Bethe promete torcida por Ronda contra Zingano: "Quero machucá-la"

Brasileira sonha com retorno ao UFC no Brasil, de preferência contra a campeã. Caso não a enfrente, deseja enfrentar qualquer top 5 da divisão

Por Raphael Marinho Rio de Janeiro

Bethe Correia sabe usar a mídia a seu favor. Oitava colocada no ranking do peso-galo feminino (até 61kg) do Ultimate, ela deixa claro que sabe que o caminho até o título não é conquistado apenas no octógono. Como a própria lutadora declara, "é uma batalha dentro e fora". Sem lutar desde o dia 30 de agosto do ano passado, Bethe Pitbull, como é conhecida, teve que passar por uma cirurgia após sofrer um descolamento de retina e estará liberada para lutar a partir do fim de março. Seu sonho, como ela já disse tantas vezes, é enfrentar Ronda Rousey e inclusive torcerá pela rival no combate contra Cat Zingano, pois quer "ser a primeira a bater nela e machucá-la".

Bethe Correia prometeu torcer para Ronda: ela quer ser a primeira a bater a campeã (Foto: Evelyn Rodrigues)

Apesar do desejo, Bethe tem a consciência de que sua próxima luta pode não ser imediatamente pelo título. Caso isso se confirme, a atleta da Pitbull Brothers apenas deseja encarar uma adversária do top 5. Ela já foi provocada por Miesha Tate e, mais recentemente, desafiada por Sarah Kaufman.
- Fico feliz de elas quererem lutar comigo. Mostra que eu sou um bom combate e que elas me veem. Sei que todas elas são grandes lutadores - afirmou, em entrevista ao Combate.com.
Outra vontade de Bethe Correia é que seu combate de retorno seja no Brasil, já que, pelo UFC, ela ainda não realizou nenhum confronto em seu país. Questionada se o card do dia 21 de março, que será realizado no Maracanãzinho, seria a volta ideal, ela concordou e já até projetou uma disputa de título atuando em casa contra Ronda.
- Quero vencer seja onde for e meu sonho é lutar pelo título no Brasil. Sei que a Ronda também queria enfrentar uma brasileira pelo título aqui. Não sei se seria com ela ou outra lutadora e nem a data, mas queria muito que a minha volta fosse realmente no Brasil - ressaltou.

Bethe Correia sonha com duelo contra Ronda Rousey (Foto: Montagem sobre foto da Getty Images)

Confira a entrevista com Bethe Correia por tópicos:
PROVOCAÇÕES DE MIESHA TATE E SARAH KAUFMAN
Várias meninas estão com vontade de lutar comigo, mas isso não me surpreende porque meu foco é a Ronda e acho que eu batalhei para lutar, chamar a atenção do UFC e da detentora do cinturão. Porque você tem que fazer um conjunto de coisas: treinar, vencer, convencer, pedir a luta para você ser a campeã e ter esse direito. É uma batalha dentro e fora (do octógono). Eu pedi, e o UFC cedeu um pouco, disse que tem um projeto para mim, então estou aguardando e fico feliz de elas quererem lutar comigo. Mostra que eu sou um bom combate e que elas me veem. Sei que todas elas são grandes lutadores.

Bethe manifestou vontade em duelar contra Miesha
Tate (Foto: Editoria de Arte)

PRÓXIMA LUTA NO UFC
Não tive nenhum contato com o UFC. A Ronda, há pouco tempo, demonstrou que quer lutar comigo depois da Cat Zingano. Não sei se o UFC quer me botar direto para o cinturão. Se me perguntarem se quero esperar para lutar pelo cinturão ou fazer outra luta antes, vou falar que quero a campeã. Não consigo ver outra lutadora na minha frente que não seja a Ronda. Vou torcer muito mesmo para que ela ganhe da Zingano, ficarei com os dedos cruzados a luta inteira porque quero muito lutar com ela. Quero ser a primeira a bater nela, vencer e trazer o cinturão para o Brasil. Quero surpreender com meu potencial, bater nela e machucá-la. Estou me preparando para isso. Se o UFC me der o direito de escolher, é a Ronda. É meu sonho, senão fico na torcida para que marquem uma boa luta para mim. Uma boa luta seria a campeã ou alguém do top 5.

