segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Amanda Nunes relembra duelo com Zingano e revela crise de ansiedade

Brasileira não acredita que ex-adversária ofereça perigo ao reinado de Rousey: "Ronda vai levar essa com tranquilidade", diz

Por Uberlândia, MG
A brasileira Amanda Nunes amargou o seu primeiro resultado negativo no UFC em setembro, quando foi derrotada por Cat Zingano em duelo pelo UFC 178. Pouco mais de um mês após o episódio, a atleta revelou ao Combate.com que teve uma crise de ansiedade dentro do octógono e acredita que esse tenha sido o principal motivo para o revés:
- A primeira coisa que aconteceu comigo foi a adrenalina. Isso já vem acontecendo comigo no decorrer da minha carreira, até mesmo em lutas que eu venci. Já tive esse problema com adrenalina, que me consome. Eu acabo ficando sem gás, fico fraca no decorrer da luta. Acredito que o problema contra a Cat tenha sido a adrenalina, pois quando eu coloco o pé no octógono, começo a ter essa crise. O coração começa a bater acelerado e a adrenalina toma conta de mim. E aí eu quero terminar logo a luta e acabo tendo esse desfecho. Mas esse é um erro que eu já cometia e que passei a enxergar melhor depois dessa luta. E ainda bem que foi agora, porque quando eu chegar no cinturão, não vou sair mais de lá.
Amanda Nunes, UFC (Foto: Ivan Raupp)Amanda Nunes diz que faz yoga para tentar controlar a adrenalina antes das lutas (Foto: Ivan Raupp)
A lutadora reconheceu a superioridade de Cat, que aguentou um castigo no início do primeiro round e se recuperou, conseguindo um nocaute técnico no terceiro assalto. Ela também garante que aprendeu a lição e que vai lutar com unhas e dentes para voltar ao topo da divisão e disputar o título da categoria:

- A única coisa que eu levei dessa derrota foi positiva, pois descobri uma coisa em mim que eu já tinha, só que não sabia com 100% de certeza que era a causa. Depois dessa luta, eu percebi o que estava errado. O meu treinamento foi perfeito para o duelo contra a Cat, eu estava muito bem no gás, a parte de trocação e o chão estavam muito afiados. Eu sabia que ela ia tentar me colocar para baixo, sabia todo o jogo dela. Mas acho que não era o meu dia e a minha adrenalina não ajudou. Era o momento dela, que é uma menina que já está há bastante tempo no ramo e eu acredito que ela mereceu a vitória. Também merece disputar o cinturão, mas estou bem, pois sei que vou continuar e vou dar a volta por cima.
Estou fazendo yoga e um trabalho de concentração mais profunda, além de alguns tratamentos na parte de suplementação, que o meu corpo realmente precisa. O atleta não é só treino duro, também tem que fazer a parte da concentração e baixar a adrenalina, para chegar lá e mostrar seu desempenho"
Amanda Nunes, atleta de MMA
A  “Leoa” explicou que, após o UFC 178, foi procurar ajuda profissional para tratar o problema.
- Estou fazendo yoga e um trabalho de concentração mais profunda, além de alguns tratamentos na parte de suplementação, que o meu corpo realmente precisa. O médico analisa o meu sangue, vê a porcentagem de todas as proteínas que eu preciso e me dá a prescrição. Estou tendo um cuidado muito grande agora com o meu corpo e na parte mental também, que é importante. O atleta não é só treino duro, também tem que fazer a parte da concentração e baixar a adrenalina, para chegar lá e mostrar seu desempenho.
Com um cartel de nove vitórias e quatro derrotas, a brasileira espera voltar ao octógono em breve. Ela, inclusive, sonha em lutar no mesmo card que Anderson Silva, que enfrenta Nick Diaz na luta principal do UFC 183, no dia 31 de janeiro, em Las Vegas, nos EUA:
- Estou muito bem, já voltei a treinar. Acho que vai ser um presente se eu voltar no card do Anderson. Com esse retorno dele, seria "a volta" dele e a minha também. Realmente eu quero voltar 100%.
Quanto à Cat Zingano, que agora disputará o cinturão de Ronda Rousey no dia 28 de fevereiro, em Los Angeles, Amanda acredita que ela não será um grande desafio para a campeã peso-galo do UFC:
- Não acho que a Cat Zingano ofereça perigo à Ronda. Nas posições que a Cat esteve comigo no duelo, ela não me finalizou.Se eu estivesse no lugar dela, eu certamente a finalizaria. Aquela chave de braço estava encaixada, meu cotovelo estava passando, era uma posição muito perigosa. Pode ver que, na luta, eu deixo o braço e começo a tirar a perna dela de cima. Então não era uma posição em que ela estava confortável. Acho que o wrestling dela é forte, mas mais porque eu não estava bem na luta. Ela não oferece perigo algum à Ronda, mas pode oferecer às meninas que estão vindo agora. A Ronda leva essa com tranquilidade - opinou.

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