segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

De saída do Inter, Dida faz apenas um jogo em 2015 e fica 8 meses sem atuar

Trazido para ser a segurança do Inter no final de 2013, goleiro perdeu a posição no final de 2014 e virou o terceiro na hierarquia colorada. Destino segue indefinido

Por Porto Alegre
Dida, goleiro do Inter (Foto: Diego Guichard)Dida fez 43 jogos pelo Inter (Foto: Diego Guichard)
O status de Dida mudou no Inter em menos de dois anos. Contratado no final de 2013 para dar segurança ao gol da equipe, termina seu contrato sem atuar há oito meses e como o terceiro na hierarquia, atrás dos irmãos Alisson e Muriel. 
A atual temporada deixará poucas lembranças boas ao experiente goleiro. Dida entrou em campo em apenas uma partida. Foi no distante 5 de abril, quando o Colorado fez 2 a 0 em cima do Passo Fundo, pelo Gauchão, ainda sob a tutela de Diego Aguirre. Até o domingo, que marcou o último jogo da equipe na temporada, se passaram 245 dias, nos quais ou ficou no banco de reservas ou sequer concentrou.
Dida reinou soberano no primeiro semestre de 2014 e em grande parte do segundo. Além da experiência, gozava da confiança de Abel Braga e de seu preparador de goleiros, Marquinhos, além das boas atuações. Fora isso, era uma das vozes ativas no vestiário, apesar do estilo quieto que o marca.
A situação começou a se alterar no dia 14 de setembro do ano passado. No jogo contra o Botafogo (vitória por 2 a 0), Abel optou em começar a partida com Muriel. Dida ficou como alternativa. No entanto, o novo titular sofreu um problema na coxa esquerda e precisou ser substituído pelo companheiro.
O veterano ainda sobreviveu mais seis jogos (três vitórias, um empate e duas derrotas) como o dono da função, mas sem o mesmo respaldo. O “fim da linha” ocorreu no fatídico 9 de outubro, quando o Colorado foi humilhado pela Chapecoense na Arena Condá e acabou goleado por 5 a 0. Dida, é verdade, não tomou os cinco. Após sofrer o quarto, cometeu pênalti em Leandro e foi expulso por Ricardo Marques Ribeiro, o que forçou Rafael Moura a assumir a função (confira vídeo abaixo).


Na rodada seguinte, diante do Fluminense (triunfo por 2 a 1), o escolhido de Abel foi Alisson. Desde então, o panorama não mais se modificou. Dida, apesar da experiência e do currículo de Europa e Seleção, não criou confusão. Pelo contrário. Esteve no vestiário para dar força ao parceiro. Alisson, aliás, não esconde a idolatria pelo colega
– O Dida foi ao vestiário para fechar a roda conosco. Deu-me um abraço e desejou boa sorte. Falou para eu ir tranquilo e repetir o que eu estava fazendo nos treinos, que eu estava bem – afirmou em entrevista ao GloboEsporte.com. – Ele é um ídolo nacional. É muito importante ter o apoio dele e a experiência que nos passa no dia a dia – complementou.  
Ainda em 2014, sofreu uma lesão no joelho (não informada qual) durante um amistoso na Itália. O problema o afastou da pré-temporada do clube. A situação piorou no início do ano, quando Dida se viu em algo raro durante a carreira: polêmica. O goleiro foi flagrado em um baile funk junto de Jorge Henrique. Ambos acabaram multados pelo clube.
Dida goleiro Inter (Foto: Reprodução)

O espaço menor e o ato não diminuíram sua importância. Durante os treinos de goleiros, Dida ajuda o preparador Daniel Pavan e o auxiliar Durgue Vidal tanto nas atividades como nos conselhos a Alisson, Muriel e Jacsson. Brinca com os parceiros e até o sorriso, característica pouco marcante em sua trajetória, é vista com frequência. Após a cirurgia no pé direito de Rafael Moura, foi ao hospital visitá-lo ao lado de Paulão. No seu aniversário, D'Alessandro, Alex, Paulão, Juan, e Rafael Moura marcaram presença.
Nos trabalhos, também mostra descontração. Quando há um descanso, pega a bola e mostra intimidade, com intermináveis embaixadinhas. Durante os rachões, se arrisca como jogador e chega a marcar gols. 
Alisson Dida Inter (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)Dida virou uma espécie de tutor de Alisson no Inter (Foto: Tomás Hammes / GloboEsporte.com)

A importância no grupo, no entanto, não será o suficiente para mantê-lo no grupo. O contrato de Dida, que expira neste final de ano, não terá prorrogação. E, ao que tudo indica, a passagem do baiano de 42 anos acabará com as mesmas 43 partidas pelo Inter que ostenta desde abril. Ainda não há uma certeza, todavia, se seguirá a carreira ou se aposentará. No Beira-Rio, a passagem se encerra sem deixar saudades.

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