sexta-feira, 6 de junho de 2014

"Tinha certeza de que ia ao 5º round", diz Maldonado, após revés para Miocic

Ainda abatido, meio-pesado afirma que avaliação da luta é a pior possível, acredita que lhe faltou paciência e deve ir treinar nos EUA daqui a 45 dias

Por Rio de Janeiro
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Chamado em cima da hora para substituir Junior Cigano na luta principal do TUF Brasil 3 Final, que aconteceu no último sábado, Fábio Maldonado resistiu à potência de Stipe Miocic por apenas 35 segundos. Meio-pesado de origem, o brasileiro pegou o combate na categoria de cima com apenas três semanas de antecedência e teve interrompida uma sequência de três triunfos consecutivos no Ultimate. Ainda decepcionado, o Caipira de Aço disse que faltou escutar os conselhos de seu córner, além de mostrar frustração, pois "tinha certeza que a luta ia para o quinto round".
- A avaliação é a pior possível. Preciso rever essa luta. Foi a única que não dei nenhum jab. Eu, como boxeador, tinha que dar jab. Mas saí para buscar o combate, achei que poderia surpreender no começo da luta, pegar um bom golpe, mas acabei pagando o preço ali. Deu tudo errado. Acabei deixando a luta rápido. Era para ficar lutando, balançando, ouvir o córner. Eles me falaram: "O cara bateu no Roy Nelson em pé, que é nocauteador do pesado. Ele vai trocar com você, não vai para o wrestling. Só se ele apanhar muito de você em pé que ele vai botar para baixo". Já tinha uma estratégia feita para se tomasse amasso no chão. Tinha certeza de que a luta ia para o quinto round. Foi uma noite muito triste - afirmou, em entrevista ao Combate.com.
UFC TUF 3 Maldonado x Miocic (Foto: Marcos Ribolli)Maldonado esperava lutar cinco rounds contra Miocic, mas perdeu em 35 segundos (Foto: Marcos Ribolli)
A confiança de Maldonado em travar um combate longo se justificava antes da luta, afinal, o lutador é conhecido pelo seu queixo duro, como já mostrou contra outros rivais. Entretanto, ao enfrentar Miocic, virou presa fácil para o americano, que estava nitidamente mais forte. Mas ele garante que a diferença de peso não foi um fator fundamental para o revés. Na opinião do brasileiro, a técnica do oponente foi mais importante que a força utilizada e o nocaute poderia ter acontecido também contra meio-pesados com poder de nocaute.
- Ele bate duro, mas deve ter alguns meio-pesados, como o Ryan Bader, Glover (Teixeira), (Maurício) Shogun, que batem tão duro quanto ele. Deve ter sim. Realmente a direita reta dele tem que ter muita técnica para colocar como ele colocou. Não foi só um cruzadão, um swing, ele não abaixou a cabeça e deu um soco que deu certo. Mesmo que tivesse acontecido, não ia falar nunca que foi sorte. Mas precisa de muita técnica. Ele conseguiu um golpe justo, foi muito forte, mas foi mais técnico do que forte. Não foi pela questão do peso. Claro que não pretendo ficar nos pesados, vou voltar para 93kg. Mas não foi o peso da mão, da categoria. Poderia ter acontecido o mesmo no meio-pesado - declarou.
Maldonado não se arrepende de ter aceitado a luta, mas admite que ter apenas três semanas para treinar para encarar um dos principais nomes de uma categoria acima da sua pesou. A lição que fica, na visão do Caipira de Aço, é a de ser mais paciente.
- O curto prazo para me preparar foi a minha maior dificuldade. Mas não me arrependo de ter aceitado a luta. Me arrependo do jeito que eu me defendi ali. Cometi um erro e paguei por isso. Mas arrependimento não. Se fosse para me arrepender, era para me arrepender de lutar porque não é a primeira vez que perco. Ficou de lição que tenho que ter mais paciência. Foi a maior lição. Eu estava bem na carreira, vindo de três vitórias seguidas, mas tentei dar um pulo muito alto de repente - disse.
TUF final Fábio Maldonado (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)bio Maldonado pretende ir para os Estados Unidos treinar wrestling (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Apesar de ainda demonstrar abatimento, Fábio Maldonado já está se planejando para seu próximo combate. Ele pretende ficar três meses treinando antes de aceitar uma nova luta e, daqui a 45 dias, deve ir para os Estados Unidos para focar mais em seu wrestling, que ele reconhece ser sua maior deficiência.
- O Ricardo Ribeiro, do wrestling, vai conversar comigo essa semana. Ele chegou de Miami. Nesse próximo mês fico aqui ainda. Não pretendo lutar nos próximos três meses. Volto a treinar na segunda-feira, mas não vou aceitar nada agora. Não apanhei muito, não fui espancado como fui contra o Glover, que apanhei a noite inteira, mas foi um golpe forte que levei. Até no chão ele golpeou forte, acabou com a minha energia ali, então acho que me defendi muito mal no começo da luta e vou enterrar um pouco a cabeça agora e treinar muito jiu-jítsu e wrestling, sem sparring no começo - finalizou.

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