Lutador de MMA do AP é único brasileiro em torneio no Peru

Bruno Jacundá disputa o card principal do '300 Esparta II', próximo dia 17. Antes da viagem o lutador precisa vencer outro desafio: conseguir patrocínio

Por Wellington Costa e Cassio Albuquerque Macapá, AP

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No próximo dia 17, Bruno Pereira, de 20 anos, viaja para Lima, capital do Peru, onde representará o país no circuito "300 Esparta II". Bruno Jacundá, como é conhecido, é o único brasileiro a disputar o card principal. A competição conta com a presença de lutadores peruanos e equatorianos. O vencedor do torneio recebe uma quantia em dinheiro e garante vaga no Inka Fight Championship (IFC), o maior torneio de luta daquele país. Bruno fará o duelo principal da noite, contra o peruano Manuel Mesa.
- Eu estou ansioso para o combate. Estou praticando uma sessão de treino pesado e seguindo uma dieta rigorosa para chegar até lá com o peso correto. Não irei subestimar o adversário, mas estou confiante que posso fazer uma boa luta, - informou.

Bruno fará a luta principal do card contra o peruano Manuel Mesa (Foto: Bruno Jacundá/Arquivo Pessoal)

Jacundá disputa na categoria 66 quilos. Um pouco acima do peso, com atuais 70, terá que reduzir 4 quilos para poder subir no octógono. Perder peso tem sido difícil para o atleta.
- Perder peso é a maior dificuldade que eu tenho. Retenho muito líquido e isso é difícil. Tenho que pegar pesado nos treinos e fazer desidratação, - comentou Jacundá.
A falta de patrocínio é o principal oponente do lutador. Para a competição do dia 17, Bruno conta apenas com a passagem de ida, doada pela Secretaria Estadual de Desporto e Lazer (Sedel). O lutador ainda não conseguiu apoio para custear sua passagem de volta para o Brasil. A viagem está marcada para a noite desta segunda-feira (15).
- Estou indo para o Peru apenas com a passagem de ida. Meus técnicos estão correndo atrás de apoio para minha hospedagem. Quanto a volta, ainda estamos indo atrás de apoio, mas acredito que vai dar tudo certo - disse Bruno.
Torneiro mecânico, Bruno Jacundá é de origem humilde. Morador da zona norte de Macapá, o lutador não imaginava que ganharia destaque no cenário das artes marciais no Amapá em pouco tempo. Em dois anos como lutador profissional, o histórico do atleta conta com 6 lutas que totalizam 4 vitórias, 1 empate e 1 derrota.

Falta de patrocinador é seu principal rival, confessa o
lutador Bruno (Foto: Bruno Jacundá/Arquivo Pessoal)

Bruno conheceu o mundo da luta através dos professores lutadores Fran Façanha e Warllen Ramon, que hoje são seus técnicos. Começou com o jiu jitsu e depois seguiu para o muay thai e MMA. O jovem lutador treina no time 'Urso Team', e tem o sonho de um dia atuar no UFC.
- Há dois anos eu lutava jiu jitsu, quando o lutador Adson Preguiça me convidou a treinar MMA. Daí fui gostando e não parei mais, - contou.
O alto rendimento de Bruno Jacundá como lutador foi imediato. Em sua segunda luta, o atleta teve oportunidade de competir o Jungle Fight 2012, que aconteceu em Belém (PA). Jacundá perdeu a luta para o campeão costa-riquenho, Alejandro Villalobos.
- Apesar de ter perdido a luta, conseguimos perceber a vocação do nosso atleta para os tatames, pois muitos lutadores iniciantes começam a carreira em competições estaduais e nacionais para depois competirem fora do país. Com o Bruno foi o oposto, já conseguiu lutar em evento estrangeiro, contra atletas internacionais de alto rendimento em sua segunda luta, - avaliou de forma otimista o técnico Warllen.
Como vai estar na casa do adversário, ele pede boas vibrações dos amapaenses e do Brasil para a luta do dia 17, e já ensaia o discurso da vitória.
- Agradeceria a toda minha equipe. Se não fossem eles, eu não estaria aqui, - disse Jacundá.