terça-feira, 20 de novembro de 2012

Prefeito do Rio e a lição de Londres: 'Sem delírios arquitetônicos'

Eduardo Paes destaca simplicidade das instalações dos Jogos de 2012,
fala de obras do Parque Olímpico e critica dirigente do ciclismo no Rio

Por Danielle Rocha Rio de Janeiro
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Na semana em que Sebastian Coe e sua equipe estão no Brasil para o Debriefing - seminário que visa transmitir aos organizadores dos Jogos do Rio a experiência que tiveram em Londres -, o prefeito Eduardo Paes escolheu a simplicidade dos equipamentos como uma das boas lições aprendidas. Nesta terça-feira, durante uma breve apresentação do projeto do Parque Olímpico para a imprensa estrangeira, Paes disse que os britânicos tiveram um gasto racional com suas instalações.
Eduardo Paes visita obras do Parque Olímpico Rio 2016 (Foto: J.P.Engelbrecht / Divulgação)Eduardo Paes visita obras do Parque Olímpico do Rio de Janeiro (Foto: J.P.Engelbrecht / Divulgação)
- São um exemplo de simplicidade os equipamentos olímpicos, sem delírios arquitetônicos. O Comitê Organizador não se pautou em construir elefantes brancos. O próprio equipamento de natação foi enfeiado durante os Jogos para não ter que construir outro. Eles tiveram um gasto racional com instalações esportivas que foram funcionais. Queremos gastar o menos possível de recursos públicos em estrutura esportiva que não ficará como legado - disse.
O prefeito ressaltou que o Parque Olímpico do Rio terá uma boa parte paga por recursos privados. O plano geral urbanístico sofreu alterações em relação ao projeto vencedor do ano passado para otimizar as áreas de circulação e integração de espaços públicos. A previsão é que as instalações fiquem prontas para eventos-teste no final do terceiro bimestre de 2015. A entrega do Parque deverá ser feita seis meses antes do início das Olimpíadas de 2016. No segundo trimestre do ano que vem, será aberta a licitação para as obras do parque aquático, dos ginásios de tênis e handebol, e do velódromo.
Obras Autódromo Vila Olímpica (Foto: Marcelo de Jesus / Globoesporte.com)Parque olímpico deve ser entregue seis meses antes dos Jogos (Foto: Marcelo de Jesus / Globoesporte.com)
Sobre as manifestações contrárias à demolição do velódromo do Pan, que marcaram a última etapa do Campeonato Carioca da categoria estrada, na quinta-feira passada, Eduardo Paes criticou o presidente da Federação do Rio (Cláudio Santos), lembrou que foi contra a derrubada e que o novo será muito moderno.
- Fizemos um esforço para mantê-lo ali. De qualquer maneira ele teria que passar por reformas e não poderia ser usado até 2016. Vamos deslocar a pista para Goiânia onde a seleção brasileira vai poder treinar. É inacreditável que o presidente da Federação de Ciclismo, que é informado, permaneça com esse jogo de demagogia. Ele está preocupado em treinar em Goiânia.
Durante a entrevista, o prefeito também falou sobre a questão da construção do píer em Y, entre os armazéns 2 e 3. A Companhia Docas do Rio de Janeiro pretende gastar cerca de R$ 250 milhões em recursos públicos (obra de responsabilidade do governo federal) no projeto. Durante os Jogos, parte da família olímpica ficará hospedada em navios, ampliando a capacidade do Rio em mais 10 mil leitos.
- A Docas diz que tem que ser ali por questões da manobra dos navios. Eu não sou contra a construção, mas contesto o ponto de vista estético. Você tem perto o Museu do Amanhã sendo construído ali. E nos meses mais agradáveis do ano (no verão) haverá navios atracando ali num ângulo que pode atrapalhar a vista do Mosteiro de São Bento. O píer teve de ser feito mais distante.

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