sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Lyoto: 'Se perder, vou do quinto no ranking pro quinto dos infernos'

Lutador dá show de simpatia em evento com fãs do UFC e chega a atuar como juiz em jogo de perguntas e respostas em um shopping de Goiânia

Por Direto de Goiânia
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Se quando você pensa em Lyoto Machida, o que vem à sua cabeça é um lutador sério, compenetrado e pouco disposto a brincar, essa matéria o fará mudar de ideia. Em evento promovido pelo UFC em um shopping de Goiânia, onde será realizado o UFC Fight Night no Combate: Belfort x Henderson, o agora peso-médio deu um verdadeiro show de simpatia e bom humor, brincando com os cerca de 200 fãs presentes à sessão de autógrafos e fotos. Acompanhado da ring girl Jheny Andrade, Lyoto respondeu perguntas dos fãs e chegou a atuar como juiz em um jogo de perguntas e respostas que renderam prêmios aos acertadores.
- Cara, não se complica. Você já acertou a resposta, vai querer ficar falando mais do que perguntaram? Pega teu prêmio... - disse às gargalhadas a um fã que acertou uma das perguntas e tentou mostrar conhecimento aprimorando a resposta.
Lyoto Machida em evento para fãs em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Lyoto Machida em evento para fãs em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)
Sempre simpático com os presentes, o lutador fez diversas brincadeiras, e atendeu até aqueles que chegaram atrasados para a sessão de autógrafos, como uma dupla de irmãos que chegou após o fim da sessão e pedia que ele desse autógrafos a eles. Um dos meninos surpreendeu o lutador ao pedir que ele autografasse o seu braço.
- Mas e quando você tomar banho, não vai sair? - brincou Lyoto, antes de dar o autógrafo e posar para foto com os meninos.
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Ring girl Jehny Andrade em evento para fãs do UFC em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Ring girl Jheny Andrade atendeu fãs do UFC
em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)
Em conversa com a apresentadora Paula Sack, do UFC, Lyoto falou sobre diversos assuntos, e garantiu que pretende um dia lutar contra Chris Weidman, caso ele permaneça com o cinturão da categoria. Já se Anderson Silva reconquistar o título, Machida revelou o que o Spider disse pretender fazer.
- Ele me disse que não lutaria comigo por nada, por sermos como irmãos. O Anderson me falou que tem outros objetivos, que já foi campeão muito tempo, e que está concentrado em outros objetivos, como superlutas, e me falou que até largaria o cinturão se fosse para uma luta entre nós acontecer. Mas vamos ver como as coisas vão andar. Eu tenho uma luta dura contra o Gegard Mousasi em Jaraguá do Sul, em fevereiro, e quero pensar nela primeiro. Um passo de cada vez.
Mais tarde, conversando com a imprensa, Lyoto falou mais sobre seu próximo rival, e brincou com o que seria o seu futuro caso fosse derrotado.
- O Mousasi é um cara muito duro, já vi lutas dele e ele já foi campeão em outros eventos, mas só vou me preparar mais especificamente para o jogo dele faltando quatro ou cinco semanas para a luta. Não quero espaçar muito as minhas lutas, porque ritmo é muito importante para mim. Quero me sentir bem nessa categoria, meu lugar é aqui. Ele está no ranking do UFC, um pouco abaixo de mim. Eu hoje estou no quinto lugar. Uma vitória sobre ele, pelo nome que ele já fez, me consolidaria no ranking e me credenciaria muito mais. Mas se eu perder essa luta vai ser complicado. Vou cair do quinto lugar pro quinto dos infernos - brincou, arrancando risos da imprensa.
Lyoto Machida em evento para fãs em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Lyoto Machida respondeu as perguntas de forma descontraída (Foto: Rodrigo Malinverni)
Confira a entrevista completa de Lyoto Machida:
Polêmica sobre a lei que pretende restringir o MMA na TV
- Eu acho que essa proposta não é válida, porque o MMA já mostrou que é um esporte que veio para ficar, que cativa e tem muitos praticantes e fãs que o acompanham. Que fundamento esse projeto de lei tem? Dizer que o esporte é violento? O MMA é um esporte de contato, agressivo, mas não é violento. Violência é outra coisa, e é encontrada em outros esportes, como num carrinho por trás no futebol, como nas lesões que cansamos de ver no futebol americano, com cabeçadas e fraturas até na coluna. No MMA as pessoas que o praticam profissionalmente estão preparadas e treinaram uma vida toda para aquilo e estão ali porque querem e podem praticá-lo, não foram jogadas ali contra a vontade. E o evento dá todo o suporte, como preparação física, exame de sangue, os árbitros estão muito bem preparados, conversam com os atletas antes da luta, e para a luta a qualquer sinal de perigo à integridade do atleta. Hoje o esporte é diferente de quando surgiu o UFC, em 1993. Naquela época você podia dizer que era um esporte violento, porque tinha poucas regras. Mas hoje, não. Mudou muita coisa.
Ver a luta de fora, podendo estar enfrentando Vitor Belfort
- Não foi o momento de nos enfrentarmos, o Vitor tem as suas razões e eu respeito. Mas ver de fora é bom porque eu consigo ver, e também dar atenção aos fãs. Se eu fosse lutar não teria o prazer que tive hoje de interagir com quem veio aqui. Eu estaria mais recluso e reservado, concentrado para lutar. Aproveito pra dizer que não tenho nada de pessoal contra o Vitor, sempre nos demos muito bem, ele sempre me tratou muito bem. O que haveria seria uma luta profissional. Não existe nenhuma motivação pessoal em enfrentá-lo. Somos profissionais e faríamos uma luta, e depois conversaríamos e sairíamos para jantar se fosse o caso. Uma luta minha com o Vitor faz bem ao esporte. Os fãs começaram a entender que derrota e vitória fazem parte do caminho do lutador. O Randy Couture, por exemplo, venceu muitas lutas, perdeu algumas, tem cinco títulos e está aí no Hall da Fama, em reconhecimento à história dele no UFC.
Previsão para o duelo entre Vitor e Dan Henderson
- O Vitor é um cara que se reinventou, está em uma fase fantástica, e o Dan Henderson está mais em baixa, mas é muito duro, absorve bem os golpes, bate muito forte, e já ganhou do Belfort uma vez. Cada luta é diferente, mas o Vitor é favorito.
Momento para o cinturão
Preparado eu já estou, mas acho que tenho que obedecer um pouco o ranking. Não gosto de ultrapassar nada, o momento certo vai chegar.
Luta com Chael Sonnen
- Lógico que eu quero! Eu estou dentro, tamos aí! (risos). Eu cheguei a falar com o meu empresário que, se o Rashad Evans se machucasse pra essa luta contra o Sonnen no UFC 167, eu estaria à disposição, porque eu tinha lutado há pouco tempo e estava ainda em fase de performance, porque não tinha me machucado contra o Muñoz. Mas depois me disseram que o Rashad tava bem e acabou não acontecendo. Mas as pessoas falam muito do Sonnen, só que esquecem que ele é um cara duro de se enfrentar. Venceu o Shogun e, agora vai enfrentar o Wanderlei. Acho que a casa do TUF vai ter muito palavrão (risos). E a luta contra o Wanderlei vai ser daquelas que o público gosta de ver. O Shogun aceita mais o jogo de chão, a luta agarrada. O Wanderlei, não. Ele gosta de trocar chute e soco o tempo todo. Acho que os fãs vão gostar muito dessa luta.
Lyoto Machida em evento para fãs em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Lyoto Machida mostrou empolgação por eventual duelo contra Sonnen (Foto: Rodrigo Malinverni)
Temor dos estrangeiros em lutar no Brasil
- Tenho certeza absoluta que eles têm medo de vir lutar aqui, porque a nossa torcida é muito "agressiva" com os oponentes dos brasileiros no dia da luta. Eles gritam "Uh, vai morrer!" e os caras acreditam mesmo. A nossa torcida bota mesmo pressão, faz os lutadores reagirem mesmo quando estão por baixo. Você não vê isso em lugar nenhum do mundo. Nossa torcida não grita loucamente, ela conhece o esporte e grita na hora certa. Hoje os americanos começaram a imitar, fazem "Hola" e acompanham o Bruce Buffer nos bordões dele, como nós fazemos aqui. É bonito ver que essa forma de torcer nasceu no Brasil, como o MMA, que também nasceu no Brasil. Na minha luta no Rio, contra o Phil Davis, a minha entrada com a galera cantando mesmo após o fim da música do Gonzaguinha que eu escolhi pra entrar foi uma espécide de doping positivo. Eu estava machucado, tinha torcido o meu pé dez dias antes da luta nos treinos, mas fiz questão de lutar no Brasil para não desfalcar o evento e não decepcionar os fãs que compraram ingresso. Tive a oportunidade de dizer que não poderia lutar, mas decidi prosseguir. Consegui andar normalmente no dia da luta, não é desculpa para a derrota, mas quis ouvir a galera cantando a música.
Anderson e Glover campeões do UFC
- Se isso acontecer eu me aposento (risos). Falando sério, eu e o Glover já conversamos sobre isso, eu estou nos médios, mas posso fazer algumas lutas no meio-pesado como desafio ou para atender a algum pedido para substituir alguém lesionado, desde que haja tempo hábil. O Anderson está em outro patamar. Ele me disse que não lutaria comigo por nada, por sermos como irmãos. O Anderson me falou que tem outros objetivos, que já foi campeão muito tempo, e que está concentrado em outros objetivos, como superlutas, e me falou que até largaria o cinturão se fosse para uma luta entre nós acontecer. Mas vamos ver como as coisas vão andar.
Treinar fora do Brasil
- Essa é uma questão pessoal. Eu senti necessidade dessa mudança porque o meu camp ficava complicado e caro trazer alguns caras para o Brasil. A logística é mais difícil, como levar o cara para almoçar porque a cidade não oferece a estrutura toda para chamar esse grupo de gente. A academia que eu tenho não é especializada em MMA, é aberta ao público, e quem vai tem que ser atendido. Existe um conflito nisso. Nos EUA não, a academia em que nós treinamos é especializada em MMA, tem uma estrutura profissional, como um clube de futebol. O acesso à estrutura física e humana é muito mais rápido e fácil, você contrata parceiros de treino com mais facilidade. Olhando sob esse prisma, para mim, foi muito bom, eu me adaptei bem. Mas cada um tem seu momento e seu tempo de analisar as coisas. O Anderson sempre treinou no Brasil e foi campeão por sete anos seguidos. Temos grandes treinadores, técnicos e sparrings aqui. Mas para coletar tudo isso é preciso ter uma certa possibilidade financeira.
UFC Fight Night 32: Belfort x Henderson
9 de novembro, em Goiânia
CARD PRINCIPAL
Vitor Belfort x Dan Henderson
Cezar Mutante x Daniel Sarafian
Rafael Feijão x Igor Pokrajac
Paulo Thiago x Brandon Thatch
Santiago Ponzinibbio x Ryan LaFlare
Rony Jason x Jeremy Stephens
CARD PRELIMINAR
Godofredo Pepey x Sam Sicilia
Thiago Bodão x Omari Akhmedov
Thiago Tavares x Justin Salas
Adriano Martins x Daron Cruickshank
José Maria No Chance x Dustin Ortiz

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