sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Shogun está sempre a duas lutas da disputa de cinturão", diz empresário

Eduardo Alonso conta que já cogitou com o UFC a hipótese de um dia fazer combate em peso casado para testar o atleta. Mas foco atual está nos 93kg

Por Rio de Janeiro
O saldo de Maurício Shogun nas últimas 10 lutas é negativo - quatro vitórias e seis derrotas -, mas o prestígio dele continua em alta no UFC, que acabou de renovar seu contrato por mais oito combates. É verdade que o curitibano tem história, é um nome forte no mercado e costuma promover duelos emocionantes até quando perde, como ocorreu nos dois encontros com Dan Henderson. Por isso o empresário de Shogun, Eduardo Alonso, acredita que o lutador sempre será um potencial candidato a disputar o cinturão dos meio-pesados (até 93kg) da organização. O agente listou ainda outros motivos para justificar seu pensamento:
- Costumo dizer que o Shogun está sempre a duas lutas da disputa de cinturão, aconteça o que acontecer, porque é um cara que tem um histórico muito grande no evento e no MMA, foi campeão do talvez maior GP que o Pride já teve, foi campeão do próprio UFC, tem um estilo de luta muito agressivo e um contingente de fãs muito grande, e é um nome forte. A categoria não é tão repleta de candidatos e de atletas surgindo o tempo todo, como outras mais leves. Então, o Shogun está sempre potencialmente a duas vitórias de uma disputa de cinturão. Tudo depende, claro, de circunstâncias, lesões de outros atletas, calendário, do campeão estar ou não ativo, o que torna isso muito subjetivo. Mas estourando com três vitórias o Shogun pode estar disputando título. Mas esse é um pensamento que nem adianta ficar nutrindo neste momento. Ele tem uma luta para fazer no dia 8 de novembro, e essa é a realidade - disse, por telefone, ao Combate.com.
Maurício Shogun é ex-campeão do UFC e já foi campeão de GP do Pride (Foto: Ivan Raupp)
O próximo duelo de Shogun será no dia 8 de novembro, no evento principal do UFC em Uberlândia-MG, contra o nigeriano naturalizado inglês Jimi Manuwa. Eduardo Alonso foca nesse compromisso e na categoria dos meio-pesados. Ao mesmo tempo, revela que já houve até um contato com a organização para que o ex-campeão possa baixar para os médios (até 84kg) um dia. Mas essa mudança, se acontecer, não é para ser pensada agora, como frisou o empresário:
- Descer de peso é uma coisa em que não adianta pensar no momento. Ele tem uma luta nos 93kg contra o Manuwa, essa é a realidade dele. O Shogun é um atleta que está fisicamente mais forte agora do que nas últimas duas lutas. Ele rende bem nos 93kg. E a categoria de 84kg é tão dura quanto, ou então mais dura do que a de 93kg. Não adianta ficar pensando nisso agora. A gente até cogitou com o UFC a hipótese de talvez fazer uma luta em peso casado algum dia, para sentir se ele tem condição de baixar, mas isso é um projeto possível, e não certo, para o futuro, se a gente julgar necessário e se por algum motivo o rendimento dele nos 93kg não estiver mais tão bom.
Saída de Daniel Sarafian
Questionado também sobre a saída de Daniel Sarafian da equipe comandada por Demian Maia, Eduardo Alonso aproveitou para explicar seu lado. Ele não é mais empresário do lutador, que se mudou para os EUA e agora faz parte do time de Ryan Bader e CB Dollaway. O agente tratou as divergências profissionais como algo normal e esclareceu que Sarafian já não fez com ele a preparação para a última luta - foi finalizado por Kiichi Kunimoto no primeiro round. Alonso também garantiu que os dois continuam amigos e mostrou torcida pelo ex-TUF Brasil:
- Entendo as divergências como uma coisa normal de qualquer profissão. Está todo mundo sempre tentando o melhor, e não foi diferente com o Daniel. É um excelente atleta, tem muito potencial e está sempre buscando o melhor para ele. O atleta tem que se sentir bem, tem que confiar nas pessoas e no trabalho que está sendo feito, afinal, é a carreira dele. Ele é quem vai subir para lutar e precisar estar se sentindo seguro. Na verdade a gente nem procurou dar muito pano para manga, mas teve uma divergência profissional em relação a treinamento, coisa natural, no fim de março. E eu, particularmente, não participei do camp dele para a luta de junho. Ele esteve algumas vezes na academia, uma vez por semana em média, mas não fez o camp comigo nem com a nossa equipe. A gente não conseguiu chegar a um consenso. Ele montou outra equipe e fez o treinamento para essa luta. Após essa luta, ele até conversou comigo, pois continuamos amigos, e comentou que estava pensando na hipótese de treinar no Arizona, na equipe do CB (Dollaway). Eu concordei, achei ótimo, pois o material humano lá é excelente e certamente seria melhor do que o treinamento que ele fez para a luta de junho, na minha opinião. Acredito que ele tem tudo para ter excelentes performances treinando lá. O Daniel é um ótimo atleta, talentoso e dedicado.

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