Yan Cabral se orgulha de trajetória e sonha com cinturão: "Vou chegar"

Meio-médio brasileiro, que luta neste sábado, aprova a troca de adversário, pois acredita que Zak Cummings é mais conhecido do que Alexander Yakovlev

Por Ivan RauppRio de Janeiro

Yan Cabral colocará em jogo neste sábado a sua invencibilidade no MMA. Nas 11 lutas que fez até hoje, foram 11 vitórias, sendo que só a última não foi por finalização, justamente em sua estreia no UFC contra David Mitchell - venceu por decisão unânime dos jurados. Apesar do ótimo retrospecto, Yan garante que nunca havia feito uma preparação em nível máximo, dedicando-se 100% ao combate, até que teve marcado o duelo que está por vir, contra o americano Zak Cummings, em Cincinnati (EUA). Sonhando com o cinturão dos meio-médios (até 77kg), meta que ele tem certeza que vai atingir, o brasileiro fez todo o camp na Nova União, no Rio de Janeiro, e a concentração foi total.

- Nas 11 lutas que eu fiz, nunca treinei como estou treinando hoje. Eu treinava na Europa com os alunos e ficava por lá mesmo. Nunca fiz um camp completo aqui com a galera. Sempre vinha, treinava no máximo um mês. Estou evoluindo muito, e estou cada vez mais focado. Tenho muita coisa ainda para mostrar. É lógico que o sonho de todo mundo é o cinturão. Estou pensando nessa próxima luta, é um passo de cada vez, mas o objetivo é esse e vou chegar. Cheguei até aqui e nunca desisti. Meu próximo objetivo é esse e vou chegar com certeza - disse, em entrevista aoCombate.com.

Yan Cabral faz sinal de 31, idade que vai completar pouco depois da luta (Foto: Divulgação)

O lutador completará 31 anos de vida três dias após a luta em Cincinnati. Ao recordar o início da carreira, ele se emociona quando cita algumas dificuldades por que passou. Ao mesmo tempo, orgulha-se do patamar alcançado:

- Lembro da minha adolescência em Visconde de Mauá-RJ, eu treinando na grama com meus amigos. A gente sempre assistia ao UFC, e meu amigo até me mandou um e-mail esses dias, dizendo: "Pô, você chegou mesmo. A gente sempre brincava de imitar o Bruce Buffer narrando seu nome, e hoje em dia virou realidade". Essas paradas vêm a minha cabeça. O tempo que eu fiquei no Rio de Janeiro treinando, longe da família. Sou um cara que nunca passou necessidade, minha mãe e meu pai sempre deram tudo do bom e do melhor, mas quando eu estava em casa. A partir do momento em que eu saí para correr atrás do meu sonho, passei por dificuldades, mas nunca desisti. Em 2001 machuquei meu ombro. Fiquei três anos f*** porque não tinha plano de saúde. Aí meu tio pagou meu plano, e consegui operar e depois voltei. São várias coisas assim. Não é fácil para ninguém. Realizei sonhos na minha carreira e tenho muito para realizar ainda.

Yan Cabral participou do TUF Brasil 2, no ano
passado (Foto: Divulgação / TUF)

Zak Cummings, que foi um dos integrantes do time de Chael Sonnen no The Ultimate Fighter 17, não era a primeira opção para encarar Yan Cabral. O brasileiro na verdade enfrentaria o russo Alexander Yakovlev, mas este foi retirado do duelo para substituir o lesionado Mike Pierce contra Demian Maia em 31 de maio, no Brasil. Para Yan, a mudança foi positiva em termos de visibilidade:

- Estrategicamente, não mudou muita coisa, porque os dois são canhotos e têm o mesmo estilo de luta, de querer agarrar e ficar por cima batendo. Um era estreante, e o outro participou do TUF e já é um pouco conhecido nos EUA. Então, no final achei até melhor lutar contra um cara mais conhecido, até mesmo para ter mais visibilidade. Eu não sou muito conhecido nos EUA, e o russo também não. Por esse lado, achei bom.

Na luta contra David Mitchell, Yan mostrou mão pesada e chegou a dar um knockdown no adversário, contrariando os que pensam que ele só tem jiu-jítsu. Mas, para o brasileiro, essa imagem é até boa:

- Prefiro até que o pessoal continue pensando isso, porque aí vão achar que é só chão. Quando o caldo engrossar, a porrada vai comer (risos). Venho evoluindo, treinando bastante a parte em pé e vou mostrar isso na hora que precisar. Enquanto não precisar, vou no meu jiu-jítsu mesmo, que é o carro-chefe.

O "UFC: Brown x Silva" será realizado na noite deste sábado em Cincinnati (EUA), a partir das 19h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do canal Combate. O Combate.comacompanha todos os detalhes em Tempo Real.

UFC: Brown x Silva
10 de maio de 2014, em Cincinnati (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-meio-médio: Matt Brown x Erick Silva
Peso-médio: Costa Philippou x Lorenz Larkin
Peso-leve: Erik Koch x Daron Cruickshank
Peso-meio-médio: Neil Magny x Tim Means
Peso-pesado: Soa Palelei x Ruan Potts
Peso-mosca: Chris Cariaso x Louis Smolka
CARD PRELIMINAR
Peso-médio: Ed Herman x Rafael Sapo
Peso-mosca: Kyoji Horiguchi x Darrell Montague
Peso-meio-médio: Yan Cabral x Zak Cummings
Peso-galo: Eddie Wineland x Johnny Eduardo
Peso-pena: Manny Gamburyan x Nik Lentz
Peso-leve: Justin Salas x Ben Wall
Peso-meio-médio: Anthony Lapsley x Albert Tumenov