Belfort critica "vilão" McGregor e pede Aldo mais comunicativo: "Abre a boca"
Em evento de divulgação em São Paulo, utador dispara contra postura do irlandês e deixa recado para campeão dos penas: "Bota a boca no trombone, você é o campeão"
O jeito falastrão e provocador de Conor McGregor incomoda muitos lutadores do UFC. O último a mostrar o descontentamento com a atitude do irlandês foi Vitor Belfort. Nesta terça-feira, no evento de divulgação do UFC São Paulo, na capital paulista, o brasileiro fez questão de destacar o exemplo negativo dado por McGregor aos fãs do MMA.
Vitor Belfort posa no Beco do Batman, na Vila Madelena, para divulgação do UFC São Paulo (Foto: Wander/Inovafoto)
Vitor, que faz a luta principal do "UFC: Henderson x Belfort 3", dia 7 de novembro, foi duro ao analisar o comportamento do próximo adversário de José Aldo. De acordo com o lutador de 38 anos, o dono do cinturão interino dos penas ter incorporado a figura do "vilão" do Ultimate é algo válido, desde que haja um limite.
- A gente tem que ter um cuidado de como é colocado. Existe um vilão, tem que existir. A provocação, a maneira que fala, a encarada, até falar de um jeito mais duro, beleza. Mas qual o limite disso? É importante ter uma ética moral, porque se for ler o código olímpico, nas Olimpíadas ninguém faz o que ele faz. Imagina se tivesse um lutador igual o McGregor aqui no Brasil, já imaginaram o que poderia acontecer? Não sei. Tem que ter um limite. A imprensa tem que escrever sobre o mocinho também, não só sobre o vilão. - Tem que ter uma punição da ética moral. Se um cara encosta a mão em mim ele é punido, mas se o cara fala um monte de besteira ele não é punido? Você tem que imaginar, no WWE, num filme, é tudo comédia, aventura, é entretenimento. O nosso esporte não tem como ser mais real. Imagina se toda criança for querer imitar o Conor McGregor em casa com a mãe, com o pai, ou com um amigo na escola, com o vizinho. Imagina o que pode acontecer.
Enquanto o público espera o confronto entre Aldo e McGregor no octógono no UFC 194, em dezembro, nos Estados Unidos, o irlandês faz questão de manter todas as atenções voltadas para ele. Após caracterizar o desafiante como vilão, Belfort fez elogios ao brasileiro e deixou um recado: ser mais comunicativo.
- José Aldo, bota a boca no trombone, você é um cara maravilhoso, é o nosso campeão. Você tem história para contar, o Brasil quer saber a sua história. Você venceu a pobreza, venceu a dificuldade. Abre a boca, José Aldo, você é o cara. Você é o campeão.
Vitor Belfort x Dan Henderson fazem encarada na coletiva "Go Big" do UFC, em Las Vegas (Foto: Getty Images)
Confira trechos da coletiva de Belfort:
EMPOLGAÇÃO PARA A LUTA CONTRA DAN HENDERSON
- A minha empolgação está naquilo que posso fazer ainda. Quando você tem a motivação dentro de você... Tudo que é de fora não tenho controle. Se você tiver que ser empolgado por algo de fora, significa que nunca vai estar empolgado. A empolgação é algo de fora, a motivação interna é algo de dentro e é essa que tenho em todas as áreas da minha vida. Na luta não é diferente da minha casa ou em todo lugar que esteja.
OBJETIVO NA CARREIRA
- Vencer. Eu nasci para vencer, esse é o meu objetivo. Lá em casa, quando jogo com as crianças e elas ganham, falam “é hora de dormir, pai”. E eu falo “não, só vão dormir quando eu ganhar”. Quando eu ganho, falo “é hora de dormir” (risos).
MUDANÇA PARA O PESO-MEIO-MÉDIO SERIA O IDEAL?
