sábado, 24 de agosto de 2013

Carpegiani não resiste à nova derrota em casa e pede demissão da Ponte

Treinador, que tinha contrato até o fim do ano, comunica saída, mas não cita motivos. 'O momento é agora. A Ponte precisa de uma chacoalhada'

Por GLOBOESPORTE.COM Campinas, SP
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Paulo César Carpegiani técnico Ponte Preta (Foto: Carlos Velardi / EPTV)Carpegiani não dirige a Ponte na terça, contra o
Criciúma, emc asa (Foto: Carlos Velardi / EPTV)
A segunda derrota consecutiva no Moisés Lucarelli – e terceira no Campeonato Brasileiro – foi suficiente para Paulo César Carpegiani encerrar a sua curta passagem quase dois meses pela Ponte Preta. Após a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, neste sábado à noite, em Campinas, o treinador procurou a diretoria da Macaca e entregou o cargo. Ele deixa o clube após 11 partidas (quatro vitórias, três empates e quatro derrotas) – sem contar os jogos contra o Nacional-AM pela Copa do Brasil, em que seu filho, Rodrigo Carpegiani, dirigiu o time.
Assim como em grande parte de seus dias no Moisés Lucarelli, Carpegiani foi enigmático na entrevista pós-jogo. Demorou a falar com os jornalistas, o que só fez crescer a suspeita de que deixaria o cargo. Ao chegar à sala destinada à imprensa, não esclareceu os motivos pelos quais tomou a decisão. Disse não se tratar de um problema com a diretoria ou com os jogadores, mas sim algo de ordem pessoal.
Ele espera que a notícia sacuda o elenco, que tentará classificar a Ponte à segunda fase da Copa Sul-Americana, terça, às 19h30, contra o Criciúma, em Campinas. Para este jogo, a diretoria tentará buscar um treinador às pressas. Vadão, recém-demitido do Criciúma, e Dado Cavalcanti, do Paraná, foram especulados, mas o desejo dos cartolas é Abel Braga.
– O momento é agora. Terça tem uma partida importante, e esse acontecimento vai remotivar, dar nova motivação ao time. Isso é o que eu escolhi, para o bem da Ponte. Muitas vezes a gente sente que precisa dar um passo atrás. É uma chance de dar uma chacoalhada no grupo – limitou-se a dizer o agora ex-treinador da Macaca, que pegou os dirigentes de surpresa com o pedido.
– É uma tristeza. O Carpegiani tem um altíssimo nível. Foi meu treinador no Cruzeiro (em 2001). A gente lamenta muito a saída, agradece a ele, mas a vida continua – lamentou Marcus Vinícius, gerente pontepretano.
Saída já era quase iminente
O pedido de demissão de Carpegiani já era algo esperado nos bastidores da Macaca. Nos bastidores, surgiu a informação de que o técnico – insatisfeito com alguns fatores dentro do clube e também com problemas pessoais – teria entregado o cargo após a derrota para o Goiás, no domingo passado. As especulações ganharam força quando ele não concedeu entrevista após a partida e, no dia seguinte, usou uma discussão para dizer que estava com cabeça quente para atender aos jornalistas.
O fato não foi bem digerido pela diretoria, que se reuniu com o treinador e cobrou explicações – após a reunião, a Ponte Preta divulgou que Carpegiani discutiu com o filho, que é seu auxiliar e não teria um bom clima com os jogadores no Majestoso. O motivo da briga é de cunho pessoal e profissional. A partir daí, a situação ficou quase insustentável para o comandante, que estreou no clube em 6 de julho.
– Isso (pedido de demissão após derrota para o Goiás) foi falado, mas em momento algum aconteceu. Não existe isso. Se fala muita coisa e, se a gente fosse responder tudo para vocês (jornalistas), fica até chato. 99% do que se fala não é verdade. Existe muita fofoca, especulação. Tem muita inverdade – afirmou Marcus Vinícius, negando a saída prévia do comandante.
Novo técnico é a prioridade
A diretoria da Ponte, ao dizer que foi pega de surpresa com o pedido de demissão, já nega que tenha procurado um treinador para substituir Carpegiani. Mas conversas durante a semana fizeram o clube pensar em um plano B. O sonho antigo dos cartolas é Abel Braga, sem trabalhar desde que deixou o Fluminense. Ele passou por Campinas em 2003 e livrou a Macaca do rebaixamento no Campeonato Brasileiro, mas o alto salário - completamente fora da realidade da Alvinegra - emperra o acordo. Assim, nomes como Dado e Vadão ganham força.
– Em relação a nomes, vamos sentar agora e discutir. Não temos nomes ainda. Lógico que queremos anunciar alguém rápido. Se a gente acertar com um técnico amanhã, vamos anunciar – primeteu Marcão.
Abel Braga jogo Fluminense Vasco (Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo)Parado desde a saída do Flu, Abel Braga é o principal sonho do time (Foto: Marcelo Carnaval / Ag. O Globo)

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