Bronzeado, Schweinsteiger quer provar que Deus não é só brasileiro
Apelidado de “Deus do Futebol” por torcida do Bayern, volante se entrega de corpo e alma ao país adversário da próxima terça e nega que esta seja sua última Copa
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Em sua primeira entrevista coletiva desde o início da preparação da Alemanha, ainda em maio, na Itália, Schweinsteiger revelou o que todos já sabiam: ele está desfrutando de todo o pacote chamado Copa do Mundo neste último mês. A concentração na pacata vila de Santo André, no sul da Bahia, o ajudou a ganhar uma cor de pele avermelhada - e também a fazer novos amigos que falam português.
Com o calor e o sol forte da Bahia, Schweinsteiger ganhou um bronzeado nesta Copa do Mundo (Foto: Reuters)
– Depois de
30 dias foi muito bom estar no Brasil, você pode perceber que todo mundo está um
pouco mais bronzeado... Mas estamos aqui em uma competição e fico muito feliz
que ainda continuamos na disputa. Percebemos que o povo brasileiro tem alegria de viver,
estamos muito contentes com a maneira que estão nos tratando. Tive a
chance de ter um contato com as pessoas aqui (Santa Cruz Cabrália), em Porto Alegre e no Rio de
Janeiro, e sempre fui muito bem tratado por todos, o carinho foi tão grande que
eu vesti algumas camisas de clubes brasileiros, como Bahia, Flamengo e Grêmio. Nós
esperamos que este clima continue, mesmo o nosso próximo adversário sendo o
Brasil. Tenho a certeza de que nada vai mudar – comentou.
A
pergunta abriu caminho para Schweinsteiger justificar a sua fama.
Volante alemão aproveitou a visita de alguns índios ao CT na Bahia e caiu na dança (Foto: AP)
– É difícil dar uma resposta sobre mim. Eu só posso
dizer que, em Munique, a loucura das pessoas é muito grande comigo, é uma coisa
que eu não sei explicar o motivo, mas aconteceu. Antes eu via a torcida
idolatrar o Carsten Jancker (ex-jogador) e depois aconteceu comigo, os torcedores
que ficam na curva sul do estádio sempre gritam muito, acho que é isso que
posso dizer sobre o carinho que tenho na Alemanha. Se os brasileiros dizem que
é assim, então deve ser assim. Para a gente essa conotação é um pouco diferente
– afirmou, um pouco perdido com a tradução da pergunta do português para o
alemão.
Sempre carismático e atencioso, Schweinsteiger atende aos fãs e distribui autógrafos (Foto: Sergio Gandolphi)
Pronto para os 90 minutos
Por semanas o questionamento sobre Schweinsteiger pairou sobre o seu condicionamento físico. Ele não enfrentou Portugal na estreia com dores no pé, já não havia participado de parte da preparação por também estar com dores no joelho. Mas entrou nos 20 minutos finais contra Gana, mudou o jogo e do time titular não saiu mais. Sua presença contra o Brasil é garantida.
Jogador sentiu dores no pé e passou por exames em uma clínica fora do CT (Foto: Radar64)
– Sempre quero começar como titular, mas sou experiente o bastante para
entender que aqui o jogador individualmente não é importante. O que
importa é o jogo coletivo. Não são jogadores individuais que fazem o
time, é o conjunto. Eu estou em boa forma, jogando os 90 minutos de
forma competitiva. Estou pronto e bem. Acho que posso jogar mais de 90
inclusive, mas espero que não precisemos da prorrogação.A ausência do jogador em coletivas de imprensa iniciou rumores de que ele estava incomodado com a imprensa alemã. Schweinsteiger tratou de negar. Ele realmente está de bem com a vida.
– Eu não falei muito com a mídia, pois queria me concentrar na minha forma física. Eu não sou do tipo que fala muito em torno das lesões, é algo que eu prefiro falar internamente. Mas isso não tem nada a ver. Eu não estava com raiva de alguém ou de alguma coisa – justificou.
De olho na Rússia
Schweinsteiger e Neuer celebram vitória diante da França (Foto: Getty Images)
Concentrado
na carreira, Schweinsteiger não acredita que esta seja a sua última
oportunidade de conquistar uma Copa do Mundo – em 2006 e 2010 teve de se
contentar com o terceiro lugar após ser eliminado com a Alemanha
justamente na semifinal. Na África do Sul, ele apontou um fator como
fundamental: a juventude.– Evoluímos muito em relação a 2010. Os jogadores estão mais experientes, tanto na seleção quanto nos clubes. Temos um banco de reservas de muita qualidade. Quando um jogador descansado entra em campo é um estimulo para a nossa equipe. Qualquer um que entra pode mudar o rumo do jogo. Não há descontentamento ou insatisfação. Todos os jogadores estão muito bem. Estamos crescendo juntos – disse o meio-campista, convicto de que estará na Rússia daqui a quatro anos se tudo seguir como o planejado.
– Tenho 29 anos agora. É uma ótima idade. E tenho certeza de que fisicamente e mentalmente estarei preparado para mais uma Copa do Mundo.
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