quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

"Nem estreei no UFC e já sinto que tenho muito a provar", diz Holly Holm

Ex-campeã mundial de boxe busca inspiração no pugilismo para superar pressão em sua primeira luta pelo maior evento de MMA do mundo

Por Las Vegas
Contratada desde julho pelo Ultimate, a americana Holly Holm finalmente fará a sua estreia na organização no próximo dia 28 de fevereiro, contra a ex-participante do TUF 18, Raquel Pennington. O duelo entre as duas estava marcado para o último dia 06 de dezembro, mas Holm machucou o pescoço e foi obrigada a se retirar do card. Recuperada da lesão, ela agora só quer saber de pisar pela primeira vez no octógono mais famoso do mundo, e sabe que terá nos ombros a pressão de vir sendo apontada por especialistas e pela mídia americana como a lutadora que pode vir a derrotar a campeã peso-galo Ronda Rousey.
Holly Holm,  UFC  (Foto: Evelyn Rodrigues)Holm acha que pode vencer Ronda Rousey, mas está focada em Raquel Pennington (Foto: Evelyn Rodrigues)
- Estou ficando bem ansiosa, mas também empolgada. Não vejo a hora de entrar no octógono pela primeira vez.  Há muita pressão, mas sinto que é algo que devo aceitar. Se ninguém estivesse falando sobre mim, significaria que talvez ninguém esperasse ou pensasse que eu poderia fazer algo grande. Então eu procuro aceitar essa badalação como um elogio. Nem estreei ainda no UFC e sinto que tenho muito a provar, então não gosto de ficar falando sobre o cinturão, porque a Raquel Pennington vem primeiro. Se eu não lutar bem contra ela, todo mundo vai ficar questionando a expectativa em cima de mim, se era verdadeira. Por isso, só quero pensar agora nessa primeira luta, porque cada lutador é uma ameaça e a Raquel estará na minha frente primeiro - declarou em bate-papo com os jornalistas nos bastidores do UFC 182, em Las Vegas.
Companheira de treinos de Jon Jones na Jackson's MMA, em Albuquerque, nos EUA, Holly tem um currículo estelar no boxe: foi 18 vezes campeã mundial, em três categorias diferentes. Nas artes marciais mistas, ela possui sete lutas e sete vitórias, todas em campeonatos menores, mas é nas experiências de vida que passou quando ainda era pugilista que a agora lutadora de MMA pretende buscar forças para chegar a disputar o cinturão da divisão no UFC.
- Eu superei grandes desafios na carreira. Minha primeira luta de boxe foi também a minha primeira como profissional. Eu tinha apenas lutas amadoras de kickboxing no meu cartel quando chegaram para mim e disseram: “Ah, temos uma luta para você, mas é uma luta profissional de boxe”. Tive que acreditar em mim, que poderia entrar em uma luta de boxe e me sair bem, e foi isso que fiz. E aí, quando estava com 12 lutas na carreira, me colocaram para lutar contra Christy Martin, que tinha 50. Depois, lutei nas preliminares de um card que tinha o Mike Tyson, e aquilo foi enorme para mim, mas todo mundo estava dizendo que eu iria perder. As apostas eram malucas, eu era a grande azarona, e acabei entrando lá e sendo nocauteada pela francesa Anne Sophie Mathis. Ela não perdia havia 17 anos e acho que 21 das 24 vitórias de sua carreira tinham sido por nocaute. Tive que superar essa derrota para ela e voltar a pisar no ringue meses depois contra a mesma pessoa, ainda acreditando em mim mesma. Já passei por muita coisa e acho que isso vai me ajudar no MMA. Confio em mim mesma e isso vai me ajudar a superar o que tiver que superar. Esse é um novo esporte para mim, e acho que tenho que aprender muito ainda, mas estou aqui para isso.
Boxe Holly Holm e Anne Sophie Mathi (Foto: Agência Getty Images)Holm em ação no boxe: foram 33 vitórias, duas derrotas e três empates  (Foto: Agência Getty Images)
Questionada sobre o que acha da campeã peso-galo do UFC, Ronda Rousey, Holm elogiou as conquistas da ex-judoca, mas disse acreditar que a maioria de suas desafiantes entram para lutar contra ela derrotadas mentalmente.
- Eu acho que a Ronda é ótima. Ela atropelou todo mundo de uma forma que pareceu fácil. Se é difícil vencê-la? Com certeza. Todo mundo tem tentado usar o seu melhor jogo, e tem sido em vão. Por outro lado, ninguém é invencível. Todo mundo é humano. Se eu pensar em uma luta desse tamanho, tenho que entrar lá acreditando em mim mesma. Eu penso assim desde o começo da minha carreira: se você não acha que pode fazer algo, você não deve nem tentar, pois já está entrando lá derrotado mentalmente. Não tem como vencer uma luta se você está entrando no octógono e pensando: “Será que consigo?”. Você tem que acreditar 100% em si mesma, porque ninguém pode lutar por você. Você estará sozinha lá dentro.
A atleta também afirmou que ficou feliz em saber que enfrentaria Raquel Pennington. Com três lutas no UFC, Raquel  tem cinco vitórias e quatro derrotas na carreira, mas deixou boa impressão como uma das participantes do TUF 18, que foi a primeira edição do reality show americano a destacar lutadoras femininas.
- Fiquei feliz em saber que a Raquel vai continuar sendo a minha adversária, porque essa seria a minha luta de estreia, que acabou cancelada por causa da minha lesão. Sei que não foi justo com ela, que estava treinando para o dia 6 de dezembro e acabou enfrentando outra pessoa, mas estou feliz que ela aceitou lutar comigo em 28 de fevereiro.  Pennington foi bem em sua última luta, acabou sendo testada em alguns momentos, mas se saiu muito bem e esperou pelo momento certo. Então, a Raquel não é uma adversária contra a qual não posso me sentir muito confortável ou lenta - finalizou.
UFC 184
28 de fevereiro de 2015, em Los Angeles (EUA)
CARD DO EVENTO (até agora):
Peso-médio: Chris Weidman x Vitor Belfort
Peso-galo: Ronda Rousey x Cat Zingano
Peso-pesado: Antônio Pezão x Frank Mir
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Yoel Romero
Peso-médio: Mark Muñoz x Roan Jucão
Peso-meio-médio: Josh Koscheck x Jake Ellenberger
Peso-galo: Kid Yamamoto x Roman Salazar
Peso-médio: Alan Jouban x Richard Walsh
Peso-pesado: Derrick Lewis x Ruan Potts
Peso-galo: Holly Holm x Raquel Pennington

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