sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dentinho prepara troco para o chute no vazio e projeta: 'Clássico é guerra'

Atacante promete pedaladas, mira primeiro gol no Palmeiras e pede sossego com a vida particular depois de anunciar namoro com modelo

Por Carlos Augusto Ferrari, Leandro Canônico e Renato Cury São Paulo
O chileno Valdivia e seu 'chute no vazio' podem se preparar para uma resposta à altura do Corinthians, neste domingo, a partir das 16h, no Pacaembu, pelas semifinais do Campeonato Paulista. Acostumado aos clássicos desde as categorias de base e ciente da importância de uma vitória sobre o Verdão, Dentinho sonha com o primeiro gol diante do eterno rival e promete abusar da habilidade para levar o Timão a mais uma decisão de título.

- Sabemos que clássico é guerra. Tem de ser na raça e na vontade mesmo. É um jogo pegado, nossa torcida cobra bastante. Se tiver que dar carrinho de cabeça, tem que dar - projetou.
Nesta entrevista exclusiva ao Globoesporte.com, concedida no CT Joaquim Grava, na zona leste de São Paulo, Dentinho garante que não se importa com o polêmico lance criado pelo Mago e reclama sobre as críticas que recebe por utilizar as pedaladas para enganar os adversários durante os jogos.

- O engraçado é que, se o Dentinho dá a pedalada, está menosprezando o adversário. Tantos outros fazem e aí é uma coisa bonita - lamentou.

A vida fora de campo também virou assunto para Dentinho. Depois de participar do filme que conta a vida da ex-garota de programa Bruna Surfistinha e do seriado FDP, o jogador ganhou as manchetes por conta do romance com uma famosa modelo.

- Precisa me cobrar dentro de campo. Fora de campo, faço o que tenho vontade, o que eu gosto - esbravejou.
Globoesporte.com: Você já foi decisivo contra São Paulo e Santos, mas ainda não marcou no Palmeiras. É uma motivação a mais para o clássico?
Dentinho: Na história, não consegui fazer gol no Palmeiras. Fico em débito com a torcida. Isso não me incomoda. O mais importante é sair com a vitória. Mas, se aparecer uma oportunidade, tenho de fazer o gol. Já fiz contra Santos e São Paulo. Falta no Palmeiras.

Depois de formar dupla de ataque com o Ronaldo, como é jogar ao lado do Liedson?
Ronaldo não pode ser comparado com ninguém pela qualidade que tem, pela história que tem. O Liedson é um jogador rápido, que ajuda a marcar, roubar a bola e, quando aparece, também faz gol. Ele é meu companheiro de quarto e até falou: “Poxa, você ficou sem concentrar comigo, parei de fazer gol”. Voltei, e ele fez um. Ele é experiente, ficou bastante tempo na Europa e sempre fala para eu ficar com a cabeça tranquila, jogar meu futebol alegre, partir para cima do zagueiro e cruzar para ele fazer gol. A semana que antecede um clássico tão importante como esse é diferente?
A ansiedade fica maior, né? Não que você não se concentre em todos os jogos, mas nesse tem mais concentração, sabe que se errar qualquer coisa pode dar um prejuízo maior. Gosto de jogar clássico, é o melhor jogo que tem, o campo que tem mais espaço. É a hora de pegar a bola, ir para cima, fazer jogadas individuais e conseguir essa vitória, que vai ser muito importante para a classificação para a final. Eu gosto (de clássico). Tem de ser ousado sempre, partir para cima. Em clássico tem um gostinho a mais. É um jogo importante, que a torcida gosta, todo mundo gosta. Eu sou mais um.
Zé Eduardo Dentinho (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) Dentinho admite que antes de um clássico a ansiedade é grande (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Você e o Julio Cesar enfrentaram o Palmeiras pelas categorias de base. A vontade de vencer é maior do que a dos outros jogadores?
É diferente desde a base. Sabemos que clássico é guerra, é um jogo difícil. Para quem chegou tem de estar com essa consciência de ser um jogo difícil. Tem de ser na raça e na vontade mesmo. Sabemos que é um jogo pegado, nossa torcida cobra bastante. Se tiver que dar carrinho de cabeça, precisa dar. É um jogo muito complicado. Na base, mais ganhei. No profissional, não sei se foram muitas partidas, mas acho que mais ganhei também.
Sabemos que clássico é guerra, é um jogo difícil. Tem que ser na raça e na vontade mesmo. Se tiver que dar carrinho de cabeça, tem que dar."
Dentinho
Qual será a sensação de atuar como visitante no Pacaembu?
Vamos sentir falta da torcida, mas os 5% (quantidade designada pelo Palmeiras, mandante do jogo, por ter melhor campanha no torneio) vão fazer muito barulho. Vamos procurar jogar dentro de casa.

Você já recebeu críticas por causa das pedaladas. O que acha do “chute no vazio” do Valdivia?
Para mim, faz parte do futebol. Se ele tem criatividade para fazer isso, está bom. Eu tenho criatividade para dar minha pedalada. O engraçado é que, se o Dentinho dá pedalada, está menosprezando o adversário. Tantos outros fazem a pedalada e aí é uma coisa bonita. Mas é do futebol. Vou continuar indo para cima, jogando meu futebol alegre.

Ficaria irritado se ele fizesse na sua frente?
Para mim, tanto faz. Não acrescenta nada. É uma jogada que ele tem criatividade para fazer. É mérito dele. Quero saber se eu fizesse na frente de alguém se irritaria. Mas nosso grupo tem que estar focado na vitória.

O Palmeiras tem a melhor defesa do Paulistão (foram nove gols sofridos em 20 jogos). Tem alguma tática para superá-la?
Eles marcam muito forte. Temos de ser rápidos. Nenhuma defesa tem qualidade o jogo inteiro. Sempre tem uma falha. Quando tiver, nossa equipe tem de aproveitar. O Thiago Heleno é um excelente jogador. Sabemos que ele chega forte. Mas precisamos ir para cima e aproveitar as oportunidades.
Zé Eduardo Dentinho (Foto: Felipe Barbosa / Mega Model)Dentinho faz pose de modelo
(Foto: Felipe Barbosa / Mega Model)
Chegou o momento de jogar na Europa?
Vamos conversar com a diretoria, é preciso ver se vai chegar proposta. Tenho paciência. Meu amor pelo Corinthians é muito grande. Com o tempo, vamos conversar. Não sei o que pode ocorrer mais para frente. Espero dar esse título paulista e ver o que acontece. Mas eu quero muito ficar.
Como está sendo a vida de celebridade depois de participar de um filme e um seriado?
Eu estou aproveitando o momento. É uma coisa bacana para a imagem do jogador. É a beleza, o carisma que eu tenho. Eu procuro fazer, aproveitar minha vida e curtir da melhor maneira possível.

Você virou manchete nas últimas semanas por causa de seu novo namoro (com a modelo Danielle Souza, mais conhecida como "Mulher Samambaia". Como é essa relação de fama e cobrança por um bom desempenho nos gramados?
Quero que me cobrem dentro de campo. Fora dele, faço o que tenho vontade, o que eu gosto. Nós temos uma vida só. Se você não é feliz nessa vida, o que vai acontecer? Fico chateado quando vejo alguma matéria falando do filme, do seriado ou da minha namorada. Isso é coisa minha. Não preciso ficar expondo. O que faço fora de campo é coisa minha. Cuido da minha vida, minha família está próxima. Qualquer um pode ter uma namorada. Não é necessário falar sobre sobre isso e me preocupo com o que se passa dentro de campo.

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