domingo, 6 de julho de 2014

“Eu não quero ouvir 'baboseiras' se contratar Cris Cyborg”, ameaça Dana

Chefão do UFC confronta a imprensa sobre interesse em luta entre a atleta brasileira e Ronda Rousey, e revela ter oferecido o mesmo contrato às duas

Por Direto de Las Vegas, EUA
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Ronda Rousey venceu Alexis Davis de forma arrasadora na madrugada deste domingo no co-evento principal do UFC 175 em Las Vegas. A campeã peso-galo do UFC precisou de apenas 16 segundos para nocautear a adversária e agora permanece invicta na carreira há dez lutas, sendo quatro defesas de cinturão bem-sucedidas somente no Ultimate. Enquanto especialistas acreditam que não há na organização nenhuma atleta capaz de levar real perigo à hegemonia da loura, toda vez que ela tem uma grande performance acaba sendo questionada sobre a possibilidade de enfrentar a campeã peso-pena do Invicta, Cris Cyborg. E, ao que tudo indica, o presidente do UFC, Dana White, está cansado de receber esses questionamentos. Em conversa com a imprensa após o duelo deste sábado, ele confrontou os jornalistas sobre a possibilidade de contratar a brasileira.
Dana White UFC MMA scrum (Foto: Evelyn Rodrigues)Dana White revela ter oferecido o mesmo contrato de Ronda a Cyborg, e ela recusou (Foto: Evelyn Rodrigues)
- Vocês querem que eu a contrate? É isso que estão me dizendo? Então vocês da mídia estão me dizendo que eu deveria assinar com a Cyborg? Ah, eu não sei, não tenho pensado nisso… Quem gosta dessa opção? Me diga, eu quero saber nomes - disse o mandatário.
Após colher alguns nomes de jornalistas a favor do duelo, White  pediu para que levantasse a mão aqueles que fossem contra a contratação da brasileira. Como só uma pessoa levantou a mão, ele continuou de forma irônica.
- Bom saber… Eu não quero ouvir ‘baboseiras’ se eu contratá-la. Eu sei que essa m… vai mudar assim que eu fizer isso. Vocês vão começar a falar de testes antidoping e toda essa m… Esse é o grande assunto para vocês escreverem. O roteiro vai mudar imediatamente. Mas só para vocês saberem, quando nós compramos o Strikeforce, nós oferecemos exatamente o mesmo acordo que oferecemos para a Ronda a Cris Cyborg, e ela não aceitou. Eles não aceitaram a proposta. Foi isso que aconteceu quando tentamos contratá-la. Há coisas a serem feitas se você realmente quer lutar no UFC e, se você quer uma chance ao título, há formas de se conseguir isso. Não é como se nós nunca tivéssemos feito uma proposta para a Cyborg. Nós fizemos e ela não aceitou - ressaltou.
Cris Cyborg MMA Invicta (Foto: Reprodução/Ustream)Cris Cyborg é a atual campeã peso-pena do Invicta,
torneio somente para mulheres (Reprodução: Ustream)
Com 12 vitórias na carreira e apenas uma derrota, Cris Cyborg ficou realmente conhecida no esporte ao tomar o cinturão peso-pena de Gina Carano, em 2009, pelo extinto Strikeforce. Depois, defendeu com sucesso o título em duas oportunidades. Na terceira defesa de título bem-sucedida, no entanto, ela foi pega no exame antidoping e perdeu o cinturão. A brasileira ainda cumpria suspensão quando o UFC absorveu os lutadores do Strikeforce, que foi comprado pelo mesmo grupo que o gerencia, a Zuffa, em 2012. Porém, enquanto Ronda foi declarada campeã peso-galo da organização, Cyborg, que era de uma categoria acima, pediu para ser liberada depois de não chegar a um acordo sobre a continuidade de sua divisão no Ultimate. Com isso, o esperado duelo entre as duas nunca aconteceu. Cris acabou indo para o Invicta FC e, em julho do ano passado, conquistou o cinturão peso-pena depois de nocautear a holandesa Marloes Coenen.
Depois de muitas trocas de farpas com o UFC e com a própria Ronda envolvendo também seu então empresário, Tito Ortiz, a brasileira anunciou em fevereiro que pretendia descer para o peso-galo com o objetivo de derrotar a campeã do UFC, Ronda Rousey, no fim do ano. Em março, ela disputou o cinturão feminino até 65 kg do campeonato de muay thai Lion Fight, em Las Vegas, mas foi derrotada pela holandesa Jorina Baars em um combate duríssimo. Cyborg aguarda a chance de defender o título do Invicta contra a também brasileira Ediane Gomes, a Índia.

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