quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vasco tem oferta de R$ 20 milhões, mas fala em seguir com Eletrobras

Vice de marketing espera manter parceria atual, mesmo que em outros moldes, e desconversa sobre a oferta da montadora japonesa Nissan

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Asfixiado financeiramente por conta do bloqueio de suas receitas devido a uma decisão judicial, o Vasco busca oxigênio para nadar e vencer a maré ruim em termos financeiros. Assim, a diretoria trabalha em cima de uma proposta que pode fazer o clube respirar e amenizar o problema que afeta diversos setores de São Januário. A montadora japonesa Nissan, em negociações adiantadas, apresentou uma oferta de R$ 20 milhões anuais para ser o principal patrocinador cruz-maltino e está em fase de análise dos detalhes contratuais.
O espaço de patrocinador master atualmente pertence à Eletrobras, que paga R$ 16 milhões por ano (divididos em duas parcelas semestrais de R$ 8 milhões). O vínculo vence em junho de 2013, e por conta da determinação de alguns cortes de verbas, a empresa estatal dificilmente vai buscar a renovação. Do outro lado, o Vasco se mostra cansado das manobras necessárias para receber os recursos a que tem direito, já que isso acontece somente por meio de uma ação judicial movida pelo Sindicato dos Funcionários de Clubes. O clube não possui as certidões negativas de débito necessárias para que o repasse seja direto.
Acho inteligente para os dois lados continuar essa parceria (com a Eletrobras), mesmo que seja de uma outra forma. Claro que, nesse sentido, nosso grande desafio são as certidões. Sofrer o bloqueio de 100% das receitas é algo surreal. Isso não pode ocorrer somente com o Vasco. Foi criado um círculo negativo, porque o Vasco não tem receitas e, assim, não pode cumprir seus compromissos"
Eduardo Machado, vice de marketing do Vasco
Em São Januário, o discurso é de respeito à Eletrobras e se fala na tentativa de renovação, mesmo que o patrocínio ocorresse de outra forma. O clube tem como grande expectativa o patrocínio da Nissan, que teria o governador do Rio de Janeiro, o vascaíno Sérgio Cabral, como peça importante.
- Nissan? Meu carro é de outra marca - desconversou Eduardo Machado, vice de marketing do Vasco, sorrindo, ao ser perguntado sobre o assunto.
O dirigente, portanto, se esquivou de comentar o assunto Nissan e preferiu concentrar seu discurso na importância de o Vasco prezar pela parceria com a Eletrobras e buscar a renovação do patrocínio firmado em 2009.
- Acho inteligente para os dois lados continuar essa parceria, mesmo que seja de uma outra forma. Claro que, nesse sentido, nosso grande desafio são as certidões. Sofrer o bloqueio de 100% das receitas é algo surreal. Isso não pode ocorrer somente com o Vasco. Foi criado um círculo negativo, porque o Vasco não tem receitas e, assim, não pode cumprir seus compromissos - ressaltou.
Outra possibilidade de patrocínio é o da Nike, que deseja entrar novamente no Rio de Janeiro. A empresa americana demonstrou interesse no Vasco, mas não passou de sondagem. A diretoria reforça o compromisso com a fornecedora de material esportivo Penalty. No entanto, deixa claro que o clube tem o direito de ouvir possíveis ofertas.
eder luis vasco x fluminense (Foto: Marcelo Sadio/Vasco.com.br)Eletrobras estampa sua marca na camisa do Vasco
desde 2009 (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)
- Se recebermos uma proposta, vamos comunicar aos atuais parceiros. Não precisamos esperar terminar os contratos para abrir negociação com outras empresas, mas neste momento não acredito em mudanças - disse Machado.
O Vasco também busca reeditar a parceria com o banco BMG, que voltaria a estampar sua logo na manga do uniforme. Uma reunião nessa quarta-feira não selou o acordo, mas manteve as esperanças. A empresa de bebidas Kraft aparece como outro possível parceiro em 2013. Seja qual for a marca, o clube sonha firmar contratos de longa duração e que criem a estabilidade financeira que faltou na atual temporada. Eduardo Machado, entretanto, não vê seu departamento como de maior importância neste momento em que há a urgência de novas receitas. Ele acredita que qualquer vascaíno é um captador em potencial.
- A responsabilidade existe. Queremos matar essa bola no peito e devolver redonda. Mas aqui ninguém é salvador da pátria. Nenhum setor é mais importante do outro. Quando um faxineiro recebe um empresário no clube com um sorriso, ele pode dar a satisfação que o possível parceiro busca. Além disso, quem tiver uma indicação, o Vasco vai acolher com o maior prazer e dar os devidos créditos - frisou o vice de marketing.

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