- Quer me fazer perder mais peso? Vai me colocar no meio-médio (risos)? Só se cortar minha perna. Eu não tenho esse negócio de peso, vim de uma raça diferente, de outro padrão. Eu lutei contra o Anthony Johnson, ele com 225 pounds, e eu bati o peso. Fiz questão de bater o peso. A minha consciência está preparada para competir, o peso que tiver que ser beleza. Eu sou a favor de colocar o peso absoluto, abrir essa categoria, como nos primórdios. Vamos ver. No ADCC não tem o absoluto? Por que não uma categoria de peso absoluto? Quem sabe o pequeno não ganha do grande, a velocidade ganha da força? Tinha que ter isso.
PUNIÇÃO DE CINCO ANOS PARA NICK DIAZ
- Eu não acho nada. A pergunta que eu faço é o que vocês acham disso? Estou no esporte e a gente vê cada coisa que fala “e agora?”. Eu gostaria de saber da resposta de vocês. A minha posição é como lutador e aprendi que muita coisa só se fala quando pode, quando tem que falar, e fica calado quando não tem. O meu silêncio é a minha resposta nesse quesito. Ninguém é punido a toa. Sei que na Comissão são pessoas sérias, ali não tem conversa. “Era maconha, era cocaína...”. Acho que existe uma regra e eles seguiram. Não tem outra fórmula para isso.
O meu silêncio é a minha resposta nesse quesito. Ninguém é punido a toa. Sei que na Comissão são pessoas sérias, ali não tem conversa.
Autor
TREINO NA CHUTE BOXE
- Agradeço a todos os treinadores ao longo da minha vida e da minha carreira com quem aprendi. E àquelas pessoas que treino no dia a dia, como hoje o Glover (Teixeira), estava aprendendo com ele, com o Diego Lima, toda essa galera nova que está vindo. Me deu uma energia, ver aqueles meninos, aquela nova geração. Falei com o Glover, não queria sair de lá, todo mundo foi embora e eu fiquei. Falei “estou igual uma criança na Disneylândia”, para mim é uma alegria, é fantástico. Isso é uma alegria, ver a nova geração surgindo. Saber que os lutadores tem que treinar juntos, valorizar um ao outro, propagar o Brasil como uma nação. Não adianta reclamar do país, temos que ser os brasileiros, apoiar a nova geração. Fiquei muito feliz de estar lá vendo os futuros campeões.
POLÊMICA COM NÍVEL DE TESTOSTERONA NA LUTA CONTRA WEIDMAN
- Será que ele não parou o ciclo dele? Será que não foi ele que teve que parar o ciclo e o (nível de testosterona) dele estava baixo? Quantas pessoas foram pegas em exame de testosterona? Eu fazia um TRT, fazia um tratamento. Eu paguei o preço. Será que ele não estava tomando e parou, já pensaram nisso? Ninguém nunca falou nisso. Todo mundo foi pego em testosterona. O meu nível estava normal, o dele que estava baixo. Como um garoto da idade dele tem testosterona baixa? A realidade é que todo mundo teve que parar os ciclos. Eu não fazia nada escondido, vocês sabiam. Eu fazia um tratamento e ainda tenho deficiência. Estou trabalhando com suplementação natural, alimentação. Levo uma vida de sacrifício, não tenho uma vida social comum. Estou aqui com vocês hoje, mas a minha vida é regrada. Dormir cedo, certos tipos de alimentos. Não vou passar o segredo que eu e meu médico estamos criando para melhorar minha performance.
FIM DA ACADEMIA DE CARLSON GRACIE
- Aprendi que tudo tem início, meio e fim. A única coisa que é para sempre é a palavra de Deus. Temos que entender o tempo de tudo, há tempo para nascer, tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar o que plantou. Foi o tempo, né? Celebro o Carlson em todas as memórias que tenho com ele, se eu pudesse tinha ressuscitado ele, mas não foi dado a mim esse poder. Celebro ele na minha mente, carrego ele comigo. Tivemos uma história brilhante, isso não se apaga. Ele é eternizado no nosso coração e na nossa mente, sempre vai ser.
Carlson Gracie e Vitor Belfort: lutador do UFC expressou admiração pelo mestre (Foto: Marcelo Alonso)
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