segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Bach vê evolução no Rio, crê em metrô "



pronto e cita outros "legados tangíveis

Presidente do COI mantém tom político e otimista ao comentar sobre o andamento 
das obras para os Jogos de 2016: "haverá outro Rio depois das Olimpíadas"

Por Rio de Janeiro
A 529 dias para o início das Olimpíadas do Rio de Janeiro, os desafios ainda são muitos. Em meio à promoção de uma revolução nas diretrizes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para futuras candidaturas, a entidade liderada por Thomas Bach segue acompanhando de perto os problemas e a busca por soluções para que os Jogos de 2016 sejam um sucesso tanto para os atletas que virão ao Brasil competir quanto para a população local quando a competição chegar ao fim.
Reunião do COI Eduardo Paes Rio 2016 (Foto: Beth Santos)Thomas Bach participa de reunião com membros do COI e doa organização dos Jogos de 2016 (Foto: Beth Santos)
Nesta segunda-feira, o presidente do COI comentou o progresso da preparação brasileira após algumas críticas internacionais em abril do ano passado, assim como tópicos específicos sobre o legado para a cidade, como a despoluição da Baía de Guanabara e obras no metrô. Mesmo sem o cumprimento da meta de limpeza da baía e a probabilidade de que a estação de metrô da Gávea não fique pronta a tempo dos Jogos, Bach manteve o tom político e o otimismo.
- Houve muitas mudanças. Muito progresso foi feito desde o ano passado. É realmente impressionante o que foi alcançado, os prédios saindo do chão, o parque olímpico tomando forma, a vila olímpica... Muito aconteceu. Mas no final não é sobre o progresso, mas sobre os resultados. Estamos muito confiantes que no final teremos grandes Olimpíadas no Brasil.
"Eu tenho toda a confiança olímpica. É natural durante a preparação que haja períodos de dúvidas, períodos de otimismo, mas todo mundo envolvido sabe que é preciso trabalhar duro todos os dias."
Confira a íntegra da entrevista abaixo:

GloboEsporte.com: O senhor está preocupado com o ritmo atual dos trabalhos?
Thomas Bach:
 Eu não fico falando sobre medos ou problemas ou desafios. Estou procurando mais soluções. Tivemos desafios, há atrasos e coisas para serem revolvidas. Mas saber disso é o passo mais importante para resolver. O que eu posso ver, escutar durante minha passagem pelo Rio, e não é novidade, todos sabem, é que não há um só momento a perder nessa preparação. Reconhecer isso me deixa confiante.
Vamos falar sobre benefícios a longo prazo. Havia muita expectativa sobre limpar a Baía de Guanabara, mas estudos mostraram que podemos ter a área de competição limpa, mas não os 80% que foram mencionados na candidatura. Acha que é possível haver um legado disso?O governo do estado mantém essa tônica dos 80% de limpeza. Um considerável progresso foi feito, de 11% para 51% de limpeza. O governo do estado tem um plano ambicioso de atingir esses 80%. Essa limpeza da baía não é o único legado desses Jogos, há muitos outros (legados) mais tangíveis para todos os cariocas e os brasileiros.
Outro legado seria a nova linha do metrô, mas há a preocupação de que a obra não fique pronta para os Jogos. Considera isso um problema?Não é apenas uma linha de metrô, mas o Rio de Janeiro depois dos Jogos vai ter um novo sistema de transporte. Um milhão de pessoas por dia vão ser beneficiadas com isso. Tenho certeza de que com os Jogos um sonho antigo dos cariocas vai se tornar realidade, vão finalmente ter o metrô de Ipanema para a Barra. 
Mas o senhor acredita que vai ficar pronto?Eu tenho toda a confiança olímpica. É natural durante a preparação que haja períodos de dúvidas, períodos de otimismo, mas todo mundo envolvido sabe que é preciso trabalhar duro todos os dias. No fim tenho confiança de que vai funcionar, e os cariocas ficarão felizes com um novo sistema de transporte, vão se orgulhar da nova infraestrutura da cidade para o turismo, vão se orgulhar da cidade com a possibilidade de todos participarem nesses Jogos. Eles vão poder olhar para o futuro com muito mais confiança do que há sete anos, quando a cidade foi eleita sede.
Reunião do COI Eduardo Paes Rio 2016 (Foto: Beth Santos)Carlos Arthur Nuzman, Eduardo Paes e Thomas Bach em encontro no Rio (Foto: Beth Santos)
O senhor se reuniu hoje com o prefeito Eduardo Paes. Quais foram os principais tópicos dessa reunião?Ele é um homem entusiasmado e muito dinâmico, que está nos dando uma grande contribuição para a realização dos Jogos. Ele nos informou sobre alguns progressos que foram feitos nas instalações, mas ao mesmo tempo também falamos sobre os desafios que estão pela frente. Estou muito confiante que ele vai manter o dinamismo que mostrou nos últimos anos e que vai mantê-lo nos 15 meses restantes. Se todos os envolvidos fizerem isso então serão grandes Jogos.
Como o senhor viu a Copa do Mundo de futebol, também realizada no Rio?São eventos diferentes, diferentes percepções. No COI agora o que estamos esperando é o dia depois da cerimônia de encerramento. Queremos deixar o Rio sabendo que haverá outro Rio diferente do de antes das Olimpíadas. 
O senhor disse que não há um só dia a perder com as obras. Como o senhor acha que vai ser na cerimônia de abertura no Maracanã: um encontro entre operários e atletas?
Acho que quando chegar a cerimônia de abertura talvez eu e meus colegas tenhamos a chance de cumprimentar alguns operários pessoalmente, dar um aperto de mão e parabeniza-los pelo trabalho que vão ter acabado de terminar. Aí quando os agradecermos e saímos para a competição vamos sentir esse espírito brasileiro e essa alegria de viver.

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