quarta-feira, 20 de maio de 2015

Belfort lamenta "quase" contra Jones: "Sinto que o braço ainda está aqui"

Brasileiro recorda ainda o embate contra Wanderlei Silva, na primeira edição do UFC no Brasil: "Foi bacana porque ele estava falando muito, com muita arrogância"

Por Rio de Janeiro
UFC 152 JOn jones e vitor belfort (Foto: Agência Getty Images)Jon Jones conseguiu escapar do arm-lock aplicado 
pelo lutador brasileiro(Foto: Agência Getty Images)
Se Vitor Belfort conseguirá destronar Chris Weidman no próximo sábado, no UFC 187, em Las Vegas, nos Estados Unidos, só o tempo vai dizer. O certo é que o nome do brasileiro está gravado na história do MMA. De 1996 a 2015, poucos atletas lutaram em alto nível durante longo tempo. Dezenove anos depois de sua estreia, o "Fenômeno" disputa o título do peso-médio do evento mais importante das artes marciais mistas. Das vitórias ficaram as recordações e o legado. Das derrotas, todas parecem digeridas, exceto uma: o revés para Jon Jones, no UFC 152, quando salvou a organização ao aceitar um embate que diversos atletas declinaram. Perdeu por submissão no quarto round, entretanto, por pouco não o finalizou no round inicial, ao encaixar um arm-lock.
- Sinto que o braço ainda está aqui (risos). De vez em quando eu falo: "Meu Deus, cadê ele (risos)? Adoraria fazer uma superluta com ele. Seria uma boa, com certeza. O lugar não interessa, o octógono é o mesmo espaço. 
A sensação de engasgo não aparece quando o assunto é Anderson Silva. Apesar da derrota por nocaute – ao receber um violento chute frontal no queixo -, no UFC 126, em 2011, Vitor trata o revés como página virada.
- Já passou, foi digerida. Eu falo: "O que aprendi com isso?". Às vezes é isso, o cara tem um dia bom... Foi o momento dele. Procuro às vezes não achar um motivo. Não podemos tirar o valor do outro. Às vezes ficamos procurando um culpado. É o valor do próximo, o esporte. O LeBron James nem sempre acerta, nem sempre é campeão, e não deixa de ser o LeBron. Temos de entender isso. Assim como o Ronaldo, Cristiano Ronaldo, Ayrton Senna... Faz parte.
NOCAUTE CONTRA WANDERLEI SILVA
Eleger os principais triunfos de Vitor Belfort é tarefa inglória: são 24, destas, 17 por nocaute. Entretanto, é impossível não citar o emblemático confronto com Wanderlei Silva, em 1998, na primeira edição do Ultimate no Brasil. O pupilo de Carlson Gracie, que por pouco não fica fora, atropelou o “Cachorro Louco” em 44 segundos.
- Estava com muitas dores na cabeça, fiz todos os exames e, quando o resultado saiu, fiquei mais tranquilo, pois não era nada. Todo mundo estava achando que havia um coágulo ou algo assim. A minha mãe teve um sonho revelador e falou para eu relaxar. Ela disse: "Filho, relaxa, eu sei qual será o final". E eu respondi: "Amém, vamos nessa". As pessoas até hoje param para falar de lutas comigo. Essa foi bacana porque ele estava falando muito, com muita arrogância. Foi uma vitória avassaladora e fulminante.
Vitor Belfort x Wanderlei Silva (Foto: Divulgação)Vitor Belfort atropelou Wanderlei Silva (Foto: Divulgação)
Antes disso, quando surgiu o apelido de “Fenômeno”, Vitor nocauteou Tra Telligman e Scott Ferrozo, ambos no primeiro round, no UFC 12. Tudo isso, quatro meses de estrear no esporte contra Jon Hess, no SB 2, liquidado em 12 segundos.
- Foi demais, que jornada. Eu olho para trás e falo: "Uau!". Eram 99% contra, e 1% a favor. A gente vê que com fé e trabalho duro esse 1% vira 100%. Agradeço todos os dias. As melhores lembranças que tenho sou eu gritando, com o braço levantado. Eu lembro de falar no ouvido do Carlson: "Eu te prometi que seria campeão do UFC e consegui te dar isso". Saber que você conquistou algo para alguém é legal. O Carlson apostou muito em mim, e dei de volta. O bacana é isso. O relacionamento são sempre duas vias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário