiro no Brasil. E essa preocupação, explicou o técnico, deveu-se ao fato de o americano acreditar que foi "garfado" em seu último combate, quando perdeu a chance de recuperar o cinturão dos leves diante de Ben Henderson em uma decisão dividida e polêmica dos jurados.
- Eu tinha acabado de chegar aqui na Califórnia e o Frankie me ligou. Falou que o Dana White tinha ligado para ele porque o Erik Koch tinha se machucado. Ele me perguntou: "O que você acha de eu lutar contra o Aldo no Brasil?". Falei que era a chance de ele entrar para a história, de ser campeão em duas categorias diferentes. Falei: "Fica tranquilo, você não é o Chael Sonnen e vai ser bem recebido. Você vai ser vaiado no começo, mas com seu estilo de luta vai se sobressair". A única preocupação dele era em relação aos juízes. Na última luta ele foi roubado no Colorado, onde o Ben Henderson nasceu e foi criado. Foi muito estranho isso. Por isso ele estava preocupado em lutar no Brasil contra o Aldo. E a família dele, que é bem próxima de mim, estava se perguntando: "Será que é perigoso no Brasil?". Quanto aos jurados eu não pude garantir, mas para a família falei que não era perigoso, que eles estavam com uma noção totalmente errada. Se eles forem, vão querer voltar muitas vezes. Garanto que vai ser a viagem que eles mais vão gostar de todas que já fizeram - disse, por telefone, ao SPORTV.COM.
cinturão José Aldo Frankie Edgar UFC (Foto: Getty Images)O cinturão peso-pena do UFC seguirá com Aldo ou irá para as mãos de Edgar? (Foto: Getty Images)
Criado na Barra da Tijuca, onde será realizado o UFC Rio III (Arena da Barra), Ricardo "Cachorrão" contou que outro fator contribuiu para que Edgar aceitasse substituir Erik Koch: a recusa de Jon Jones em enfrentar Chael Sonnen, o que resultou no cancelamento de todo o UFC 151. A resposta positiva de Edgar, para ele, o fez ganhar muitos pontos com Dana White:
- É um momento único, tem que parar para analisar. Primeiro, o Frankie acabou de perder o título dos leves e vai lutar novamente por um cinturão. É algo que não acontece duas vezes. O objetivo dele é ser o melhor do mundo, ele não está ali para fazer gracinha. Segundo, o Jon Jones acabou de sair de um evento (UFC 151) e deu essa confusão toda com o Dana White. Então, é a chance de o Frankie levantar a moral dele no UFC, não só como lutador, mas dentro da corporação. Eu e o Mark (Henry, treinador de boxe) vínhamos estudando o Aldo há algum tempo. Depois que o Frankie nocauteou o Gray Maynard (no UFC 136, em outubro de 2011), o Mark pegou alguns vídeos. Claro que não pensamos que aconteceria imediatamente, mas sempre acreditamos no talento do Frankie, sem desrespeito ao Aldo.
Ricardo Cachorrão e Frankie Edgar (Foto: Ivan Raupp / globoesporte.com)O brasileiro Ricardo 'Cachorrão' e Frankie Edgar,
seu aluno de jiu-jítsu (Foto: Arquivo pessoal)
Quanto às vaias que Frankie Edgar certamente irá receber, Cachorrão não se mostrou preocupado. Ele acredita que, no MMA, a torcida não tem o mesmo poder que no futebol:
- Nunca lutei no Brasil - adoraria, mas não aconteceu -, mas lutei algumas vezes onde morei em Nova Jersey e na Filadélfia, e acredito que no MMA a torcida em casa nao é igual ao futebol. Até motiva a treinar mais, mas não traz uma preocupação maior para o lutador. Não vejo a torcida ter influência. Posso estar errado, outros podem pensar diferente. Mas o Frankie está acostumado, é vaiado em qualquer lugar. Foi vaiado contra o BJ (Penn), contra o Ben Henderson, e no fim todo mundo gritava o nome dele. Ele tem esse estigma de ser o Rocky Balboa do UFC. Tenho certeza de que, independente do resultado, ele vai sair dali com o público amarradão nele.

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