terça-feira, 2 de novembro de 2010

Após atritos, Felipão quebra silêncio: 'Não sou obrigado a dar entrevistas'

Após recentes incidentes, técnico do Palmeiras rejeita pedido de desculpas a repórteres, reclama da postura da imprensa e diz ter carta na manga

Por Tiago Leme São Paulo
Scolari Felipão PalmeirasScolari se negou a pedir desculpar por ter chamado
um repórter de palhaço (Foto: Ag. Estado)
Quando menos se esperava, em um dia de retorno de folga no Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari resolveu falar. Nesta segunda-feira, o comandante concedeu entrevista coletiva pela primeira vez depois dos recentes atritos com a imprensa. Felipão se recusou a pedir desculpas por ter falado palavrões e chamado um repórter de palhaço.
- Por que eu tenho de pedir desculpas e vocês não? Por várias coisas que vocês fazem comigo - disse o treinador.
O comandante palmeirense mostrou insatisfação com a postura de alguns repórteres. Segundo ele, o acordo feito na reunião com o presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), em reunião na última sexta-feira, só está sendo cumprido por sua parte. Enigmático, ele não deu detalhes do tal acordo e do teor da conversa, mas fez ameaças e reclamou da divulgação de seu salário na mídia.
- Eu estou muito mais exposto do que vocês, porque meu salário é divulgado todos os dias, e não vi ninguém me defender. Tenho cópias das entrevistas, fitas, pois quando fazem isso deliberadamente, acabo ficando exposto. Por isso, espero nunca ter uma dificuldade, porque se tiver, também saberei reagir. Tenho um acordo com o presidente de vocês (da Aceesp) e mantive minha palavra, mas alguns de vocês tomaram atitudes. Tenho cartas na manga, tenho trunfos que posso usufruir. Cada um vai procurar os seus interesses, e os meus estão lá, em fitas e gravações - afirmou.
Felipão explicou os motivos de não ter se pronunciado depois da vitória por 3 a 2 sobre o Goiás, no sábado, mesmo dia em que repórteres protestaram com narizes de palhaço, em alusão ao xingamento disparado por ele após o duelo contra o Atlético-MG.
- Em primeiro lugar, não sou obrigado a dar entrevistas. Não tenho essa obrigação no contrato. Dou entrevista quando eu achar interessante, e naquele momento eu não achei interessante falar. Isso é democracia - disse Felipão.
Ao ser questionado se toda essa polêmica poderia atrapalhar o desempenho do Palmeiras dentro de campo, o técnico gaúcho disse que está acontecedendo justamente o contrário.
- Afeta o grupo positivamente. Os jogadores estão cada vez mais motivados. Não quero que isso (polêmica) siga assim, mas não posso determinar isso.
Os incidentes começaram no domingo passado, depois do clássico contra o Corinthians. Na entrevista, ele disparou palavrões depois de uma pergunta sobre a situação de Valdivia. Diante do Atlético-MG, indagado sobre o mesmo assunto, ele chamou um repórter de palhaço. Na sexta-feira, tradicional dia de entrevistas do técnico, não houve conversa com a imprensa.

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