Teste para 2014: Mané Garrincha sofre com protestos, bares e assentos
Abertura da Copa das Confederações em Brasília expõe problemas de organização e pontos a melhorar para a Copa do Mundo
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Protesto no entorno do Mané Garrincha
(Foto: Nilton Fukuda/Agência Estado)
Bombas de efeito moral, tiros com bala de borracha e muita correria. Em
alguns momentos, o entorno do Estádio Mané Garrincha se transformou em
um verdadeiro campo de batalha neste sábado, pouco antes da vitória do
Brasil por 3 a 0 sobre o Japão, pela abertura da Copa das Confederações,
em Brasília. Dentro do estádio, problemas que já tinham acontecido nos
eventos-teste realizados voltaram a atormentar os torcedores, como
cadeiras inexistentes, longas filas nos bares e falta de alimentos.
Problemas de organização que terão um ano para serem resolvidos e não
prejudicar a Copa do Mundo de 2014.(Foto: Nilton Fukuda/Agência Estado)
Seguindo a onda de protestos que tomou conta de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro nas últimas semanas, estudantes de Brasília organizaram uma grande movimentação para este sábado. No início, o protesto foi pacífico e controlado pela polícia. No entanto, quando os portões do estádio foram abertos, por volta de 12h, os manifestantes conseguiram se aproximar dos locais de entrada dos torcedores. A princípio, as forças de segurança apenas cercaram os protestantes, mas depois de cerca de uma hora de tensão, reagiram com bombas de efeito moral e balas de borracha, gerando grande correria entre torcedores que aguardavam para entrar no estádio.
- Estava na fila com minha esposa e meu filho quando começou a correria. Carros passando, cavalos correndo em nossa direção. Ficamos muito assustados. Acho que todos têm o direito de protestar, até concordo com algumas das reivindicações. Mas tem que ter mais consciência dos manifestantes e da polícia porque tem muita gente que não tem nada com a história em perigo - afirmou o servidor público Alan Kennedy.
Bares apresentam filas longas, mas comida acaba antes de a bola rolar (Foto: Fabrício Marques)
Após os problemas na entrada, os torcedores ainda encontraram outras dificuldades dentro do estádio. A principal delas, a demora nas filas e a falta de produtos nos bares.
Antes mesmo do início do jogo, alguns já estavam sem comida e bebida.
Os organizadores tentaram repor, mas não foi suficiente e houve muita
reclamação.- As máquinas de passar o cartão não funcionam. Há poucos atendentes. Falta comida. A bebida, quando tem, está quente. Muito mal organizado - protestou o torcedor Ramon Aquino.
Muitos torcedores também sofreram com cadeiras inexistentes. No setor 407, o servidor federal Luiz Gustavo Duarte comprou o ingresso para o assento 38 da fileira T. No entanto, só havia até o número 37.
- Acho um absurdo. Procuramos o pessoal da Fifa e nos ofereceram sentar em outro setor, atrás do gol. Ia ficar longe da família e em um lugar pior. Preferi sentar no degrau da arquibancada mesmo - reclamou o torcedor, acompanhado de vários outros que sofreram com o mesmo problema.
Torcedores exibem ingressos: sem cadeira, escada virou assento (Foto: Fabrício Marques)
Outra reclamação frequente entre os torcedores foi sobre a divisão do
mapa de assentos do estádio. Um grupo que comprou ingressos da categoria
1, a mais cara (R$ 266), acabou sentando na última fileira do estádio.- É uma vergonha. Não deram um mapa para escolhermos os assentos. Compramos pensando que ficaríamos mais perto do campo e acabamos sentando na última fila. Isso não pode acontecer - protestou o médico Lázaro Miranda, de 63 anos.
- Foi legal. O estádio é bonito e o Brasil venceu. Mas ainda tem muito o que melhorar. Faltou sinalização e orientação na entrada e dentro do estádio. As filas dos bares estavam impossíveis. Com certeza, vão precisar rever estas coisas para a Copa do Mundo do ano que vem - avaliou ao fim do jogo o torcedor Rodrigo Ferreira.
Torcedores reclamam de lugares no alto apesar de terem comprado ingressos caros (Foto:Fabrício Marques)
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