segunda-feira, 18 de abril de 2011

Coritiba consolida recuperação iniciada após rebaixamento

Campanha invicta na temporada atual é resultado de profissionalização iniciada no fim de 2009, quando clube viveu pior momento de sua história

Por Luciano Balarotti Curitiba
Anderson Aquino coritiba gol atlético-GO (Foto: Geraldo Bubniak / Agância Estado)Coritiba venceu últimos 20 jogos: imbatível
(Foto: Geraldo Bubniak / Agância Estado)
A um empate de conquistar o bicampeonato estadual, invicto na temporada e vindo de 20 vitórias consecutivas, o Coritiba deste início de 2011 em nada lembra aquele time rebaixado na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2009. Mas é no empate por 1 a 1 com o Fluminense, que determinou a queda alviverde no dia 6 de dezembro daquele ano, que se encontra a origem do atual momento de calmaria.
Menos de dois anos após a chamada ‘refundação’ do Coritiba, o clube reduziu dívidas, profissionalizou a gestão e, o mais importante no mundo do futebol, conquistou títulos. Processo que começou com a mudança de boa parte da diretoria logo após o rebaixamento para a Série B, fato piorado com a interdição do Couto Pereira devido às lamentáveis cenas de violência protagonizadas por alguns vândalos travestidos de torcedores.
Foi neste cenário de terra arrasada que as bases do ‘novo Coritiba’ foram consolidadas, como explica Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do clube e responsável pela gestão alviverde desde então.
A solução que encontramos foi de montar um grupo vencedor. Daí nasceu a refundação do Curitiba"
Vilson Ribeiro, vice-presidente
- As consequências daqueles episódios lamentáveis foram terríveis. Primeiro veio a interdição do estádio, depois o julgamento que impôs ao clube a maior punição da história do futebol brasileiro, com a perda de dez mandos de campo na disputa da Série B. A solução que encontramos foi a de montar um grupo vencedor e capaz de conduzir o clube. Daí nasceu a refundação do Coritiba.
Ao lado do presidente Jair Cirino, que se manteve no cargo com a missão de dar a volta por cima, Andrade implantou um projeto de consolidação e crescimento do clube.
Manutenção de comissão técnica é ponto importante
Planejamento que tem entre seus princípios a manutenção da comissão técnica por períodos mais longos que os habituais no futebol brasileiro. Algo colocado em prática logo após o rebaixamento, com a permanência do técnico Ney Franco na temporada 2010. Comandante alviverde no fracassado ano do centenário – o Coxa foi fundado em 1909 -, Franco teve papel importante na reformulação do elenco, que trocou estrelas como Marcelinho Paraíba por atletas menos renomados, mas mais comprometidos com o clube.
Ney Franco no Couto Pereira (Foto: Divulgação / Site Oficial do Coritiba)Campeão, Ney Franco indicou sucessor
(Foto: Divulgação / Site Oficial do Coritiba)
O treinador destacou, em sua saída do clube, no fim do ano passado, a importância do apoio dos dirigentes para levar o desacreditado Coritiba aos títulos do Campeonato Paranaense e da Série B do Brasileiro em 2010.
- A diretoria entendeu que o nosso trabalho no fim de 2009 não havia sido determinante para o rebaixamento e nos deu a oportunidade de levar o Coritiba novamente para a primeira divisão. Esse voto de confiança foi essencial para que eu e a comissão técnica nos envolvêssemos no projeto de 2010 e tivéssemos sucesso.
Dentro da nova linha de trabalho da diretoria, Ney Franco era nome certo para comandar a equipe em 2011, mas o treinador aceitou convite da CBF para assumir o comando das divisões de base da Seleção Brasileira e deixou o Coxa. A troca de comando poderia gerar uma crise, mas a condução da escolha do sucessor de Franco foi muito bem sucedida.
Em fato raro no futebol brasileiro, o treinador que deixava a equipe teve papel fundamental na escolha de seu sucessor, indicando o amigo Marcelo Oliveira. Com perfil parecido ao de Franco, o novo técnico assumiu o comando técnico sem as rupturas comuns nestes casos.
Fato raro no futebol brasileiro, o treinador que deixava a equipe escolheu seu sucessor
Neste aspecto, Oliveira foi ajudado pela manutenção da base da equipe de uma temporada para a outra. Do time titular de 2010, apenas o meia Enrico, que voltou ao Vasco da Gama, deixou o Coxa. Além de garantir a permanência dos principais jogadores, o clube apostou em um número reduzido de contratações e teve sucesso em suas escolhas.
Oliveira reconhece os méritos do antecessor na montagem do elenco. A base deixada por Franco ajudou o novo treinador a formar rapidamente um time competitivo e organizado taticamente. E mais ofensivo que o anterior, como prova o fato de o Coritiba ter marcado ao menos um gol em todos os 25 jogos que disputou em 2011.
- Somos privilegiados porque temos basicamente o mesmo grupo e podemos dar sequência ao que já vinha sendo feito. Temos um elenco competitivo e muito qualificado. O primeiro objetivo a cumprir é conquistar o bicampeonato. É o desafio de escrever uma nova história.

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