segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Vitor Belfort comemora luta em L.A. e avisa: "Ainda me sinto um garoto"

Peso-médio lembra início da carreira na cidade californiana e dispara: "Única diferença entre eu e Chris Weidman é que sou um vinho caro"

Por Rio de Janeiro
O lutador brasileiro Vitor Belfort recebeu com muita alegria a notícia de que enfrentará Chris Weidman no dia 28 de fevereiro em Los Angeles, no Staples Center - data e local ainda não confirmados oficialmente pelo UFC. O peso-médio lembrou que a cidade californiana já foi sua casa nos EUA; antes de sua estreia no UFC, ele se mudou para L.A. junto ao seu treinador, Carlson Gracie, e treinou numa academia em Westwood.
- O evento vai ser logo depois do Carnaval, então acho que todos os brasileiros vão poder (ver). Los Angeles é um lugar muito bacana da minha história, foi o primeiro lugar em que eu morei lá. Acho que Deus escolheu o lugar certo. Estou muito feliz com essa notícia. Eu fiquei muito feliz porque acordei, a Joana (Prado, sua esposa) abriu (a internet) e disse, "Ih, você está sabendo? Você vai lutar em Los Angeles!" E eu falei, "Oba, que legal, na minha casa, na minha antiga casa." Estou satisfeito demais, estou feliz, está estampado no meu rosto - disse o sorridente Belfort, durante bate-papo com os jornalistas no coquetel de aniversário de sua academia no Rio de Janeiro.
Vitor Belfort (Foto: Adriano Albuquerque)Vitor Belfort vai se sentir "em casa" quando lutar em Los Angeles com Weidman (Foto: Adriano Albuquerque)
Em Los Angeles, o carioca espera contar com o apoio de velhos amigos, alguns deles famosos, na tentativa de conquistar o cinturão dos pesos-médios do UFC. Ele lembrou de sua relação com o ator Mickey Rourke, ex-boxeador profissional, e como começou no MMA.
- Tenho grandes amigos em Los Angeles. Outro dia, o Mickey Rourke me ligou e estavamos lembrando dos dias em que eu trocava o almoço... Uma vez o Mickey Rourke pediu uma aula para mim e foi me pagar, e eu falei, "Não precisa pagar não, vamos fazer o seguinte? Você paga o meu almoço durante um ano. Você paga meu almoço e minha janta, quero comer saudável, quero ser campeão, não precisa me dar dinheiro não". E ele me ajudava, meus alunos me ajudavam, eu estava em busca de um sonho, com 17, 18 anos. Poder voltar lá agora, lutando pelo cinturão, é um momento histórico. Já sinto uma coisa muito boa. Los Angeles é como se fosse minha casa. Tenho grandes amigos, grandes memórias com o Carlson, estou feliz. Mas se fosse lutar na China, estaria feliz também (risos) - comentou.
Recentemente, Vitor Belfort recebeu o apoio de um de seus ex-adversários, Anderson Silva, para a disputa contra Weidman. O "Spider" classificou o "Fenômeno" como o "lutador mais completo do peso-médio", mas fez a ressalva que o atual campeão é da nova geração.
- Fico muito satisfeito de um campeão como o Anderson poder falar dessa maneira (de mim), e para mim é um orgulho poder representar meu país e dar meu melhor a cada dia, evoluir a cada dia. Eu me sinto um garoto, me sinto da nova geração também. Comigo, não tem isso não. A única diferença entre eu e o Weidman é que eu sou um vinho caro, estou na prateleira há mais tempo (risos). Mas, na realidade, acho que lutador é lutador, quem treina está se preparando. O respeito, para quem compete, é importante, e fico feliz. Dezenove anos atrás eu fui campeão, fui campeão depois em 2004, depois de toda aquela dificuldade da minha irmã (Priscila, desaparecida até hoje), coisa que muitas pessoas não falam, mas foi um momento muito difícil da minha vida, que logo depois eu tive que vivenciar tudo aquilo, tive meus altos e baixos, e agora poder ir atrás do meu terceiro cinturão e marcar a história - disse.
Vitor Belfort não luta desde novembro de 2013, quando nocauteou Dan Henderson em Goiânia. A partir daí, teve duas lutas contra Weidman adiadas: a primeira, em maio, por precisar de tempo de adaptação após a Comissão Atlética de Nevada, agência regulatória do combate, ter banido a terapia de reposição de testosterona (TRT), tratamento de que fazia uso; e a segunda, em dezembro, após o campeão se machucar. O brasileiro enfatizou que aprendeu a ter paciência durante 2014 e a deixar tudo a seu tempo, mas garantiu ter evoluído bastante e, ao responder sobre os novos talentos da divisão, disparou:
- Tem um garoto novo surgindo aí, muito bom, praticamente um fenômeno. Ele tem 37 anos, muita sede, muita fome, e dia 28 de fevereiro ele vai estar subindo ao ringue e conquistando o cinturão. Ele é novo! Muita experiência - sorriu Belfort.

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