quarta-feira, 28 de maio de 2014

Felipão vira "psicólogo" e conquista atletas da Seleção com carinho familiar

De acordo com Regina Brandão, psicóloga da seleção brasileira, técnico está no caminho certo para ter o grupo nas mãos: "É importante essa recepção calorosa"

Por Teresópolis, RJ
Marcelo encontra luiz felipe scolari felipão   (Foto: Reprodução )Felipão abraça Marcelo: lateral foi o último a
sentir o carinho do treinador (Foto: Reprodução )
Um abraço aqui, um afago ali, um carinho acolá... Felipão recepcionou efusivamente os jogadores da seleção brasileira na Granja Comary. Fez questão de cumprimentar um por um. Parecia um pai recebendo os filhos para as férias na região serrana do Rio de Janeiro. O descanso, é verdade, passa bem longe da Copa do Mundo, mas o técnico da seleção brasileira criou uma base segura para os seus jogadores. Tal como um patriarca ou um avô daqueles bem carismáticos. Tudo psicologicamente pensado.
- Em um grupo muito jovem, como esse convocado pelo Felipão (média de 27,7 anos), é muito importante essa recepção calorosa. É muito positivo. E ele é um treinador que tem uma habilidade muito grande para montar grupos e motivá-los. Estudos comprovam que o jogador brasileiro, de uma maneira geral, rende mais quando está feliz, em um ambiente seguro, onde ele tem de fazer apenas o que sabe melhor, que é jogar futebol – declarou Regina Brandão, psicóloga da Seleção.
Felipão com as psicólogas Gisele Silva, Regina Brandão e Aline Magnani no almoço da Seleção  (Foto: Reprodução / Instagram)Felipão com as psicólogas Gisele Silva, Regina Brandão e Aline Magnani no almoço da Seleção (Foto: Reprodução / Instagram)
Parceira de longa data do técnico, Regina chegou nesta quarta-feira à Granja Comary para traçar o perfil psicológico da seleção brasileira. Ela é pé-quente. Em 2002, na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, ela fez o mesmo trabalho com Felipão. Voltou para o Brasil com o pentacampeonato mundial.
- A primeira parte positiva é que o Felipão traz na bagagem uma experiência de sucesso em uma Copa do Mundo. Mas não só isso: as experiências anteriores dele formam um pacote muito bom. Os jogadores vão viver muitas emoções num curto período de tempo. É importante ter segurança interna. Isso vai ser fundamental no caminho da seleção brasileira – acrescentou a psicóloga.
Felipão assumiu a Seleção em novembro de 2012, mas foi estrear com o time apenas em fevereiro de 2013. Apesar do pouco tempo de trabalho, o técnico conseguiu conquistar rapidamente os jogadores. Na Copa das Confederações foi possível perceber isso. Assim como às vésperas da Copa do Mundo no Brasil. É comum os atletas elogiarem espontaneamente o treinador. “Bom líder”, “engraçado”, “campeão”, “vencedor”... Essas são apenas algumas das definições.
- O Felipão tem muita capacidade de controlar o grupo. Ele está feliz, tranquilo, bem sereno. E muito confiante com o trabalho dele na Seleção – opinou Regina Brandão.

Mosaico Felipão abraços Seleção Brasileira (Foto: Editoria de Arte)

Mas não é só isso. Se os jogadores veem em Felipão um porto seguro, o técnico tem ao seu lado a experiência de Carlos Alberto Parreira. A caminho de sua décima Copa do Mundo (foram seis como treinador, duas como preparador físico e uma como observador), o coordenador técnico da Seleção é o apoio do atual comandante.
- A presença do Parreira tem sido fundamental. Não existe pessoa melhor para estar nessa missão com o Felipão. É uma pessoa muito tranquila, vencedora, e que dá o apoio necessário ao treinador – finalizou a psicóloga da seleção brasileira.
Apesar de todo o carinho demonstrado por Felipão com os jogadores na chegada a Teresópolis, o grupo sabe que ele não terá pudor quando precisar cobrar veementemente. Os abraços e afagos de ontem podem virar bufadas e reclamações amanhã. Mas isso também faz parte da caminhada rumo ao hexacampeonato.

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