quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vasco chega a três meses de atraso na sexta e fica exposto a debandada

Diretoria se reúne com investidores e garante recursos 'emergenciais' para quitar ao menos um mês de salário e evitar ações de jogadores na Justiça

Por André Casado e Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Olavo Monteiro de Carvalho e Roberto Dinamite em evento (Foto: Rafael Cavalieri / GLOBOESPORTE.COM)Olavo Monteiro, ao lado de Dinamite, integra grupo
que 'salvará' o Vasco (Foto: Rafael Cavalieri)
Não será dia 13, mas a sexta-feira promete ser de temor para o Vasco, pois, de forma oficial, o clube completa três meses de salários atrasados - ainda que, no futebol, costume haver acordo para o vencimento ser no dia 20. Isso permite que qualquer jogador entre na Justiça para pedir o fim do vínculo de maneira unilateral. Esse fato vem causando apreensão em São Januário, já que a crise econômica deixa a diretoria de mãos atadas e exige uma solução emergencial: o pagamento de pelo menos parte da dívida, via recursos externos, para impedir uma debandada.
Mesmo já de férias, os jogadores têm se falado constantemente nos últimos dias. Alguns cogitam acionar seus advogados. Entre as informações que transitam entre o elenco é que apenas alguns integrantes receberiam um mês de salário e alguns benefícios na "data limite". Exatamente aqueles considerados mais importantes e com os quais a cúpula e a comissão técnica desejam contar no ano que vem. Os demais, principalmente aqueles que não terão os contratos renovados, seguiriam a ver navios até que o bloqueio das receitas acabe.
Para não ficar exposta, a diretoria vai se reunir na noite desta quinta-feira com seu grupo de investidores, que será o responsável pelo aporte que deve minimizar o problema no momento.
- Para essa questão emergencial, algo vai ser resolvido amanhã. Ainda não é possível dizer o quanto será pago nesta sexta, vamos ver na reunião. Além disso, nossa projeção é que até o dia 20 o Vasco pague tudo o que deve ao futebol e aos funcionários - afirmou o vice de finanças do clube, Nelson Almeida, que assumiu o posto no mês de outubro.
18 meses sem FGTS e dívida de R$ 10 milhões
Mas mesmo que encontre os recursos para quitar um mês de salários, o Vasco continua em uma sinuca de bico, só que por outras vertente. Existem jogadores reclamando que há um ano e meio não têm depositados os valores referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). No início do ano, o meia Bernardo entrou na Justiça contra o clube alegando o não recolhimento do tributo. No entanto, na ocasião os departamentos jurídico e financeiro logo se movimentaram para regularizar a situação antes de perdê-lo.
Especula-se que a dívida com os jogadores esteja na casa dos R$ 10 milhões, entre salários na carteira de trabalho (três meses de atraso), direitos de imagem (alguns chegam a cinco meses de atraso) e premiações. Dessa forma, o clima de incerteza e, principalmente, insatisfação, no elenco é grande. Mesmo de férias, os atletas se comunicam constantemente em busca de informações e na procura por saber qual será a atitude do companheiro.
Ainda é provável que haja uma tolerância dos jogadores até o dia 20. No entanto, para efeitos legais, a partir desta sexta, dia 7, é possível acionar a Justiça para pedir a tutela antecipada no caso em que se encontra o clube, se alguma providência não for tomada nas primeiras horas. A folha salarial do Vasco, incluindo os funcionários, gira em torno de R$ 4 milhões, mas existe a projeção de aumento de até R$ 1 milhão no ano que vem.

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