sábado, 19 de março de 2011

De olho em Londres, brasileiros do badminton fazem escala na Malásia

Destaques em esporte pouco praticado no país, Daniel Paiola e outros três integrantes da seleção fazem treinamento intensivo do outro lado do mundo

Por Débora Vives Rio de Janeiro
Aos 21 anos, Daniel Paiola, número 1 do badminton no Brasil, já carrega na bagagem grandes experiências. Morou um ano em Portugal, seis meses na Espanha e três na Dinamarca. O destino agora é a Malásia, aonde chegou em janeiro e treinará por seis meses em um centro de treinamento com outros três atletas da modalidade - Hugo Arthuso, Yasmin Cury e Fabiana Silva, além do técnico Luis Martins. Apesar da rodagem, ele nunca ficou tão longe de casa. "O corpo acostuma", garante o campineiro, que conversou com o GLOBOESPORTE.COM separado por 11 horas de fuso horário. Enquanto no Brasil o dia recém começava, Daniel já tinha jantado depois de um puxado treino de sete horas.
Paiola, que joga desde os 13 anos, foi o primeiro a chegar ao país e entrou firme na rotina de treinamento, que vai de segunda a segunda. É só nisso que os colegas e ele pensam. A meta? Ficar com uma das 38 vagas nas Olimpíadas de Londres-2012. Hoje, Daniel, em 74º no ranking, estaria dentro. A lista fecha em maio de 2012 - cada país pode ter no máximo dois atletas.
Atletas badminton na Malásia Paiola (Foto: Divulgação)Yasmin (esq.), Fabiana, Luis, Hugo e Daniel posam com o malaio Yorgendran (Foto: Divulgação)
- Quero tanto ir para Londres que a cada dia que treinamos mais eu me sinto melhor e mais animado. Faremos daqui a nossa casa, e daqui iremos participar dos torneios para a qualificação olímpica. Depois disso, retornamos aos treinamentos no Brasil, pois no segundo semestre 90% das competições são na América e também temos o Pan de Guadalajara - revela Daniel.
Apenas treinamos, comemos, dormimos e treinamos"
Daniel Paiola
Nessa vida de treinos puxados, os jogadores têm contato com atletas do mundo todo. O centro de treinamento é um caldeirão de nacionalidades, de culturas diferentes. Mas Paiola gosta: o número de amigos só aumenta. Ele conta que difícil mesmo é ficar longe do arroz e feijão da avó - a comida na Malásia, segundo ele, é apimentada e gordurosa - e, claro, achar tempo para sair, namorar e conhecer o país, já que a primeira casa da equipe é o CT.
- Apenas treinamos, comemos, dormimos e treinamos. Não somos de sair muito, mas quando acontece, com permissão do técnico, é sempre bem light, com muita moderação. Namorada... são tantas viagens, prefiro ser solteiro (risos). Nem temos muito tempo para pensar nessas coisas, porque sempre estamos pensando no próximo torneio - explica.
Se a dúvida é saber como o atleta está se virando com o idioma local, essa ele garante que tira de letra. Mesmo que a maioria dos jogadores fale chinês, é no inglês que as equipes do mundo todo se entendem.
No país do badminton não se joga futebol
Daniel surpreendeu os malaios em um inocente aquecimento antes do treino. A brincadeira foi tipicamente brasileira: futebol. Ele, que nunca foi um camisa 10, acostumado a jogar em peladas com os amigos, se destacou entre os participantes.
- Sou Ronaldinho, Kaká e Robinho juntos! Eles são muito ruins (no futebol) - brinca Daniel.

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