sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Fã de Lyoto Machida, mineira disputa Brasileiro de Caratê em Brasília

Aos 21, Luma Menezes tenta título no kumite individual feminino. Ex-campeão dos meio-pesados do UFC é influência: "Ele é o representante bruto do caratê no MMA"

Por Divinópolis, MG
Luma Almeida Karatê Divinópolis Campeonato Brasileiro (Foto: Luma Almeida/Arquivo Pessoal)Atleta estampa títulos das competições disputadas (Foto: Luma Menezes/Arquivo Pessoal)
Do interior de Minas, uma jovem disputa a partir desta quinta-feira, até domingo, o Campeonato Brasileiro de Caratê, em Brasília. Aos 21 anos, Luma Menezes tenta repetir o feito alcançado em 2010 e voltar para a terra natal, Divinópolis, com a medalha de ouro. Para isso, ela busca inspiração em nomes que a motivam na exigente rotina de atleta. Um deles, responsável por dar reconhecimento ainda maior à arte marcial japonesa fora das competições tradicionais: o ex-campeão dos meio-pesados do UFC, Lyoto Machida.
Competidora na modalidade kumite, Luma exaltou a capacidade técnica do baiano radicado em Belém e o mérito de ter levado a tradicional luta ao estrelato no MMA.
– Ele é uma fonte de inspiração para mim, pois mostra a verdadeira essência do que é o caratê e se baseia no estilo para vencer suas lutas – elogiou.
A influência não para por aí. Segundo Luma, se por acaso no futuro surgisse uma oportunidade de competir na organização adotando o estilo que domina, ela não pensaria duas vezes.
– Se um dia entrar para o UFC, quero ser como ele (Lyoto) utilizando e me baseando no caratê como o estilo principal de luta. Ele é o representante bruto do caratê no MMA – ressaltou.
Os ídolos não se restringem à estrela brasileira do UFC. Luma também ressalta os estilos de Valéria Kumizaki, prata no Pan do Rio e bronze em Guadalajara, e de Douglas Brose, multi-campeão e ouro no mundial de 2010, na Sérvia.
– Sempre que participam de competições, os dois vão ao pódio. São lutadores experientes e que sabem competir – elogiou.
ufc Mark Munoz; e Lyoto Machida (Foto: Agência Getty Images)Lyoto Machida atualmente luta nos pesos-médios do UFC (Foto: Agência Getty Images)

sem vida fácil
Quem vê a jovem falando de maneira entusiasmada pode não saber, mas Luma teve que encarar rejeição e dúvidas para poder realizar o sonho de entrar para o mundo das artes marciais. Antes de ganhar a vida no caratê, ela tentou o taekwondo, mas esbarrou em um "não" de um treinador quando tinha apenas nove anos.
– Sempre gostei de lutas. Comecei após um colega meu ter iniciado a prática também. Desde então, nunca mais larguei o esporte. Digo que foi por instinto. Tentei entrar no taekwondo, mas o treinador me rejeitou, pois dizia que era muito pequena. Então decidi entrar para o caratê. Algumas pessoas duvidavam de mim por ser um esporte considerado violento, mas sempre tive o apoio dos meus pais e segui em frente com esta ajuda – explicou a lutadora, que conquistou o primeiro título logo na primeira competição, a Copa Karatê, em Ouro Branco (MG), em 2004.
Luma Almeida Treinamentos Karatê Divinópolis Minas Gerais Centro-Oeste (Foto: Luma Almeida/Arquivo Pessoal)Atleta segue rotina dura de treinamentos (Foto: Luma Menezes/Arquivo Pessoal)
Hoje, apesar da pouca idade, a faixa preta tem a própria academia e trabalha na formação de novos alunos no Centro-Oeste mineiro. Única representante da cidade natal no Brasileiro, ela irá competir em duas categorias: kumite feminino, da faixa roxa à preta, abaixo de 55 kg, até 34 anos; e universitário, da faixa roxa à preta, abaixo de 55 kg, acima de 18 anos.
– Como sou professora, tenho treinado sozinha durante os intervalos das aulas, o que deve dar em média três horas por dia. Como me dedico ao estilo de kumite, que é mais agressivo e que exige mais agilidade, os treinos têm sido pesados. Fico feliz de saber que vou competir entre os melhores do país e está sendo uma honra representar Divinópolis e Minas Gerais – afirmou a atleta, que tem no extenso currículo de títulos os Campeonatos Mineiro e Brasileiro, em 2010, no kumite individual feminino.
Embora seja necessário um esforço extra para conciliar as aulas e os treinamentos, Luma não reclama. Pelo contrário, para ela, a possibilidade de ensinar a arte marcial na academia própria, inaugurada em fevereiro deste ano, é parte da missão de um atleta.
– Qualquer pessoa que entra no tatame, tem que mostrar essa vontade de lutar. Treinamos muito e temos que mostrar o que sabemos nas competições. Um atleta também não pode só competir, tem que passar a essência do esporte para os mais novos. Espero que consiga passar e que eles consigam títulos importantes futuramente – finalizou.
* Colaborou Thulio Oliveira sob supervisão de Raphael Lemos

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