quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Amanda Nunes desafia e alfineta Ronda: "Pegava menininhas inferiores"

Campeã dos galos, que deseja enfrentar Ronda em Nova York, não mediu palavras ao falar da americana: "Ela já teve o tempo dela e sabe que esse momento esfriou"

Por Rio de Janeiro
Única brasileira(o) dona de um cinturão linear do UFC, Amanda Nunes está com moral. Campeã dos galos, ela agora é alvo de todas as outras atletas da categoria, e vem recebendo desafios constantes, principalmente de Julianna Peña e Valentina Shevchenko, que estão em alta na divisão. Mas quem está na mira de Amanda é a maior lutadora da história do MMA feminino:Ronda Rousey, que não luta desde a derrota para Holly Holm, em novembro de 2015. Em jantar com a imprensa na última segunda-feira, no Rio de Janeiro, Amanda detonou a ex-campeã.
Amanda Nunes (Foto: Gustavo Pereira)Amanda Nunes quer luta com Ronda Rousey no UFC de Nova York (Foto: Gustavo Pereira)
- Eu acredito que não (Ronda não vai voltar a ser a mesma lutadora). Acho que ela já teve o tempo dela, que era aquela algazarra toda com Ronda e ela sabe que esse momento esfriou, sabe que perdeu isso e esse é o problema. Ela era invicta há um tempão e agora não sabe lidar com a derrota, voltar de uma derrota. Quando eu comecei a minha carreira, já foi perdendo. Comecei tomando um tapa da vida (risos), como quem diz: "Agora vai se recuperar para ser campeã no futuro". Eu já sei lidar. Claro que é ruim, eu não quero perder mais, é ruim para caramba. Mas me ajudou bastante para evoluir a cada luta. Com a Ronda não teve isso. Ela foi pegando as menininhas inferiores e as meninas caíam no jogo dela porque tinha pressão do UFC em cima, cinturão, imprensa em cima falando Ronda, Ronda, Ronda. Isso entra na cabeça das atletas e aí as meninas já faziam o jogo dela e caíam na chave de braço. Mas isso não vai acontecer comigo porque eu estou muito forte psicologicamente, muito forte, mas muito forte. E ainda com esse cinturão do meu lado... Ela sabe disso, por isso que ela está evitando. Ela sabe a força que isso aqui tem. Eu estou esperando por Ronda. Tem que acontecer. A minha defesa de cinturão tem que ser uma luta histórica.
A baiana está interessada em uma "money fight", ou seja, uma luta que gere muito dinheiro. Então, nada melhor do que uma luta com Ronda no histórico UFC de Nova York, programado para acontecer no dia 12 de novembro, data que marca o 23º aniversário do Ultimate.
- Essa é a luta que faz sentido (contra Ronda Rousey) porque Ronda foi uma das maiores lutadores de todos os tempos e eu sou a campeã agora. Fiz história no meu país. Acho que é a luta que faz sentido porque vai ser grande, pay-per-view, um dos maiores pay-per-views do UFC porque eu vou levar a audiência do meu país e ela vai estar no país dela. Essa luta eu quero que aconteça em Nova York porque vai ser histórico por ser o primeiro card em Nova York. Então eu quero continuar fazendo história e esse é o meu próximo passo.
Amanda Nunes (Foto: Gustavo Pereira)Amanda recebeu a imprensa em jantar no Rio de Janeiro (Foto: Gustavo Pereira)
Amanda e Ronda quase se enfrentaram no Strikeforce, mas o duelo acabou não acontecendo. Hoje, dona do cinturão, a Leoa se sente mais forte do que nunca. A confiança, portanto, está nas alturas.
- Com certeza a Amanda de hoje é melhor do que a do Strikeforce. Ela sabe o poder de ter o cinturão em casa, por isso que ela está com essa dúvida se volta ou não volta. Isso aqui dá uma força, tanto que Anderson Silva e José Aldo ficaram por tanto tempo. Estar com o cinturão é uma força a mais. Eu estou com toda vantagem em cima de Ronda nesse momento. Eu treino judô também, sei defender quedas e sei aproveitar todos os momentos da luta, tanto em cima quanto embaixo. Eu tenho mais a oferecer. Sou mais forte psicologicamente do que ela. Tudo isso eu acho que vai estar do meu lado no dia da luta e o Brasil vai estar comigo com certeza. Só estou esperando esse momento acontecer.
Amanda diz que está disposta a esperar pelo retorno de Rousey, mas, caso a loira não volte aos octógonos, ela tem a consciência de que sua próxima adversária pode ser Julianna Peña, primeira campeã do TUF que vem de quatro vitórias seguidas no UFC.
- Tem a Julianna que também está vindo de uma sequência de vitórias e com certeza vai ser a Julianna se a Ronda não voltar. Mas eu acredito que, com certeza, ela vai voltar. Vou esperar. Acho que a Ronda é a mais perigosa para mim. No jogo da Julianna eu sei que me encaixo bem. Já provei contra a Sara McMann, contra Miesha Tate e vai acontecer com a Julianna o mesmo jogo. Eu já estou com esse embalo. Depois da Sara McMann veio a Miesha Tate, que foi a mesma coisa, achavam que se me colocassem para baixo ia ser bom porque eu não tenho chão. Mas pô, eu comecei no chão, no judô e no jiu-jítsu. 
A única derrota da carreira de Ronda no MMA veio diante de Holly Holm. Amanda pretende usar a atuação da "Filha do Pastor" como espelho, mas quer fazer ainda melhor.
- Acho que vai ser um pouco igual à estratégia da Holly, mas com um pouco mais de força e agilidade, com mais entra e sai. A Holly saía para os lados. Eu vou entrar para nocautear. Quando eu tocar na Ronda vou, a todo momento, tentar finalizar a luta, nocauteando. Vai ser para baixo, jiu-jítsu... Vou estar pronta para qualquer coisa ali.

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