segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Tite elogia Peru e diz que vitórias não mudam a Seleção: "Não tem soberba"

Treinador diz que Brasil vai a Lima no pior momento para enfrentar a seleção local e analisa pontos fracos de sua equipe apesar das cinco vitórias seguidas

Por Lima, Peru
Tite na entrevista coletiva da seleção brasileira em Lima, no Peru (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)Tite na entrevista coletiva da seleção brasileira em Lima, no Peru (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)
A Seleção de Tite pode fazer história na madrugada de terça para quarta-feira, embora sempre que se individualize a questão, como se atribuíssem a ele o mérito, ele fique incomodado.
Apenas o Brasil de 70 alcançou a marca de seis vitórias seguidas em uma mesma edição das eliminatórias. Mas, apesar das cinco vitórias em sequência, o treinador avisou que ainda há muito a evoluir. Na entrevista coletiva desta segunda, a última antes da partida contra o Peru, em Lima, Tite descartou soberba e elogiou o adversário - TV Globo, GloboEsporte.com e SporTV transmitem o confronto à 0h15 (de Brasília) de quarta.
– Posso afirmar que a equipe está em fase de crescimento, na relação de confiança, e sem soberba porque ela já sofreu bastante. Talvez por isso ela encare com naturalidade a vitória no clássico, sabendo que isso não facilita em nada o jogo contra o Peru.
+ Fernandinho será o capitão do Brasil contra o Peru: ''Conquista pessoal''

Se o Brasil bateu a Argentina por 3 a 0 na última rodada, o Peru também vem de uma grande vitória: 4 a 1 sobre o Paraguai, em Assunção. Recentemente, a seleção peruana ainda ganhou pontos do empate com a Bolívia por causa de uma escalação irregular. Agora com 14 pontos, esta a apenas três da zona de classificação para o Mundial da Rússia. A motivação por essa evolução na tabela, segundo Tite, preocupa.

– É um grande momento do Peru, isso gera resultado, desempenho, confiança, faz com que o nível do jogo seja mais alto ainda.
Veja a íntegra da entrevista de Tite:
FERNANDINHO CAPITÃO
– Pelo comportamento do Fernandinho dentro de sua equipe e da Seleção. Ele jogou pressionado no setor de marcação do Messi no último jogo, com cartão amarelo desde o início da partida, e manteve nível alto de concentração. Tem experiência grande, da cobrança e do elogio, do momento bom e do ruim, tem maturidade. Quando o Gabriel Jesus tomou uma pancada, ele cobrou o adversário para ser leal. É um jogador que tem postura. 
Não sei se algum jogador que está no banco poderia produzir mais do que o que está jogando. Posso afirmar que os que estão jogando estão bem, não sou adivinho, tenho que constatar" 
Tite
 O QUE PODE MELHORAR NA SELEÇÃO
– Em termos ofensivos, quanto mais se repetir, tiver flutuações para ter jogadores no meio com momento de aparecer para criar. É o timing desses jogadores trabalharem no setor do meio-campo. O jogar sem pensar, a profundidade quando um jogador abre e é bem marcado. Quando o Neymar estiver bem marcado, quem vai ter a profundidade? Como vamos marcar Cueva, Guerrero? Há uma série de aspectos.
POUCOS JOGADORES UTILIZADOS EM CINCO JOGOS
– Não sei se algum jogador que está no banco poderia produzir mais do que o que está jogando. Posso afirmar que os que estão jogando estão bem, não sou adivinho, tenho que constatar. Falei para eles que têm entrado nos minutos finais por um decréscimo físico, eu não faço substituição tática ou técnica com menos de 15 ou 20 minutos para jogar. Ninguém consegue.
PLANEJAMENTO PARA A PRÓXIMA TEMPORADA
– Quero deixar claro a qualidade do Peru, de seus jogadores, a vitória sobre o Paraguai. O Peru briga pela classificação, nós estamos em busca da classificação. Amanhã tem que ter uma marca: jogar bem. Esse desempenho individual e coletivo nos move para termos condições de consolidar, evoluir, errar, acertar, corrigir. Depois temos um planejamento para a sequência.
NEYMAR, COUTINHO E JESUS
– Quando há uma consistência na equipe, e ela joga de forma coletiva, as individualidades aparecem. Eles são muito rápidos, ágeis, de transição muito forte. A premissa é no primeiro e segundo terço do campo ter senso de organização, depois esse conjunto potencializa esses jogadores da frente. Tu consegue tirar a bola em condições melhores para eles, facilita criação.
CUEVA E GUERRERO
– Com todos os jogadores, inclusive Cueva e Guerrero, precisamos ter cuidados importantes. A equipe pode jogar em função deles, mas sem ficarmos atentos à finalização de média distância, ao apoio do lateral. São importantes, mas podemos diminuir as ações deles e vamos tentar.
Tite no treino da seleção brasileira em Lima (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)Tite no treino da seleção brasileira em Lima (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)
RICARDO GARECA, TÉCNICO DO PERU, EX-PALMEIRAS
– Gareca, por sua passagem no Brasil, nos cumprimentamos quando ele estava no Palmeiras. Por sua trajetória profissional, temos ideia parecida de futebol: equilíbrio, potencializar equipe para dar criatividade quando é agressiva, e não ficar exposto. Por isso também acredito num grande jogo, mas o mais importantes são os atletas.
TÉCNICO DA ALEMANHA DISSE QUE BRASIL SUPEROU O 7x1
– A afirmação é do Löw, fala com ele, temos que trabalhar para classificar para o Mundial (risos). Ele que responde. Estamos em busca de repetir desempenho e performance. Cinco jogos é pouco, eu gostaria de ter algo mais sólido, quando acabar as eliminatórias falarei em que estágio estamos. Cinco é muito pouco, gente.
Vocês me deixam desconfortável quando personalizam situações" 
Tite
 DIFICULDADE DO JOGO
– Os próprios resultados dos jogos contra o Peru têm sido difíceis, posso avaliar qualidade e momento do Peru, o Gareca, a vitória consistente sobre o Paraguai, com o placar que foi. Um jogador que foi campeão mundial comigo, tenho uma gratidão muito grande porque sempre fomos leais (Guerrero). De Cueva, que está fazendo um grande trabalho no Campeonato Brasileiro.
CHANCE DE IGUALAR SEQUÊNCIA DE JOÃO SALDANHA
– Vocês me deixam desconfortável quando personalizam situações. Há uma equipe de trabalho muito forte, participei de uma engrenagem, mas a essência é a qualidade dos atletas, confiança, trabalho deles nos clubes, direção que dá estrutura, torcida que apoia e dá carinho. Às vezes a gente superdimensiona porque as perguntas são individualizadas. O Renato Augusto estava no time, uma grande parte é de um legado anterior. O Fernandinho é um legado. A comissão técnica disse que ele merece ser capitão, pelo seu comportamento, por como entra no vestiário. Esse senso de justiça é na medida do possível.
COMEMORAÇÃO NO GOL DE PAULINHO
– Eu vibrei porque sabia que com o terceiro gol estava fechado o resultado. Se toma um gol com 2 a 0, com o poderio extraordinário que tem a Argentina, tinha jogo, mas com o terceiro gol, intuitivamente, imaginei que estava fechado.

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