domingo, 18 de setembro de 2011

Disposição e correria não valem gol, e Cruzeiro e América-MG ficam no zero
Times tentam mais na base da vontade do que dá técnica, se equivalem e ficam no justo empate em clássico realizado na Arena do Jacaré
 
 
A CRÔNICA
por Leonardo Simonini
Cruzeiro e América-MG correram muito, mas a bola de nenhum dos times alcançou o fundo das redes de Fábio e Neneca. O empate por 0 a 0 acabou sendo justo pelo que as equipes criaram em campo - o que foi péssimo para os dois lados. A Raposa permanece no 14º lugar, com 29 pontos, enquanto o Coelho chega aos 19 e continua em último lugar no Brasileirão. O público na Arena do Jacaré foi de 7.892 pagantes, com renda de R$ 128.905,00.
Montillo, com muita força e raça, foi o autor das melhores chances do Cruzeiro, mas sem um bom ponto de referência dentro da área, criou boas jogadas em vão. O conjunto do Coelho se mostrou consistente, mas a pontaria de André Dias não estava calibrada na hora de finalizar. Nas arquibancadas, a torcida celeste presente em maior número, vaiou o time e xingou o presidente Zezé Perrella. O único poupado foi o meia argentino, mais uma vez aplaudido.
Na próxima quarta-feira, os dois times voltam a campo no mesmo horário, às 20h30m (de Brasília). A Raposa vai ao Paraná, enfrentar o Coritiba no Estádio Couto Pereira. Já o Coelho recebe o Santos, no Parque do Sabiá, em Uberlândia.
Equilíbrio em estilos diferentes
O vento frio na noite deste domingo, aliado às campanhas ruins de Cruzeiro e América-MG neste Brasileirão, poderiam ser o prenúncio de uma partida gelada na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Mas, dentro de campo, os jogadores estavam a fim de espantar a baixa temperatura com muita correria e disposição.
E quem demonstrava mais disposição no início da partida era o América-MG, que bem armado no 3-5-2, avançava a marcação no campo de ataque e também se aproveitava de descuidos na saída de bola do time adversário A Raposa demonstrava desatenção e apatia, e em cruzamentos laterais e escanteios, o goleiro Fábio era exigido. O veterano Irênio, aposta de Givanildo Oliveira para a partida, cadenciava bem o jogo pelo lado americano.
Mas aos poucos, a Raposa passou a chegar mais ao ataque, principalmente com a dupla de gringos Montillo e Ortigoza, que infernizava o zagueiro Otávio pela direita de ataque do time azul. Mesmo tentando jogadas com o atacante, o camisa 10 celeste não desempenhava o mesmo papel de jogos anteriores, graças à marcação individual exercida pelo volante Dudu. Por onde o meia se movimentava, o camisa 5 do Coelho acompanhava e chegava firme na marcação. Com Montillo bem marcado, cabia a Roger criar as jogadas de ataque, mas com pouca inspiração, a bola não chegava até Bobô, mais fixo dentro da área.
Como o ímpeto inicial não surtiu efeito, o Coelho resolveu apostar nos contragolpes, e num deles, aos 25 minutos, até que chegou ao gol, que acabou anulado corretamente por impedimento. Como homem surpresa, o zagueiro Otávio invadiu a área em velocidade, e num chute que se transformou em cruzamento, deixou André Dias à vontade para mandar para a rede, mas o camisa 9 estava adiantado.
Depois do susto, o Cruzeiro melhorou no jogo. Apesar de bem marcado, Montillo dava trabalho, e num lance com Ortigoza, ele conseguiu cruzar para Bobô, que mandou para fora. A esta altura, o carrapato Dudu havia dado lugar a Leandro Ferreira, por ter sentido uma lesão, e coincidência ou não, foi logo em seguida que veio a melhor chance do jogo. Montillo, o craque da equipe, escapou pela direita, levantou a cabeça dentro da área e rolou para trás. Bobô, de frente para Neneca, pegou muito mal na bola e mandou para fora. Foi o último lance de um primeiro tempo movimentado e equilibrado.
Mudanças no segundo tempo
O gol perdido por Bobô, custou caro ao camisa 9. Na volta do intervalo, o jogador deu lugar a Keirrison, que teria a missão de melhorar o poder ofensivo da equipe. Nos primeiros minutos a alteração se mostrou pouco eficiente, já que o atacante saia da área para buscar o jogo, mas não mostrava qualidade.
O Coelho, por sua vez, voltou com a mesma disposição dos minutos iniciais do primeiro tempo e apertava o Cruzeiro em seu campo de defesa. Antes dos dez minutos foi feita uma verdadeira blitz na área de Fábio, com a bola viajando da esquerda para a direita. O Coelho ficava mais tempo no ataque, mas não conseguia finalizar na meta rival.
Sem gols, os treinadores começaram a trabalhar com o que tinham no banco de reservas. Ávila fez a segunda alteração ao tirar o cansado Diego Renan para a entrada do jovem Gil Bahia. Como resposta, Givanildo sacou Irênio, que não mantinha o mesmo ritmo, para a entrada de Rodriguinho.
E logo depois o Coelho teve ótima chance. Marcos Rocha fez jogada pela direita e cruzou. André Dias chegou com muita velocidade, e na dividida com Naldo mandou para fora, por muito pouco.
O lance de perigo fez o jogo ganhar em emoção, e Kempes perdeu uma chance para o Coelho, enquanto Neneca evitou gol certo de Charles. Apesar da falta de qualidade, o jogo era muito corrido e disputado, já que a torcida do Cruzeiro, presente em maior número, exigia postura mais ofensiva da equipe.
Os treinadores tentaram a última cartada. Ávila colocou em campo o jovem Éber, no lugar de Ortigoza, que saiu balançando a cabeça em sinal de desaprovação. O jogador entrou bem, mas quem levava perigo mesmo era Montillo, sempre com muita raça. O jogador teve o nome gritado pela torcida, que vaiou a maioria dos jogadores e inclusive xingou o presidente Zezé Perrella.
No fim, a disposição e correria não se transformaram e gol, e os dois times amargaram um péssimo empate, pior para o Coelho, que permanece na lanterna.

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