terça-feira, 29 de março de 2016

Livre, calmo e sem polêmica: Rio bate Osasco e vai à 12ª decisão consecutiva

Cariocas dão aula de maturidade, esquecem reclamações de rivais contra a arbitragem e vão em busca de 11º título. Final será no próximo domingo, em Brasília

Por Rio de Janeiro


As reclamações, claro, estavam ali. Mas esqueça o vídeo polêmico do jogo anterior. Em um duelo tenso por si só, o resultado foi definido à moda antiga. Recheados de talentos, Osasco e Rio entraram em quadra dispostos a darem a vida por um lugar na decisão. Para chegar à final da Superliga 2015/2016, porém, as cariocas tiveram um diferencial: a mente tranquila. Soltas em quadra e com um ginásio quase todo a favor, as donas da casa tiveram calma nos momentos mais complicados e dominaram as paulistas. Com autoridade, venceram por 3 sets a 0 (25/20, 25/23 e 25/16) e garantiram a passagem para sua 12ª decisão consecutiva.
No próximo domingo, em Brasília, o Rio busca seu 11º título da Superliga. Na decisão, encara o Praia Clube, que bateu Minas e avançou à sua primeira final.
Rio comemora classificação contra Osasco (Foto: Andre Durão)Fabi vibra com as companheiras após a classificação para mais uma final de Superliga (Foto: Andre Durão)
- Não foi nem um pouco tranquilo. Um clima de final, a torcida compareceu e ajudou bastante. Temos de baixar a adrenalina e não comemorar muito porque não acabou. É uma equipe acostumada a essa pressão. É muito bom jogar aqui porque as meninas são muito tranquilas. É um grupo que tem tranquilidade na pressão. Isso ajuda a não entrar no desespero - afirmou Monique, eleita melhor em quadra.
Do outro lado, Adenízia deixou a quadra com lágrimas nos olhos. A central lamentou e diz que faltou coração ao Osasco na partida.
- Faltou paciência, coragem. Encarar isso como uma semifinal. No segundo jogo, já tínhamos errado muito quando tivemos a possibilidade de fechar. Então, hoje faltou um pouco de coração - afirmou a central.
O JOGO

O Rio começou a partida com uma mudança importante: muito bem no jogo 2, Roberta iniciou no lugar de Courtney. Mas, em um duelo tão tenso, dois erros abriram o jogo. Depois de um pequeno rali, Carcaces mandou bola fora, e o Rio largou na frente. Natália, porém, sacou para fora e deixou tudo igual no placar. Thaisa mostrou seu cartão de visitas logo depois, com bloqueio pelo meio. Foi um início quente, com quase todos os pontos definidos depois de ralis. Em bola para fora de Gabi, Osasco foi para a primeira parada à frente: 8/5.
Osasco chegou a abrir 10/6, mas o Rio foi buscar. Depois de Carol aproveitar bola limpa pelo meio, a diferença já era de apenas um ponto (10/9), forçando pedido de tempo pelas paulistas. Natália deixou tudo igual ao bloquear ataque de Ivna, e Juciely fez o Rio pular para frente com dois pontos de saque em sequência.
As paulistas encostaram, mas o Rio voltou a disparar e abriu 17/13. Jefferson Arosti, que substituiu Luizomar à beira da quadra, pediu tempo e tentou acertar a casa. A belga Lise, que entrara pouco antes, teve alguns bons momentos, mas o Rio tinha a parcial sob controle. Depois de mais um ótimo rali, Natália deu números finais ao set: 25/20.
Natália, Lise Van Hecke e Adenízia Rio Osasco semifinal (Foto: João Neto)Natália passa pelo bloqueio de Lise Van Hecke e Adenízia: camisa 12 foi um dos destaques (Foto: João Neto)
Osasco largou na frente no segundo set e abriu 4/0. Foi a vez, então, de Bernardinho tentar mudar as coisas para o time da casa e parar o jogo. Conseguiu. Depois de ponto de Gabi, explorando o bloqueio, o Rio ficou a um ponto do empate, forçando o pedido de tempo do outro lado. Monique, porém, marcou duas vezes seguidas e colocou a equipe carioca à frente: 5/4.
Fora da quadra, a pressão era grande. E a torcida do Rio tinha dois alvos principais: Thaisa e Dani Lins, as duas com passagens pela equipe carioca. O jogo, porém, seguia equilibrado. Gabi explorou mais uma vez o bloqueio rival, e as donas da casa foram para o tempo técnico em vantagem: 8/7. Foi quando primeiras reclamações com a arbitragem apareceram. Em dois lances seguidos, Osasco reclamou das marcações do juiz que resultaram em pontos para o Rio. 


Foi o suficiente para as paulistas perderem a cabeça. As cariocas, então, aproveitaram e abriram 14/11. Os ralis voltaram. Depois de mais uma boa disputa, Osasco reclamou novamente, pedindo toque de Carol na rede, mas foi Adenízia quem vacilou e deu o ponto para as rivais ao não conseguir o ataque. As visitantes voltaram ao jogo, porém. E chegaram ao empate depois de bola para fora de Carol (19 a 19). A virada veio em pancada de Carcaces, mas a partida seguia equilibrada. No momento decisivo da parcial, Thaisa, chamada de pipoqueira pela torcida rival, acabou errando o saque. Na sequência, Monique acertou o seu e fechou em 25/23.
Jogadoras do Osasco desoladas após a derrota para o Rio (Foto: Andre Durão)Jogadoras do Osasco ficaram desoladas após a derrota: Thaisa foi uma das mais vaiadas no Rio (Foto: Andre Durão)

A vaga do Rio estava encaminhada, mas o Osasco tentava se manter vivo. Abriu a contagem em ataque de Carcaces, que explodiu no bloqueio e foi para fora. Lise, que entrou bem no jogo, abriu 3/1 para as paulistas. Mas o que parecia ser uma reação parou por ali. Não demorou para que o Rio tomasse conta novamente do placar.
Em erro de Gabi, o Rio já vencia por 19/11. Jefferson ainda parou o jogo mais uma vez, numa tentativa derradeira de mudar o rumo das coisas. Já não dava mais. Em ponto de Carol, as cariocas fecharam a conta: 25/16.
Fabi comemora classificação do Rio contra Osasco (Foto: Andre Durão)Emoção tomou conta da quadra após o último ponto do Rio de Janeiro (Foto: Andre Durão)

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