sábado, 5 de março de 2016

Maior parceiro do Palmeiras é acusado de fraude, segundo revista

José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa, teria forjado assembleia geral para tomar controle de entidade sem fins lucrativos; disputa na Justiça é estimada em R$ 500 mi

Por São Paulo
Leila Pereira, Paulo Nobre e José Roberto Lamacchia, representantes de Palmeiras e Crefisa (Foto: Divulgação)Lamacchia (à dir.), ao assinar contrato de patrocínio com o Palmeiras (Foto: Divulgação)
O empresário José Roberto Lamacchia, proprietário da Crefisa, maior parceiro do Palmeiras, é acusado de fraude para tomar o controle da associação que comandava a FAM (Faculdade das Américas), instituição com mais 17 mil alunos de São Paulo e que também tem sua marca estampada no uniforme palmeirense.
Segundo reportagem de capa da revista IstoÉ Dinheiro, Lamacchia forjou uma assembleia geral da Cebrasp (Centro Brasileiro dos Servidores Públicos de São Paulo), uma entidade sem fins lucrativos que, a partir dali, tornou-se uma empresa que tinha o dono da Crefisa como único sócio.
A Cebrasp nasceu em 1984 com o objetivo de promover cursos e qualificar seus associados, que contribuíam com quantias módicas. Lamacchia se tornou dirigente da associação e, de acordo com a publicação, passou a oferecer empréstimos irregulares para os sócios da entidade.
Após a assembleia forjada, em 2004, a Cebrasp foi transformada na Cebrasp Ensino, que era dona de 90% do capital da FAM – os 10% eram de Lamacchia.
Lucas Barrios Palmeiras (Foto: Felipe Zito)Barrios foi apresentado em uma das unidades da FAM em São Paulo, no ano passado (Foto: Felipe Zito)
Foi justamente a reunião de sócios que chamou a atenção dos investigadores. Uma das pessoas que assinou a ata foi Glória da Graça de Souza, uma faxineira de 67 anos. Ela e outros cerca de 40 associados foram convidados para conhecer novos projetos da Cebrasp. A lista de presença, entretanto, foi utilizada como consentimento dos associados para a mudança na estrutura da entidade.
Glória, porém, foi a única que registrou seus dados (RG e CPF) corretamente. Ela procurou a Justiça e conseguiu vencer Lamacchia nos tribunais.
A decisão reconhece Glória como a única sócia legítima da Cebrasp e, portanto, a controladora do destino da empresa – o que inclui o poder para destituir Lamacchia. A briga é estimada em R$ 500 milhões, em valores corrigidos.
A sentença não permite mais reforma, mas o empresário ainda tenta atrasar sua execução. A revista relata um episódio de outubro de 2011 em que Lamacchia invadiu a casa de Glória e ofereceu R$ 600 mil para que ela retirasse o processo.
As marcas das empresas de Lamacchia, Crefisa e Fam, preenchem os espaços da camisa do Palmeiras por R$ 66 milhões por ano. Ele, também, foi o responsável pela contratação do paraguaio Lucas Barrios, no ano passado, e é quem paga os salários do atacante alviverde.
O empresário foi procurado pela IstoÉ Dinheiro, mas não respondeu às perguntas da revista.

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