terça-feira, 27 de março de 2012

Altos custos provocam debandada brasileira no Mundial de bodyboard

Campeões mundiais Guilherme Tâmega e Uri Valadão, além de Éder Luciano e Roberto Bruno, desistem de etapa em Margaret River, na Austrália

Por Gabriele Lomba Rio de Janeiro
Atual campeão do Circuito Mundial, o francês Pierre Louis Costes mal conseguia acreditar: o nome de Guilherme Tâmega, seis vezes melhor do mundo no bodyboard, não está na chave da segunda etapa da temporada, em Margaret River, na Austrália. Nem o dele nem o do também campeão mundial Uri Valadão e de outros dois brasileiros: Éder Luciano e Roberto Bruno. O principal motivo é o alto custo da viagem.
- Triste por não ver o Tâmega na chave - escreveu Pierre em seu perfil em uma rede social.
Apenas Magno Oliveira, vice-campeão da etapa no ano passado, vai competir no pico The Box.
Guilherme Tâmega Mundial de Margaret River 2011 (Foto: Iba Tour /Divulgação)Guilherme Tâmega abriu mão da etapa de Margaret River (Foto: Iba Tour /Divulgação)
O campeão da etapa australiana neste ano ganhará US$ 6 mil. Na semana passada, o havaiano John John Florence faturou US$ 40 mil pelo título de um campeonato da divisão de acesso do surfe (WQS) na mesma Margaret River. Na elite do surfe, os campeões de cada etapa ganham em média US$ 75 mil.
Os bodyboarders pré-classificados do Mundial são obrigados a disputar seis das oito etapas da temporada. Como a perna sul-americana começa em maio, com quatro eventos, os brasileiros preferiram descartar a etapa da cara Margaret River.
Tem que chegar no mínimo às quartas para começar a sorrir"
Tâmega
Melhor brasileiro no ranking, Guilherme Tâmega está em nono, com 1000 pontos, metade do que tem o havaiano Jeff Hubbard, líder. Parou nas oitavas de final da etapa de abertura, em Pipeline, no Havaí, onde mora. Gasta cerca de US$ 2,5 mil em cada viagem.
O Circuito Mundial segue depois para Arica, no Chile, Niterói, no Brasil, Puerto Escondido, no México, Sintra, em Portugal, Isabella, em Porto Rico, e Frontón, nas Ilhas Canárias.
- Tem que chegar no mínimo às quartas para começar a sorrir - ri.
Mas, para Guilherme, não pesa apenas a questão financeira. Aos 39 anos, ele prefere aproveitar o máximo de tempo possível com a família, recarregando as energias. Em vez de disputar todo o circuito, desta vez traçou a estratégia de só ir às etapas de que mais gosta. Também vai abrir mão de Portugal.
- Vou disputar só as etapas de que eu realmente gosto. No ano passado fui a todas e foi demais para mim. Acabei não fazendo nada direito. Em termos de estratégia, não funcionou comigo.
 

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