Werdum entende UFC, mas lamenta
a longa espera por luta: 'É horrível'

Peso-pesado revela ter recebido carta branca para lutar por agora, mas que não seria valendo a chance de disputar o cinturão. Joe Silva pede paciência

Por Ivan Raupp Rio de Janeiro

20 comentários

Werdum comemora vitória sobre Mike Russow no
UFC 147 (Foto: Inovafoto / Divulgação / UFC)

Fabricio Werdum ganhou moral com o UFC após vencer as duas lutas que fez em seu retorno à organização. Sem ser ameaçado, o gaúcho derrotou Roy Nelson no UFC 143, por decisão unânime dos jurados, e Mike Russow no UFC 147, por nocaute no primeiro round. O bom desempenho fez com que o Ultimate prometesse a ele que o próximo combate seria por uma chance de disputar o cinturão peso-pesado. Só que já se passaram três meses desde então e nada foi marcado ainda, o que já incomoda o lutador brasileiro. Werdum, no entanto, não quer repetir o erro que diz ter cometido no passado, quando foi derrotado por Junior Cigano.
- Não tem nada ainda. Estou aqui esperando. Meu empresário falou com o Joe Silva (casador de lutas do UFC), e ele falou que "tudo bem" se eu quisesse voltar agora, mas que não seria uma luta que me levaria para o título. Mas, se eu tiver um pouco mais de paciência, aí lutaria contra alguém mais de nome, melhor ranqueado, para me credenciar para o cinturão. Ele me falou que a minha parte eu já fiz, e eu realmente mostrei que estava bem nas últimas duas lutas. E já aconteceu isso contra o Cigano. Eu estava perto do cinturão do UFC, me ofereceram uma luta para dois meses depois e eu quis lutar rápido. Tomei um nocaute. Não tive paciência, queria lutar de qualquer jeito, era mais jovem. Agora não posso cometer o mesmo erro - disse ao SPORTV.COM.
Apesar de entender a posição do UFC, o peso-pesado lamenta a situação. No momento, ele segue treinando, mesmo sem saber quem vai enfrentar ou quando voltará a atuar.
- Claro, é horrível. Queria poder ter uma coisa certa. Queria ter acabar a luta como acabei no Brasil e já ter uma coisa engatilhada, contra esse lutador, nessa época. Treinar com um objetivo. Mas treinar com o Rafael Cordeiro, o (Renato) Babalu, é sempre uma motivação - declarou.

O brasileiro 'passa o carro' em Roy Nelson no UFC 143, em fevereiro (Foto: Getty Images)

As possibilidades que parecem mais prováveis para Fabricio Werdum são duas: um duelo contra o vencedor de Stefan Struve x Stipe Miocic, que ocorre no próximo dia 29; ou uma "negra" diante do holandês Alistair Overeem, contra quem tem uma vitória e uma derrota. No caso de Overeem, o brasileiro teria de esperar, no mínimo, até o dia 27 de dezembro, quando o possível oponente irá recuperar sua licença de lutador após ter sido suspenso por doping. Vale lembrar que o Ultimate tem evento marcado para 29 de dezembro, o UFC 155, que por sinal terá como atração principal a disputa de título entre o campeão Junior Cigano e Cain Velásquez.

A impressão que eu tenho é
que perdi a última luta. Quando
a gente ganha, a luta seguinte
vem rapidinho. Quando perde, demora mais. Então estou meio assim por isso"

Fabricio Werdum

- Eu não sei. Acho que pode ser o Overeem, mas até ele lutar só seria em janeiro ou fevereiro. Vou ficar quanto tempo sem lutar? A impressão que eu tenho é que perdi a última luta. Quando a gente ganha, a luta seguinte vem rapidinho. Quando perde, demora mais. Então estou meio assim por isso. Nunca escolhi luta, mas cheguei em um ponto em que tenho que pensar bem. Se o Joe Silva falou isso... Mas eu não queria ficar tanto tempo sem lutar. Tenho uns três anos de carreira ainda. E no peso-pesado, se eu perco, terei de voltar para o fim da fila de novo.
E por falar na luta Cigano x Velásquez, Werdum aposta em nova vitória do compatriota sobre o americano, mas desta vez com uma dose maior de dificuldade. O desejo que ele não esconde há algum tempo é fazer a revanche contra Cigano, de preferência pelo cinturão da categoria até 120,2kg. Em 2008, no UFC 90, Werdum foi nocauteado pelo atual campeão.
- Quero que o Cigano ganhe para fazer essa revanche que tanto quero pelo cinturão. Seria o ápice da minha carreira. O que mais desejo é isso, para fechar com chave de ouro. Na primeira luta o Velásquez estava há muito tempo sem competir, não estava tão confiante. Agora acho que vai ser diferente. Mas é o Cigano de novo. Ele está bem, é um cara inteligente, sempre treinou muito. Acho que ele vai ganhar de novo, mas não vai ser tão tranquilo como da última vez, não vai ser tão rápido.