quarta-feira, 20 de junho de 2012

Presidente do Divino FC da vida real é camisa 9 e paga bicho por assistência

Mandatário do Barra da Tijuca é vice-artilheiro da equipe na Série C carioca, batedor oficial de pênaltis e oferece R$ 100 para cada passe ao gol

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
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Dizem que pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube. E o Barra da Tijuca, clube da série C carioca, resolveu seguir à risca o ditado popular e inovou. Conhecido como o 'Divino FC' da vida real, a equipe treina no estádio onde a novela Avenida Brasil é filmada e tem um reforço de peso no time: o presidente Adilson. O chefe, além de ser o batedor oficial de pênaltis, é o camisa 9 da equipe e arranjou uma solução simples para incentivar a equipe: a cada assistência dada a ele ou pênalti sofrido, o jogador recebe R$ 100.
Contra o Rubro-Social, em partida válida pela segunda fase do carioca, o Barra venceu por 4 a 0, com dois gols do mandatário. A recompensa para um terceiro gol seria ainda maior.
- Eu falei: 'Se vier o terceiro leva R$ 200'. Mas não saiu,  e eles ficaram mais tristes que eu - brinca Adilson.
Presidente artilheiro Barra da Tijuca 2 (Foto: Reprodução/TV Globo)Presidente-atacante posa ao lado dos companheiros de time (Foto: Reprodução/TV Globo)
Camisa 7 e capitão do time, Domício já deu duas assistências para o chefe no campeonato. E teve que explicar para namorada que, no Barra da Tijuca, um passe vale mais que um gol.
- Antes ela falava: ‘Tem que fazer o gol’. Mas eu falei: ‘É melhor eu dar o passe do que fazer o gol’. Aí ela viu que era mais lucrativo e agora pede para dar o passe.
O fundador, dono e presidente da equipe começou a jogar no Barra para suprir a necessidade de um atacante na equipe. Mas engana-se quem acha que o atleta está na equipe titular só porque é o mandatário do time. Adilson participa dos treinos durante a semana e joga, pelo menos, 45 minutos de cada jogo oficial.
- Ele consegue render porque facilita. Sabe as limitações dele, então procura dosar, não fica correndo igual a garotada, e trabalha em cima da experiência. Como é um homem de finalização, ele fica próximo ao gol, ali na área do arremate - Moisés Nascimento
Presidente artilheiro Barra da Tijuca 3 (Foto: Reprodução/TV Globo)Dar assistÊncia ao presidente rende R$ 100
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Ex-jogador de futebol, Adilson abandonou a carreira aos 21 anos para virar empresário. Em 2011, vinte anos depois, voltou a jogar profissionalmente. Nesta temporada, já marcou sete dos 44 gols do time e é o vice-artilheiro do Barra no campeonato. Veterano, o camisa 9 tem idade para ser pai da maioria de seus companheiros e adversários, mas, dentro de campo, se comporta como um iniciante. Ouve conselhos e tenta aprender com os outros atletas.
- Eu falo com ele: 'Presidente, aqui o senhor poderia dar de esquerda, nesse aqui poderia dar o passe de primeira, aqui o senhor poderia dominar' - explica o atacante Evandro.
A administração do presidente Adilson tem trazido bons resultados. O Barra da Tijuca fez a melhor campanha da segunda fase da Série C e também tem feito sucesso na televisão. A cada dia a realidade da equipe está mais perto da ficção. Afinal, um presidente que ataca, bate pênalti e também dá recompensa financeira para cada assistência ao gol parece roteiro de novela.

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