Quase iguais: Fred faz diferença com pênaltis; Guerrero é mais participativo

Com números muito parecidos, artilheiro do Fluminense só supera o do Corinthians devido a quatro pênaltis convertidos. Fora as finalizações, peruano ajuda mais

Por Bruno MarquesRio de Janeiro

A importância de Fred para o Fluminense e a de Paolo Guerrero para o Corinthians é incontestável. São eles os principais responsáveis por levarem suas equipes às redes e grandes esperanças de gol no clássico de domingo no Maracanã. Mas qual dos dois é melhor? Os números do Espião Estatístico apontam um equilíbrio grande entre eles. As diferenças, quando existem, geralmente são sutis. Fred é um pouco mais eficiente na hora de finalizar e marcar gols, embora essa vantagem também desapareça quando desconsideradas as suas cobranças de pênaltis. Em geral, Guerrero mostra-se mais participativo que o atacante tricolor.
As semelhanças entre eles começam pelo número de jogos e pelo tempo que passaram em campo no Brasileirão 2014 até a rodada 36. Ambos atuaram em 26 partidas. Fred jogou por 2.319 minutos, superando ligeiramente os 2.301 minutos de Guerrero. O jogador do Fluminense foi titular 25 vezes e entrou como reserva em uma oportunidade, já o corintiano foi titular em 24 rodadas e entrou no decorrer de duas partidas. Coincidentemente, cada um foi substituído cinco vezes. Fred tem, portanto, 20 jogos completos, e Paolo Guerrero, 19.

Fred já fez quatro gols de pênalti pelo Fluminense no Brasileirão 2014 (Foto: Nelson Perez / Fluminense FC)

Líderes em finalizações de seus times, Fred arrematou 69 vezes (2,65 por partida), e Guerrero, 63 (2,42). O capitão do Flu leva pequena vantagem não só em quantidade. Ele é mais preciso também. Fred acerta a direção da meta em 53,6% (37 de 69) de suas conclusões e marca um gol a cada 4,6 tentativas, acumulando, assim, 15 gols - ele é o artilheiro ao lado de Henrique (Palmeiras) e Ricardo Goulart (Cruzeiro). Já Guerrero acerta o alvo em 47,6% (30 de 63) das vezes e marca um gol a cada 5,7 tentativas, somando 11 gols, o suficiente para ser o sexto colocado na artilharia da competição antes de a 37ª rodada começar.
Porém, essa conta de eficiência de Fred muda se forem desconsiderados os cinco pênaltis cobrados pelo artilheiro tricolor (quatro convertidos em gol e um desperdiçado). Sem os pênaltis, Fred segue mais eficiente no que diz respeito à pontaria, mandando 51,5% (33 de 64) de suas finalizações na direção do gol, porém, precisaria de 5,8 tentativas para marcar cada gol (Guerrero precisa de 5,7). Ou seja, há praticamente um empate entre eles com a bola rolando.
Além dos pênaltis, o jogador do Flu também faz diferença pelo alto. São seis gols de cabeça contra apenas um de Guerrero. Sua forte presença ofensiva, no entanto, às vezes também o prejudica. Fred acumula 26 impedimentos (um por jogo), Guerrero, 17 (média de 0,65).

Guerrero deu 36 passes para finalizações e provocou 14 cartões nos adversários (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Os desempenhos do brasileiro e do peruano também são próximos em relação aos passes. Ambos erraram 68 (2,62 por partida). Mas Guerrero é um pouco melhor, já que fez 340 passes certos contra 330 de Fred. E o atacante do Corinthians também caracteriza-se mais como "garçom" do que o concorrente tricolor, já que deu 36 passes para finalizações de companheiros, enquanto Fred deu 23. Apesar de mais participativo nesse sentido, curiosamente Guerrero só viu seus passes virarem gols quatro vezes, enquanto Fred tem cinco assistências, ao todo.
Guerrero não é solidário somente com a bola nos pés. Outros dados evidenciam uma participação mais intensa. Por exemplo, os de faltas e cartões. Combativo, Guerrero cometeu 77 faltas (2,96 por jogo) e sofreu 72 (2,77), liderando ambos os quesitos entre todos os jogadores do Corinthians. Já Fred cometeu 47 faltas (1,81) e sofreu 46 (1,77). Quanto aos cartões, Guerrero recebeu seis amarelos, o dobro do tricolor, mas também provocou muito mais nos adversários: 13, enquanto Fred causou somente cinco amarelos nos rivais. Em vermelhos, empate, com cada jogador tendo recebido e provocado um. Em roubadas de bola, idem: ambos somam cinco.
Veja abaixo um comparativo entre os principais atacantes de Fluminense e Corinthians: