domingo, 10 de novembro de 2013

No UFC em Goiânia, atletas brasileiros levam a pior contra estrangeiros

Com dez edições realizadas no Brasil, evento deste sábado foi a primeira vez em que lutadores de fora venceram mais do que representantes brasileiros

Por Goiânia
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Além do ineditismo de uma edição do Ultimate em Goiânia, o UFC Fight Night Combate: Belfort x Henderson deste sábado também trouxe uma novidade para o público brasileiro. Em todas as dez edições do UFC em território nacional, esta foi  a primeira vez em que um maior número de atletas estrangeiros venceram os lutadores nacionais. No total, o placar ficou 6 a 4 para os "gringos", se contarmos o argentino Santiago Ponzinibbio como representante do Brasil frente ao americano Ryan LaFlare. O 11º combate do evento foi entre os brasileiros Cezar Mutante e Daniel Sarafian. Apesar do placar negativo no geral, o Brasil levou a melhor na luta principal da noite, entre Vitor Belfort e o americano Dan Henderson.
Entre as justificativas e causas apontadas pelos próprios lutadores estrangeiros, encontra-se desde uma maior "experiência" por já ter lutado no Brasil anteriormente, e por isso não se importar com o tradicional grito de "Uh, Vai Morrer!" dos brasileiros, até simplesmente focar apenas no adversário dentro do octógono.
Goldofredo Pepey e Sam Sicilia UFC Goiânia   (Foto: Rodrigo Malinverni)Sam Sicilia nocauteia Godofredo Pepeu (Foto: Rodrigo Malinverni)
Sam Sicilia, que venceu Godofredo Pepey com um nocaute técnico ainda no primeiro round, afirmou que, por já ter lutado no Brasil anteriormente, quando perdeu para Rony Jason em 2012 no Rio de Janeiro, o público de Goiânia foi bastante amistoso para o confronto deste sábado.
- Eu vim mais cedo para o Brasil para me acostumar a estar aqui, me acostumar ao ambiente, e acho que, mais do que qualquer coisa, eles te vaiam um tanto, mas uma vez que a luta começa, eles torcem por uma boa luta. Então, é fazer uma boa luta e, depois, eu recebo os cumprimentos. Como eu já tinha lutado aqui antes, só tinha de bloquear tudo desta vez. Lutei com Rony, que é melhor que o Pepey, e lutei no Rio, que é um ambiente mais hostil. Quando vim aqui pela primeira vez, foi duro, e desta vez, não foi tão ruim. Eu me acostumei a isso e isso me ajudou muito - afirmou o peso-pena.
Rony Jason e Jeremy Stephens UFC Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Jeremy Stephens consegue nocautear Rony Jason (Foto: Rodrigo Malinverni)
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Já Jeremy Stephens e Ryan LaFlare, que enfrentaram Rony Jason e Santiago Ponzinibbio respectivamente, afirmaram que o público não entra dentro do octógono e por isso, a preocupação deve ser unicamente no seu oponenente.
- Os brasileiros, não importa se a luta está chata, eles vão ser leais, então respeito muito sua lealdade com o seu povo. Acho que agora, que estamos vindo ao Brasil e abrindo um novo mercado para o UFC, as pessoas estão notando isso e se preparando para isso no começo de seus camps. "Vamos para o Brasil, a plateia vai ser barulhenta", então estamos sendo mais visionários sobre o que podemos controlar e o que não podemos. Não podemos controlar a torcida, então tento não me preocupar com isso. Na verdade, me empolga. Não consigo entender o que eles estão dizendo - sei o que estão dizendo, porque me traduzem, mas quase me animo ao ouvir, "Bumaye!", uso o ritmo. É incrível - disse Jeremy Stephens.
Santiago Ponzinibbio e Ryan LaFlare UFC Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Ryan LaFlare vence o argentino Santiago Ponzinibbio por decisão unânime (Foto: Rodrigo Malinverni)
- Eu tenho visão de túnel, não presto atenção a mais nada. Desde que lutava wrestling na época da escola, eu só me focava no meu oponente, e isso me beneficiou hoje. Nem percebi que havia torcida até a hora que minha mão estava sendo levantada e eles estavam aplaudindo. Pensei, "Oh, devo ter tido uma boa luta!" Além disso, tenho muito amigos brasileiros, muitos companheiros de treino brasileiros, então me senti em casa - afirmou LaFlare.
Por outro lado, o russo Omari Akhmedov e o americano Brandon Thatch deixaram claro que o evento de Goiânia não se tratou sobre uma disputa de nacionalidades, já que há outros aspectos dentro do combate para serem levados em consideração.
Thiago Bodão e Omari Akhmedov UFC Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)Omari Akhmedov é mais um estrangeiro a vencer um brasileiro no UFC em Goiânia (Foto: Rodrigo Malinverni)
- Acho que é jogo para qualquer um lá dentro, não é para brasileiros ou americanos. É quem se prepara melhor para a luta. Acho que não tem nada a ver com a nacionalidade. No entanto, essa é a plateia mais intensa num lugar em que já lutei. A energia, os gritos, foi realmente a torcida mais intensa que já vi, foi louco e empolgante ao mesmo tempo. Mesmo se a energia fosse negativa, contra mim, eu queria fazer funcionar para mim, eu fingi que estavam torcendo para mim, e funcionou. Todo mundo na torcida ama o esporte, e quando você está dentro do cage, é surreal - falou Brandon Thatch, que venceu o brasileiro Paulo Thiago.
- Minha maior preocupação era o peso. O cara (Bodão) era muito maior que eu, tenho 84kg, 83kg naturalmente, Mas o UFC me ofereceu um contrato para essa luta e eu aceitei, nunca recuso uma luta. Mas na próxima, eu vou lutar em 77kg, porque este cara era enorme. Mas não houve nenhuma pressão maior por estar no Brasil - comentou Omari Akhmedov após vencer Thiago Bodão no primeiro round.
Confira os resultados do UFC: Belfort x Henderson 
Vitor Belfort venceu Dan Henderson por nocaute a 1m17s do round 1
Cezar Mutante venceu Daniel Sarafian por decisão dividida (28 a 29, 30 a 27 e 30 a 28)
Rafael Feijão venceu Igor Pokrajac por nocaute técnico (desistência) a 1m18s do round 1
Brandon Thatch venceu Paulo Thiago por nocaute técnico (desistência) aos 2m10s do round 1
Ryan LaFlare venceu Santiago Ponzinibbio por decisão unânime (30 a 27, 30 a 27 e 30 a 27)
Jeremy Stephens venceu Rony Jason por nocaute aos 40s do round 1
Sam Sicilia venceu Godofredo Pepey por nocaute técnico a 1m42s do round 1
Omari Akhmedov venceu Thiago Bodão por nocaute aos 3m31s do round 1
Thiago Tavares venceu Justin Salas por finalização (mata-leão) aos 2m38s do round 1
Adriano Martins venceu Daron Cruickshank por finalização (kimura) aos 2m49s do round 2
Dustin Ortiz venceu José Maria No Chance por nocaute técnico aos 3m19s do round 3

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