quarta-feira, 17 de julho de 2013

Pilota que morreu no DF não pensava em riscos: 'Nas ruas, perigo é maior'

Vítima de acidente fatal, Vanessa Daya era apaixonada por motovelocidade e não demonstrava medo da pista: 'Andar nas ruas é mais perigoso'

Por GLOBOESPORTE.COM Brasília
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vanessa daya acidente motociclismo brasília (Foto: Reprodução / Facebook)Vanessa era atual campeã da categoria 'Superbike
com Batom' (Foto: Divulgação/Facebook)
Um dos principais nomes da motovelocidade feminina no Brasil, Vanessa Daya já havia presenciado alguns acidentes com companheiras e adversárias em treinos e corridas no Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Brasília. Ainda assim, a jovem pilota descartava a ideia de abandonar as competições profissionais por causa dos perigos existentes na prática de esportes a motor. Vanessa acreditava que estava mais segura ao disputar corridas em circuito do que ao conduzir uma motocicleta nas ruas da capital federal. Porém, foi justamente no circuito de Brasília que Daya sofreu um gravíssimo acidente durante etapa do regional de Motovelocidade. Acidente que acabou lhe tirando a vida.
- Nas ruas, o perigo é bem maior, por causa dos carros e das vias mal projetadas. Eu já perdi alguns amigos em acidentes nas ruas. Por isso mesmo, eu optei por ir para o autódromo, porque lá é o lugar de correr. Eu também já vi acidentes no autódromo, mas nem se comparam. Na maioria das vezes, você cai, levanta, dá uma batidinha no macacão e volta para a pista. Por isso eu me sinto mais segura lá. Eu não penso em parar por causa dessa questão de perigo - afirmou a pilota, em entrevista concedida à produtora M2 MotoMovies, no fim de 2012.
Vanessa Daya se apaixonou pela motovelocidade após participar de curso de pilotagem (Foto: Divulgação/Facebook)Vanessa se apaixonou pela motovelocidade após curso de pilotagem (Foto: Divulgação/Facebook)
A paixão pela motovelocidade veio quase que por acaso. Vanessa Daya já estava acostumada a pilotar pelas ruas de Brasília, mas nunca havia pensado em disputar corridas em um circuito profissional. Por pura curiosidade, a jovem se inscreveu em um curso de pilotagem ministrado por Murilo Colatreli, campeão brasileiro do SuperBike Series 2010 de Motovelocidade. Após o primeiro contato com a velocidade, a brasiliense se apaixonou pela adrenalina das pistas e passou a se dedicar ao esporte.
Ao lado de duas amigas que também compartilhavam a paixão pelas duas rodas, Vanessa fundou a equipe Moto com Batom. O Campeonato Brasiliense de Motovelocidade ainda não contava com uma categoria dedicada às mulheres, mas a pilota não se intimidou e passou a disputar provas entre os homens. Com a criação da Superbike com Batom, primeira categoria exclusivamente feminina da motovelocidade brasileira, a brasiliense se destacou ainda mais e faturou o primeiro título da modalidade, em 2012.
A moto era companheira inseparável da brasiliense Vanessa Daya (Foto: Divulgação/Facebook)A moto era companheira inseparável da brasiliense
Vanessa Daya (Foto: Divulgação/Facebook)
A mobilização de pilotos de todo o Brasil após o acidente que vitimou Vanessa Daya demonstra o quanto a brasiliense de 31 anos era querida no circuito da motovelocidade. Após o grave acidente ocorrido no domingo, companheiros de Vanessa na Moto com Batom e também adversárias e amigos do Campeonato Brasiliense uniram forças para buscar doadores de sangue para a pilota. A morte da jovem também provocou comoção entre amigos e fãs nas redes sociais.
Em um bom momento na carreira, com a conquista de patrocinadores para a equipe Moto com Batom, Vanessa tinha o sonho de difundir a motovelocidade entre o público feminino e derrubar de uma vez por todas as barreiras e o preconceito que ainda existem no meio. A pilota também não escondia a vontade de disputar outras modalidades sobre duas rodas. Em suas entrevistas, ela chegou a comentar a vontade de experimentar estilos ainda mais radicais, como o motocross.

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