quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Copa no Beira-Rio: candidatos a presidente têm visões diferentes

Luigi só investirá na ideia se tiver a certeza de que reforma não prejudicará o clube, e Affatato tem projeto como prioridade

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
Giovanni Luigi Pedro Affatato InternacionalLuigi e Affatato disputam presidência do Inter
(Foto: Alexandre Alliatti / Globoesporte.com)
O Beira-Rio será, muito provavelmente, a sede gaúcha da Copa do Mundo de 2014, seja quem for o presidente eleito pelos sócios do Inter em 4 de dezembro. Mas é visível uma diferença na visão dos candidatos (e de seus grupos, especialmente) sobre o tamanho do esforço que o clube deve fazer para receber o Mundial. Giovanni Luigi usa a cautela; Pedro Affatato, a empolgação.
E é justificável. Do lado de Luigi, estão os dirigentes mais ligados ao futebol do Inter. Na sustentação a Affatato, aparecem nomes que, nos últimos anos, estiveram mais vinculados às pastas administrativas. O segundo grupo teve um vínculo maior com todo o projeto de reformulação do Beira-Rio para ser sede da Copa. Foi o próprio candidato quem encabeçou o projeto.
Entre a turma do futebol, causou preocupação a série de exigências feita pela Fifa há cerca de um mês. O encarecimento do projeto, orçado inicialmente em R$ 150 milhões, desanimou alguns dirigentes. “Que deixem isso com o Grêmio”, chegou a dizer um deles. No final das contas, o bicho não parece tão feio. Um dos pedidos da Fifa, o rebaixamento do campo, está em vias de ser contornado pelo clube.
Luigi quer a Copa do Mundo no Beira-Rio. Mas faz ressalvas. Em resumo, vê o Mundial como algo importante para o clube, mas não necessário.
- Temos que analisar com todo o cuidado os ganhos que o associado do Inter terá se recebermos a Copa. Nossa prioridade sempre será o futebol. Não adianta um presidente querer colocar seu nome como o dirigente que reformou o Beira-Rio para a Copa se isso não for bom para o clube e para os sócios – disse Luigi.
Affatato, por ter maior envolvimento com o projeto, fala das reformas no Beira-Rio com empolgação. Fazer do estádio a sede da Copa é uma plataforma política dele.
- Eu tenho mais interesse no projeto do que qualquer outro colorado. Fui eu que organizei o projeto – afirmou Affatato.
Os dois candidatos garantem que o futebol não será afetado pelas reformas exigidas para o Beira-Rio receber a Copa. Serão orçamentos diferentes, dizem eles. O que cada um dos postulantes analisará é se vale a pena pegar um empréstimo e endividar o clube por causa do Mundial. Luigi promete analisar a situação com todo o cuidado. Affatato assegura que o projeto é auto-sustentável.

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