Marcelo se irrita com pergunta sobre safra ruim e ri de gafe com aniversário

Lateral é irônico ao ser questionado sobre falta de craques e anima entrevista ao discutir com repórter que errou sua data de nascimento: "Deu ruim, velho"

Por Alexandre Lozetti e Leandro CanônicoTeresópolis

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Famoso pelo estilo brincalhão, Marcelo começou a coletiva desta quinta-feira arredio, fechou a cara quando questionado sobre sua alegria e até deu resposta atravessada. Quando a questão foi sobre a produção de craques brasileiros, não houve risos. Marcelo foi mais ríspido com o jornalista e, irônico, rebateu veementemente a pergunta.
- Essa pergunta é sua? Mesmo? Porque eu acho sacanagem você falar que o Brasil não está formando mais craques. É só você ver a nossa Seleção, ver vários jogadores que não foram convocados e que estão arrebentando na Europa – respondeu (veja no vídeo acima).

No final das perguntas, no entanto, apareceu o Marcelo de sempre. O lateral arrancou gargalhadas na sala de imprensa ao debater a data de seu aniversário. Questionado sobre como seria fazer aniversário no dia da estreia da seleção brasileira, em 12 de junho, ele logo rebateu:
- Meu aniversário é 12 de maio.
- 12 de junho – disse o repórter.
- Você quer saber mais do meu aniversário do que eu? – respondeu o lateral, caindo na gargalhada e perdendo até o rumo da entrevista.
- Deu "ruim", velho - sorriu.

Após início sério, Marcelo arranca gargalhadas após gafe de repórter sobre aniversário (Foto:Gaspar Nóbrega / VIPCOMM)

A confusão de datas tem a ver com um erro em um dos perfis do lateral do Real Madrid na enciclopédia livre “Wikipédia”. Em um deles, a data de 12 de junho aparece como a certa. Mas o jogador deixou bem claro a data do seu nascimento.
- Nasci no dia 12 de maio de 1988, tá!?
O momento de descontração foi antecedido por um clima bem diferente daquele que Marcelo mostra dentro de campo e nos bastidores da seleção brasileira. Sempre brincalhão e apontado pelos companheiros como um dos líderes da zoeira, o lateral-esquerdo se fechou no começo da entrevista coletiva desta quinta-feira.

Marcelo começa a entrevista mais sério, mas é "dedurado" por Hernanes (Foto: Mowa Press)

- Não faço piadas, não – rebateu a primeira pergunta sobre o seu estilo.
Hernanes, seu companheiro de coletiva nesta quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis, não concorda. Já tinha entregado o companheiro minutos antes.
- O Marcelo é muito criativo. A criatividade que ele tem dentro de campo é a mesma que tem fora para zoar alguém. Ele faz isso com muita criatividade. É sempre muito alegre, sabe dançar, tem uma mente fértil – falou o volante.
Mais adiante, o lateral-esquerdo do Real Madrid, porém, falou sobre sua alegria. Mas não com a mesma empolgação que demonstra nas fotos e nos treinos.
- Sobre a minha alegria, está na minha cara. Estou podendo disputar uma Copa do Mundo no meu país. Essa é a minha alegria, de estar aqui. Estou sempre alegre – disse.

Marcelo em treino da Seleção nesta quarta ao lado de Neymar: lateral é um dos mais brincalhões (Foto: EFE)

A postura mais arredia e séria de Marcelo durante as perguntas chamou a atenção. Tanto que ele foi questionado a respeito. Novamente ele foi incisivo.
 - Não mudo! Se eu achar as perguntas engraçadas, vou rir. Se não, vou ficar sério. A alegria tenho sempre, fora, com família, amigos, com quem não conheço. Quem me conhece sabe como eu sou, não tenho que ficar dando uma de bonzinho aqui na câmera, não tenho porque fazer mistério. Se uma coisa é engraçada vou rir, se é chata vou ficar sério - comentou.
Confira os principais tópicos da entrevista do lateral:

Dúvida em 2010, certeza em 2014
Não me acho uma certeza, faço meu trabalho desde os 17 anos, o Fluminense me ajudou muito, amadureci bastante, mesmo com pouco tempo. No Real Madrid amadureci mais. Na minha cabeça sempre foi assim, dando melhor de mim. Trabalhando para chegar à Seleção. Infelizmente não fui em 2010, mas minha esperança de disputar uma Copa do Mundo com o Brasil nunca acabou. Sempre tive essa esperança e hoje, graças a Deus, posso ter essa oportunidade.

Protestos
A imagem que tive quando cheguei aqui no Brasil foi de todos me dando força para fazer uma boa Copa do Mundo, batendo palma. Olhei na cara de cada pessoa, todo mundo contente de ver um jogador que vai representar seu país na Copa. Sobre protestos, cada um tem sua opinião, acho que vale para qualquer pessoa. Tirando violência, para mim cada um tem sua opinião e eu respeito. Quem acha que tem que protestar por alguma coisa, vai protestar. Nós, jogadores da Seleção, temos que jogar bola e dar alegria ao povo brasileiro, não podemos fazer muito mais. Não podemos ficar falando, temos que jogar nossa bolinha, fazer nosso trabalho e ganhar. Assim a gente pode ajudar bastante, como ajudamos um pouco na Copa das Confederações.
Respeito da Espanha
Atualmente a Espanha é a melhor do mundo. Mas não vi mudança nenhuma pelo fato de a seleção brasileira ter jogado contra a Espanha e ter ganhado o título da Copa das Confederações. Eles respeitavam muito a Seleção antes e continuam respeitando.
Favoritismo
Essa pressão de ser favorito não atrapalha, a gente sabe o potencial que temos, sabemos dos nossos objetivos.
Briga por posição
Não me sinto garantido na Seleção, se eu falar assim é até desrespeito ao Maxwell. Estamos no mesmo barco, eu brigo para jogar, ele briga para jogar, estamos para ajudar o grupo da Seleção. Não me sinto confortável, sempre quero mais, quero jogar, representar bem meu país.
A seleção brasileira volta a treinar às 15h30 desta quinta-feira, na Grana Comary. Haverá trabalho físico em caixa de areia.