domingo, 24 de junho de 2012

Santos decepciona na 'estreia', e Coritiba aproveita contra-ataques
Neymar marca, mas Peixe fica no 2 a 2 e segue sem nenhuma vitória no Campeonato Brasileiro após seis rodadas
 
 
DESTAQUES DO JOGO
  • lance capital
    29 min
    Pênalti para o Coxa
    A alegria da torcida santista durou pouco no segundo tempo. Lincoln converteu pênalti sofrido por Rafinha e deixou tudo igual nos instantes finais.
  • decepção
    Elano
    Substituto sem brilho
    Com Ganso fora, Elano entrou em campo para exercer a função de principal armador da equipe. Porém, o jogador teve mais uma atuação abaixo do esperado.
  • o que deu certo?
    Marcação
    Pressão do Coritiba
    As principais jogadas de ataque do time paranaense neste domingo foram tramadas com bolas roubadas ainda no campo de defesa do Santos.
A CRÔNICA
por Lincoln Chaves
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A "ressaca" após a eliminação na semifinal da Taça Libertadores da América continua. Mesmo atuando diante de um adversário cujo foco está em outra competição, o Santos decepcionou os cerca de 5 mil torcedores que compareceram à Vila Belmiro para acompanhar a "estreia" da equipe titular na competição. Em atuação fraca, o Peixe só empatou em 2 a 2 com um desfalcado Coritiba, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. A decepção no estádio foi tanta que, logo após o jogo, uma intensa vaia das arquibancadas foi dirigida aos jogadores santistas.
Com o resultado, o Peixe desceu mais uma posição e agora ocupa a 18ª posição do Brasileirão, com apenas quatro pontos - ainda na zona de rebaixamento - e continua sem vencer na competição. O Coxa, por sua vez, é o 11º colocado com sete pontos, e obteve sua primeira igualdade no torneio.
Na próxima rodada, o Santos vai até São Paulo fazer o clássico paulista contra a Portuguesa, no domingo, no estádio do Canindé, às 16h. No mesmo dia e horário, o Coritiba recebe o Sport no estádio Couto Pereira.
neymar santos x coritibas (Foto: ELISA RODRIGUES/FUTURA PRESS/Agência Estado)Neymar sofre com a marcação do Coritiba (Foto: ELISA RODRIGUES/FUTURA PRESS/Agência Estado)
Edu Dracena salva o ataque do Peixe
Não foi só o Coritiba que veio modificado para o jogo na Vila. Além da entrada de Elano na vaga de Ganso, Muricy Ramalho devolveu a Léo a condição de titular na lateral esquerda, no lugar de Juan. O que não mudou foi o estilo de jogo com o qual o Santos tem se lançado nas partidas, investindo no toque de bola e na paciência para se aproximar da defesa rival. Ciente de que o Peixe viria a campo desta forma, o Coxa apostou na marcação sob pressão já no campo de ataque, para dificultar a saída de jogo santista.
E foi assim que, logo nos primeiros minutos, o time paranaense quase complicou a equipe da casa, com duas bolas roubadas próximo à grande área de Rafael. Primeiro com Everton Costa, que acabou desarmado por Arouca. Segundos depois, Roberto roubou a bola de Durval, subiu à grande área pela direita e cruzou para Everton Ribeiro chutar. O atacante, porém, desviou a assistência por cima da baliza.
Do lado santista, Neymar era quem mais buscava o jogo. Fosse caindo pelo lado esquerdo do ataque ou se aproximando de Arouca e Adriano, o camisa 11 não se limitou a trabalhar como homem de frente, mas também exerceu as vezes de armador do time, carente da criatividade de Ganso. Além das tradicionais arrancadas em direção ao gol, eram de Neymar os passes e lançamentos que mais assustavam a bem postada linha defensiva alviverde.
Faltava, no entanto, mais eficiência na conclusão por parte de Alan Kardec e Elano - que aparecia quase como um "quarto" atacante. Coube, então, a um zagueiro mostrar aos homens de ataque santistas como se faz: aos 31 minutos, após falta cobrada por Elano no segundo pau, o capitão Edu Dracena se antecipou a Emerson e desviou de cabeça para o gol de Vanderlei.
Apesar do tento, Santos e Coritiba não alteraram suas posturas até o final do primeiro tempo. O time praiano seguia administrando a posse de bola e apostando nas aproximações de Neymar para criar as jogadas, enquanto a estratégia alviverde permanecia na marcação sob pressão. E se o Peixe, até o gol de Dracena, vinha pecando na finalização, o mesmo pode ser dito a respeito do Coxa ao longo de toda a etapa inicial - em especial acerca de Everton Costa, que em duas bolas recebidas com liberade pela direita arrematou para a arquibancada.
Bola parada decide
A insistência do Coritiba na marcação sob pressão se repetiu na segunda etapa. Mas dessa vez deu resultado logo aos quatro minutos, em uma bobeira de Edu Dracena. O capitão santista saiu jogando errado e deu a bola nos pés de Everton Costa. O atacante aproveitou o presente, disparou pela ponta direita e cruzou rasteiro para Rafinha, isolado, tocar com categoria na saída de Rafael e empatar o jogo na Baixada, para alegria dos cerca de cem torcedores do Coxa que foram à Vila Belmiro.
Mais disposto, o Coxa passou a aparecer com mais frequência na metade santista do gramado, aproveitando-se da sonolência com a qual o Santos retornou para o segundo tempo. Com dificuldades de armar jogadas e muito dependente da aproximação de Neymar para que o time conseguisse criar, Muricy Ramalhou tirou Borges - que pouco tocou na bola ao longo do jogo - e colocou Felipe Anderson, retornando o Peixe ao tradicional 4-4-2 e deixando Alan Kardec na função de centroavante.
Ainda assim, foi necessária mais uma bola parada para que o Santos voltasse a ir às redes. Aos 25 minutos, Elano cobrou mais uma falta para a área, a zaga alviverde cortou mal e Neymar, bem posicionado, desviou com oportunismo para a meta de Vanderlei. A alegria santista, no entanto, durou apenas quatro minutos. Em mais um contra-ataque do Coritiba, dessa vez pela ponta esquerda, Rafinha penetrou na área e acabou derrubado por Maranhão (que substituiu Adriano no intervalo). Pênalti que Lincoln cobrou mal, mas o suficiente para deslocar Rafael e acertar no canto direito do arqueiro.
Após o gol, o Coritiba recuou a linha de marcação e permitiu a aproximação santista. A falta de criatividade alvinegra, no entanto, fez com que o Santos se limitasse a trocar bolas próximo ao meio-campo. O ritmo de jogo, bastante agitado ao longo da partida, caiu. Era tudo o que a equipe paranaense queria, para assegurar um valioso ponto na Vila Belmiro.

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