quinta-feira, 17 de julho de 2014

Holly Holm: desafiantes de Ronda não acreditam que podem vencê-la

Fenômeno do boxe, recém-contratada pelo UFC, espera estrear até novembro, mas admite que precisa fazer mais lutas antes de disputar cinturão

Por Rio de Janeiro
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Anunciada como nova contratada do UFC por Dana White, presidente da companhia, na semana passada, a lutadora americana Holly Holm chegou à organização com expectativas de apresentar um desafio à atual campeã dos pesos-galos femininos, Ronda Rousey. Seu currículo nas lutas - 18 vezes campeã mundial de boxe, em três categorias de peso diferentes, e um cartel invicto em sete lutas no MMA - a credenciam a um combate pelo cinturão, especialmente num momento em que Rousey parece não ter adversárias. Suas últimas duas lutas combinadas duraram 82 segundos, e Holm acredita que as desafiantes da campeã estão entrando no octógono já derrotadas mentalmente.
- Acredito que é uma grande parte disso. A Ronda é tão boa, que acho que muita gente entra lá e pensa, "Não consigo fazer isso (vencê-la)". Há muita diferença entre você achar que pode ganhar uma luta e realmente acreditar nisso. Lutas de cinturão têm muita propaganda e muita atenção da mídia e, para uma "zebra", isso tudo é muita coisa para se enfrentar. É um jogo muito mental - disse Holm em entrevista ao Combate.com, por telefone.
Holly Holm mma (Foto: Getty Images)Holly Holm em ação no boxe: esperança de desafio ao cinturão de Ronda Rousey (Foto: Getty Images)
Todavia, vindo de uma fratura no braço esquerdo, Holm admite que não está pronta ainda para um combate com a campeã. Ela diz estar "90%" recuperada da lesão e considera o fim de outubro ou início de novembro como datas prováveis para seu retorno ao cage e estreia no UFC, que não deve ser contra Rousey ainda.
- Eu deixo meus treinadores e empresários falarem por mim, porque, senão, eu diria sim para tudo. Mas qualquer garota que eu enfrentar será um grande teste, porque todas as lutas no UFC são duras. Há muitas lutadoras de qualidade no UFC e não quero pular na frente de ninguém. Quem quer que eu enfrente na minha estreia será difícil - analisou a lutadora.
Confira a entrevista de Holly Holm ao Combate.com:
COMBATE.COM: Como está seu braço? Já está de volta aos treinos?
HOLLY HOLM: Tenho dito que está 90%, mas não é certo. Posso levantar peso, mas estou treinando mais em condicionamento. Ainda tenho um caminho a percorrer para estar 100%.
Quando você espera fazer sua estreia no UFC?
Acho que no outono, no final de outubro, ou em novembro, provavelmente é um pouco mais razoável.
Li que você gostaria de fazer algumas lutas antes de enfrentar Ronda Rousey. Por que?
Eu deixo meus treinadores e empresários falarem por mim, porque, senão, eu diria sim para tudo. Mas qualquer garota que eu enfrentar será um grande teste, porque todas as lutas no UFC são duras. Há muitas lutadoras de qualidade no UFC e não quero pular na frente de ninguém. Quem quer que eu enfrente na minha estreia será difícil.
Dana White anunciando a contratação da Holly Holm (Foto: Reprodução / Twitter)Dana White mostrou, todo orgulhoso, o contrato de
Holly Holm na internet (Foto: Reprodução / Twitter)
Mas se o UFC precisasse de você para uma luta imediata contra a Ronda, logo na sua estreia, você aceitaria?
Eu provavelmente diria sim, mas por isso que tenho algumas pessoas ao meu redor me levando para a direção correta (risos). Eu nunca escolhi uma luta na minha carreira, nunca escolhi uma adversária, e não vou começar agora. Só quero enfrentar quem me colocarem na frente.
Por que você acha que Ronda tem conseguido ser tão dominante no UFC até agora?
Acho que ela tem muitas qualidades. Ela é muito forte, muito habilidosa, com muita técnica, e ela acredita em si mesmo, tem uma confiança grande nela mesma e no seu judô, que acho que é o mais importante. Você não pode entrar lá duvidando de si mesmo, e ela tem um bom jogo mental e técnico.
Você acha que ela chegou num nível em que as adversárias entrando já derrotadas no cage, como acontecia por exemplo com adversários de Anderson Silva e Roy Jones Jr?
Acredito que é uma grande parte disso. A Ronda é tão boa, que acho que muita gente entra lá e pensa, "Não consigo fazer isso (vencê-la)". Há muita diferença entre você achar que pode ganhar uma luta e realmente acreditar nisso. Lutas de cinturão têm muita propaganda e muita atenção da mídia e, para uma "zebra", isso tudo é muita coisa para se enfrentar. É um jogo muito mental, para mim é tipo 90% mental, mais 20% condicionamento físico e 10% técnica - porque não adianta você ter a técnica se não estiver bem condicionado para aplicar essa técnica.
Muita gente "congela" na sua estreia no UFC, mesmo com vasta experiência em outras grandes organizações. Por que isso não vai acontecer contigo?
Não posso prometer nada, mas um dos meus objetivos é não deixar isso entrar no caminho. É sim a maior organização de MMA do mundo e a divisão mais vista e disputada, então é fácil ser "envolvida" nisso tudo. Mas meu objetivo é estar equilibrada e manter o foco na minha luta. Esse é meu plano. Meu plano é estar focada e não entrar com todo aquele "hype". É mais fácil dizer do que fazer, mas esse é meu plano.
Mike Winkeljohn tem sido seu treinador há anos, quando você ainda estava competindo no kickboxing. Sua carreira no MMA começou em 2011, mas você já vinha trabalhando com Mike e Greg Jackson em outras artes marciais antes disso?
Eu conheci o Mike Winkeljohn com 16 anos e todas minhas lutas amadoras de kickboxing foram com ele. O Greg Jackson sempre esteve ao redor e sempre me ajudou, mas só comecei a trabalhar no solo em 2011. Estou com os mesmos treinadores há anos, gosto muito de eles serem tão familiares comigo.
Dizem que o boxe é muito mais lucrativo que o MMA, e você teve uma carreira muito bem-sucedida. Por que decidiu tentar a sorte no MMA?
Primeiro, é que considero a luta uma paixão, desde minha primeira luta amadora. Aos poucos, minha paixão foi mais para o MMA que o boxe. Eu nunca lutaria por dinheiro ou fama, porque eles são resultados do trabalho duro. Eu comecei a fazer MMA porque era o que eu amava. Mas também, com isso dito, o boxe feminino nunca chegou ao estágio do boxe masculino, enquanto o MMA feminino está crescendo. Então, decidi que lutar MMA seria mais lucrativo.

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