Dessas top 5, gostaria muito de bater na Miesha Tate. Acho que ela me deixou com a vontade guardada de bater nela. Já quanto a Sarah Kaufman, acho que seria boa luta pelo estilo dela. Casaria bem comigo, é uma trocadora, não vai ficar tentando me agarrar e passaria mais emoção trocar com ela."

Bethe, sobre caso não enfrente Ronda

E SE A LUTA NÃO FOR CONTRA RONDA?
Eu tive alguns desentendimentos com a Miesha Tate nas redes sociais que pegaram fogo. Infelizmente tive a lesão. Queria muito ter lutado com ela, mas o UFC teve que cancelar e marcou ela com a Sara McMann. Dessas top 5, gostaria muito de bater na Miesha Tate. Acho que ela me deixou com a vontade guardada de bater nela. Já quanto a Sarah Kaufman, acho que seria boa luta pelo estilo dela. Casaria bem comigo, é uma trocadora, não vai ficar tentando me agarrar e passaria mais emoção trocar com ela. Gostaria de fazer essa luta. Mas ela até agora só me chamou para o combate, mas chamou sem me ofender. Perguntou quando eu estaria bem, sabia da minha lesão. É um estilo, não desrespeito ninguém, mas vejo minhas adversárias meio que como inimigas. Não gosto de "amizadezinha" com adversária porque ela tem o mesmo desejo que eu. Não tem como chegar e dizer: "Sarah, ou qualquer uma, gosto de você". Eu penso logo que quero quebrar a sua cara. Mas ela não me desrespeitou. Já a Miesha Tate, acho muito sarcástica, meio falsinha. A Ronda é mais verdadeira, apesar de olhar para ela e querer quebrar todinha. A minha vontade é fazê-la sentir dor porque acho que ela nunca apanhou na vida. Tenho sentimentos diferentes por cada adversária e todas para mim são inimigas, mas sempre com o respeito do esporte. Só que elas querem o que quero

Não tem como chegar e dizer: "Sarah, ou qualquer uma, gosto de você". Eu penso logo que quero quebrar a sua cara. Mas ela não me desrespeitou. Já a Miesha Tate, acho muito sarcástica, meio falsinha. A Ronda é mais verdadeira, apesar de olhar para ela e querer quebrar todinha. A minha vontade é fazê-la sentir dor porque acho que ela nunca apanhou na vida."

Bethe Correia

RETORNO AO OCTÓGONO
Fim de março é o tempo que o médico falou para evitar que eu não corresse riscos. Eu queria voltar antes, mas para que eu esteja bem, 100% para vencer, não para arriscar minha carreira e sim para sair campeã, tem que ser a partir do fim de março. Estarei pronta. Vou torcer muito para ter essa chance de lutar com a Ronda e trazer o cinturão para o Brasil, mas estou aí para todas as lutadoras
VOLTA NO BRASIL É CONSIDERADA A IDEAL
Eu queria muito lutar no Brasil. Nunca lutei um UFC no Brasil, sempre me colocam fora e escutar a torcida gritando meu nome, o "uh, vai morrer", amo demais aquilo. Tive a chance de assistir ao último UFC no Rio e amei muito, mas sou pau para toda obra. Onde o Ultimate me botar está bom. Quero vencer seja onde for e meu sonho é lutar pelo título no Brasil. Sei que a Ronda também queria enfrentar uma brasileira pelo título aqui. Não sei se seria com ela ou outra lutadora e nem a data, mas queria muito que a minha volta fosse realmente no Brasil.

Bethe Correia planeja retorno em evento no Brasil (Foto: Evelyn Rodrigues)